tag:blogger.com,1999:blog-67930143350507046582024-03-13T22:11:01.932-07:00Credulo - Reloaded"Sê fiel até a morte, e eu te darei a coroa da vida. "Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.comBlogger26125tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-49407717553100665802017-04-02T02:12:00.003-07:002017-04-02T02:13:02.007-07:00Perseverança dos Santos Parte 11<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 11 -- Apóstatas Podem Ser Restaurados?</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 11 -- Apóstatas Podem Ser Restaurados?</h1>
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<div class="section" id="a-restauracao-e-de-fato-impossivel">
<h1>A Restauração É De Fato Impossível?</h1>
<p>Após estudar as passagens de advertência de Hebreus, a questão naturalmente surge: pode um apóstata de fato ser restaurado novamente para salvação? O repúdio da fé salvífica é irrevogável e a condição do apóstata é permanente?</p>
<p>Nesta série nós pretendemos permitir que a exegese guie nossa teologia. Eu preferiria que a doutrina da segurança eterna fosse verdadeira por muitas razões tanto quanto eu preferiria crer que não existe lugar de eterno fogo para todos os que rejeitam Cristo. Porém, creio que o inferno é uma realidade terrível e que crentes genuínos podem cair da fé para sua própria ruína eterna porque eu verifiquei que a exegese cuidadosa força tais verdades sobre nós. Ao lidar com a questão de se apóstatas podem ou não serem restaurados, devemos olhar além do que nós desejamos crer e nos concentrar apenas no que a Palavra de Deus nos ensina.</p>
<p>Encontramos em Hebreus 6:4 que é impossível ao apóstata ser novamente renovado para o arrependimento. A Bíblia é clara em que apenas mediante arrependimento se pode ser salvo (At 2:38, 11:18). Hebreus 10:26 nos informa que não há sacrifício de pecados remanescente para o apóstata. "O apóstata tem pecados mas não tem sacrifício disponível para seus pecados. Havendo rejeitado o sacrifício feito por Jesus Cristo, não há outro sacrifício para o se voltar". (F. Leroy Forlines, The Quest for Truth, pg. 281)</p>
<p>Alguns têm focado na parte da advertência que estabelece, "visto que, quanto a eles, estão crucificando de novo o Filho de Deus, e o expondo ao vitupério". Robert Picirilli nota que o "visto que" é fornecido pelo tradutor como uma transição mostrando causa e efeito. O significado literal desta passagem é "(eles) re-crucificando para si mesmos o Filho de Deus e expondo (Ele) ao vitupério". (Grace, Faith, Free Will, pg. 222) Ele depois nota que alguns veem nessa passagem a possibilidade de restauração de tal apostasia. Ele faz referência à sugestão de Robert Shank que a passagem deveria ser entendida como "É impossível renová-los para arrependimento enquanto eles estão re-crucificando ... e publicamente vituperando-O" (ibid. 223 -- ênfase minha). Picirilli aponta corretamente que esta visão torna o alerta em uma tautologia sem sentido:</p>
<blockquote>
A interpretação de Shank termina por dizer que é impossível renová-los para arrependimento enquanto eles persistem em rejeição -- que não é muito um ponto desde que é sempre impossível trazer qualquer um ao arrependimento enquanto ele persistir em rejeição. (ibid. 224)</blockquote>
<p>Ele então cita F.F. Bruce que chama essa interpretação de "um truísmo dificilmente digno de colocar em palavras". Faz bem mais sentido ver a passagem tratando de uma relação causal entre o ato de apostasia e o resultado de tal ato (re-crucificar o Filho de Deus e colocá-lo em vergonha pública).</p>
</div>
<div class="section" id="apostasia-e-o-pecado-presuncoso-de-numeros-15-30-31">
<h1>Apostasia e o Pecado Presunçoso de Números 15:30,31</h1>
<p>É importante lembrar que o pecado de apostasia descrito em Hebreus é um pecado do tipo "a olhos bem abertos". É feito com uma atitude de arrogância e descrença. Não é uma matéria de duvidar da verdade do Evangelho, mas ativa e deliberadamente repudiar tal verdade. Não é um assunto de lutar com o pecado e falhar neste embate, mas completa e rebeldemente render-se ao pecado em um ato deliberado de desafio diante de Deus. Não há maneira de acidentalmente escorregar em tal ato e não realizá-lo. Ele é feito deliberadamente e é um ato absoluto de descrença.</p>
<p>Forlines vê uma conexão entre os pecados do apóstata e o pecado presunçoso descrito em Números 15:30,31. Ele escreve:</p>
<blockquote>
Não penso haver qualquer dúvida que o escritor de Hebreus queria falar que o 'pecado deliberado' de Hebreus 10:26 era o mesmo tipo de pecado que o pecado presunçoso de Números 15:30,31. Não há sacrifício para pecados presunçosos. Existe uma óbvia conexão entre as palavras ' já não resta mais sacrifício pelos pecados' (Hb 10:26) e o fato que não há sacrifício para pecados no caso de pecados presunçosos em Números 15:30,31 ... Pecados presunçosos foram cometidos com uma atitude desafiadora. Eles vieram de uma atitude de arrogância, desafio, descrença. De acordo com Números 15:30,31, não há sacrifício para pecados presunçosos. De fato, se o pecado de apostasia mencionado em Hebreus 6:4-6 e 10:26-29 é para ser igualado com os pecados presunçosos de Números 15:30,31, que deveria decidir para sempre a questão de se a apostasia é irremediável. (The Quest for Truth, pg. 282)</blockquote>
<p>Forlines é cuidadoso ao distinguir entre pecado presunçoso e "pecados de ignorância":</p>
<blockquote>
O Antigo Testamento faz uma clara distinção entre os pecados de ignorância e os pecados presunçosos. Pecados de ignorância (também chamados de "pecados não-intencionais") são basicamente pecados de fraqueza. A pessoa que comete tais pecados tem desejos melhores, mas estes desejos foram vencidos. Aquele que comete tal tipo de pecado tinha que oferecer um sacrifício (Nm 15:27-29) ... Uma vez que vemos a distinção entre pecados de presunção e pecados de ignorância no Antigo Testamento, é claro que esta distinção ressoa no Novo Testamento. É evidente que quando Jesus disse 'Pai, perdoa-lhes; porque não sabem o que fazem' (Lc 23:34 AR), ele estava considerando os pecados daqueles que O crucificaram como sendo da categoria de pecados de ignorância. Em Atos 3:17, Pedro diz que os judeus crucificaram Jesus por ignorância. Descrevendo a si mesmo antes da conversão, Paulo diz 'blasfemador, perseguidor, e injuriador'. Ao explicar como foi que ele foi perdoado, ele disse ' mas alcancei misericórdia, porque o fiz por ignorância, na incredulidade' (1Tm 1:13 AR). Está claro que Paulo estava colocando seus pecados de blasfêmia e sua perseguição à Igreja na categoria de pecados de ignorância. Foi por esta razão que ele pôde ser perdoado. (ibid. 282, 283)</blockquote>
<p>E no caso de Pedro ele escreve:</p>
<blockquote>
Creio que se a perseguição de Paulo à Igreja pudesse ser considerada um pecado de ignorância, então certamente a negação de Cristo na noite da traição de Cristo possa ser considerado um pecado de ignorância (ou fraqueza). Se isso for verdade, o caso de Pedro não teria nenhuma relação com a questão de se há ou não remédio para a apostasia. (ibid. 283)</blockquote>
<p>Retornaremos ao caso de Pedro daqui a pouco. Forlines encontra mais evidência para a conexão entre pecados presunçosos e apostasia na descrição dos mestres apóstatas de 2Pedro 2:</p>
<blockquote>
<p>Verso 10 de 2Pedro 2 lança mais luz ao assunto. Neste verso Pedro descreve estes mestres apóstatas como tolmetes. A KJV traduz tolmetes como "presunçosos". A NASB interpreta como "desafiadores". A NIV traduz como "arrogantes". Tolmetes ocorre somente aqui no Novo Testamento. Acerca de seu uso, J.A. Moyter explica, 'a única ocorrência do nome (tolmetes) é claramente em um mau sentido ..., o homem arrogante de 2Pedro 2:10 que não suporta restrições ao eu-próprio e não reconhece autoridade a qual ele se tornará responsável'.</p>
<p>É claro que Pedro está considerando estes falsos mestres culpados do pecado presunçoso de Nm 15:30,31. A arrogância e rebelião destes apóstatas dá uma finalidade à sua ação. Antes de serem salvos eles não tinham esta finalidade sobre sua condição perdida. A presunçoso, presunçosa, desafiadora decisão com a qual eles cometeram apostasia significa que ela foi feita com finalidade. Isto os põe em condição pior de a que antes de serem salvos. (ibid. 284)</p>
</blockquote>
</div>
<div class="section" id="implicacoes-praticas">
<h1>Implicações Práticas</h1>
<p>Creio que Forlines corretamente identificou apostasia como descrita em Hebreus 6 e 10 com o imperdoável pecado pesunçoso de Nm 15:30,31 (mesmo que no AT pecado presunçoso possa ser qualquer pecado cometido em rebelião presunçosa, enquanto em Hebreus tal "pecado" seria pertinente apenas à rejeição definitiva da fé salvífica). Seria correto então identificar apostasia com o pecado imperdoável descrito por Jesus nos Evangelhos. A importante distinção bíblica entre pecado de ignorância e pecado prepotente nos ajudará a entender melhor o que apostasia significa e o que ela não significa:</p>
<blockquote>
Creio que possamos repousar certos de que a pessoa que se achega para nos falar acerca de seus medos de ter cometido o pecado imperdoável não se encaixa na descrição das pessoas descritas em 2Pe 2:20, Hb 6:4-6 e Hb 10:26-29. Se existe uma preocupação em ser restaurado a um relacionamento correto com Deus, tal pessoa não cometeu apostasia. (ibid.)</blockquote>
<p>Parece certo que o "pecado para morte" descrito por João em 1Jo 5:16-17 é o pecado imperdoável de apostasia como descrito em Hebreus 6 e 10. Isto sugeriria que alguém pode, em certas situações, saber que uma determinada pessoa é uma apóstata sem qualquer esperança de renovação desde que João nos instrui não orar por tais tipos. Não há necessidade de orar por aqueles que pecaram de tal maneira desde que não existe possibilidade de renovo. Nossas orações seriam portanto uma perda de tempo e seriam melhor servidas diante daqueles que ainda não cometeram apostasia. Isto não significa, porém, que possamos sempre saber quando alguém cometeu apostasia irrevogável. Apenas significa que existem casos em que a apostasia possa ser óbvia o suficiente tal que não percamos tempo orando por tal pessoa. Precisamos, porém, ser cuidadosos ao não fazer julgamentos apressados acerca daqueles que pareçam ter cometido apostasia. Forlines nos dá alguns bons conselhos práticos ao longo dessas linhas:</p>
<blockquote>
<p>As pessoas nos EUA que vieram até mim com seus temores não disseram que, em seu passado, tomaram uma decisão de denunciar sua fé em Cristo. A situação na Rússia apresentou um problema diferente. Quando falo desse assunto por lá, algumas reais preocupações foram expressas. Num período de discussão, alguém disse que ele conhecera alguém que sob perseguição renunciara a fé em Cristo. Tempo depois a pessoa se arrependeu.</p>
<p>A fim de avaliar um caso como este precisamos manter em mente a distinção entre pecado de atrevimento e pecado de ignorância. Não é simplesmente o que uma pessoa faz ou diz que determina o caso. Atitude é um fator decisivo. Ao explicar como ele foi capaz de obter perdão do perseguir a igreja, Paulo certamente está implicando que ele se tivesse feito o que fez "presunçosamente", não haveria perdão.</p>
<p>Não podemos imaginar o sofrimento infligido, em tempos passados, sobre algumas pessoas na Rússia [para não mencionar os cristãos primitivos] para fazê-los negar sua fé. A morte foi misericordiosa à luz da severa tortura à qual alguns foram submetidos. Penso que devemos dizer que é certamente possível para os lábios pronunciarem palavras de uma negação da fé que não são equivalentes à apostasia ou naufrágio da fé. Parece que havia alguns que falaram palavras de negação que não cometeram apostasia de fato. Mas não penso que possamos explicar todos os casos dessa forma ... baseado em minha experiência em falar com as pessoas, eu alertaria pregadores sobre saltar rápido demais à conclusão que a pessoa que fala com elas acerca de ter cometido apostasia tenha, de fato, cometido. Penso ser melhor tomar isto como uma súplica de ajuda. (ibid. 284, 285)</p>
</blockquote>
</div>
<div class="section" id="existe-outro-tipo-de-apostasia">
<h1>Existe Outro Tipo de Apostasia?</h1>
<p>Mas existe talvez um tipo de apostasia que possa ser remediada; uma apostasia que não constitua um completo repúdio à fé do coração? Existem diversas passagens que falam claramente do fato que aqueles que vivem em pecado segarão morte e não terão herança no Reino de Deus (Rm 8:12-13; Ef 5:-7; 1Co 6:9-10; Gl 5:19-21; Gl 6:7-8). Estes alertas são direcionados a crentes. É possível que se possa cair em um padrão de pecado e rebelião sem repudiar completamente o Senhor no coração?</p>
<p>Penso que a evidência é clara que crentes são alertados contra viver em pecado com a consequência de tal estilo de vida sendo a morte espiritual e ser arrancado do Reino de Deus. O escritor de Hebreus várias e várias vezes alerta seus leitores dos efeitos de engano e terrível endurecimento do pecado contínuo. Este endurecimento, se não for controlado, levará finalmente ao terrível ato da apostasia para a qual não há possibilidade de restauração.</p>
<p>O caso de Pedro pode servir como exemplo. Determinamos que Pedro não cometeu apostasia como a descrita em Hebreus, mas parece claro que Pedro cometeu alguma forma de apostasia desde que Jesus fala de quando ele deveria de novo se converter ou retornar (Lc 22:31,31). Existe um sentido, então, no qual Pedro se afastou do Senhor, por que deveria ele precisar de ser convertido de novo?</p>
<p>Talvez exista uma apostasia da qual se possa ser restaurado. Mas pode ser que estas passagens são alertas contra uma vida caracterizada pelo pecado porque tal vida logo levará à apostasia. Então quando Paulo fala de não herdar o Reino de Deus, ele está falando do que ocorrerá se a vida pecaminosa persistir ao ponto da apostasia. Aquele que semeia para agradar a carne certamente colherá morte espiritual e destruição eterna, mas apenas se não se arrepender. Portanto, as terríveis consequências adiantam o que inevitavelmente transparece se o pecado não é tratado. Pecado é extremamente perigoso porque se alguém persiste nele e não luta contra, apostasia e morte espiritual estão na próxima esquina.</p>
<p>Tiago lembra seus leitores cristãos [irmãos] que "se alguém dentre vós se desviar da verdade e alguém o converter, sabei que aquele que fizer converter um pecador do erro do seu caminho salvará da morte uma alma, e cobrirá uma multidão de pecados." {Tg 5:19-20 AR} O que Tiago quis dizer aqui? Está ele sugerindo que aquele que se desvia da verdade pode experimentar uma morte espiritual e ainda assim ser restaurado novamente? Ou ele meramente está dizendo que o santo em desvio está sendo resgatado da morte espiritual que certamente o espera se ele persistir em pecado ao ponto da completa apostasia? Qualquer das duas interpretações parece possível.</p>
<p>E quanto a 1João 2:11,15? João nos fala claramente que qualquer um que odeia seu irmão está em trevas e não possui vida eterna. É impossível então para um cristão até mesmo odiar? Tal conclusão parece bastante improvável. Não nos falam estas passagens que morte espiritual resulta quando um crente odeia seu irmão? Mas novamente, João está apenas falando de persistência em ódio que é característica de descrença. Enquanto um cristão pode odiar seu irmão, ele não persistirá neste ódio rumo à morte espiritual. Em, vez disso, ele irá recuar ante à convicção do Santo Espírito, confessar seu pecado e ser lavado de toda impiedade. Persistência em ódio indicaria então que alguém se tornou descrente.</p>
<p>Em Romanos 11:23 somos informados que os judeus (ramos) descrentes podem ainda ser enxertados novamente se não persistirem em descrença. Muitos concluem daí que apostasia pode ser remediada. Porém, pode ser que estes judeus caíssem na mesma categoria de Paulo antes da sua conversão. Eles foram arrancados devido à rejeição do Cristo mas esta rejeição pode ser resultado da ignorância, o que poderia portanto tornar a restauração possível. Porém, Paulo não mantém esperança para aqueles crentes gentios que foram enxertados pela fé em Jesus Cristo. Ele diz-lhes que não devem ser presunçosos mas tementes porque se eles falharem em continuar na graça de Deus eles também serão arrancados. Paulo não fala nada da possibilidade de eles serem novamente enxertados. Talvez isto seja porque para eles serem arrancados só poderia ser resultado de completa apostasia da qual não existe possibilidade de restauração.</p>
<p>E quanto à segunda "conversão" de Pedro? Seu retorno pode ser simplesmente uma descrição de seu arrependimento. Se o que temos concluído sobre a natureza da apostasia é verdade, então isto adicionalmente confirmaria que a negação de Pedro não constitui apostasia. Se ele tivesse cometido apostasia como descrita em Hebreus 6 e 10, seria impossível a ele "retornar".</p>
<p>Mas e quanto àqueles que gradativamente param de viver de acordo com a sua fé sem repúdio completo desta fé? Ainda é possível tornar-se um apóstata deste tipo sem repúdio à fé exatamente da mesma maneira presunçoso como descrita em Hebreus 6 e 10? Algumas das passagens acima podem se encaixar confortavelmente com tal conceito e pelo menos duas passagens a mais vêm à mente que podem dar lugar a tal apostasia.</p>
<blockquote>
Examinai-vos a vós mesmos se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. {2Coríntios 13:5 Almeida Recebida}</blockquote>
<p>As palavras de Paulo parecem sugerir que alguém possa abandonar a fé salvífica sem estar completamente consciente disso. Por esta razão, precisamos nos examinar a nós mesmos para ver se estamos na fé salvífica. Parece ser possível que um crente possa lentamente fugir da fé enquanto se apega a uma falsa esperança que ele ainda esteja salvo. Em outras palavras, um crente pode começar a ligar-se ao mundo e entregar-se à natureza pecaminosa mais e mais até que sua fé não é mais caracterizada pela verdadeira confiança e submissão a Cristo como Senhor e Salvador. Por esta razão, somos exortados a examinar a nós mesmos e nos assegurar que estamos vivendo em fé. Se nossas vidas não refletem a caminhada da fé, então não temos fundamentos para presumir estarmos em relacionamento salvífico com Cristo (Rm 8:12-14). Não podemos assumir que a graça de Cristo continua por aqueles que desejam viver para si mesmos, mesmo enquanto alegam viver em Cristo (Tt 2:11-14). Estar em fé significa mais que apenas crença mental. É uma fé que afeta nossas vidas e atitudes. É perigoso assumir que a graça de Deus nos permite viver de qualquer modo que quisermos desde que continuemos a servir ao Senhor:</p>
<blockquote>
Afirmam que conhecem a Deus, mas pelas suas obras o negam, sendo abomináveis, e desobedientes, e réprobos para toda boa obra. {Tito 1:16 Almeida Recebida}</blockquote>
<p>Se examinarmos a nós mesmos e encontrarmos que nossa profissão de fé não é nada além de mera profissão, então falhamos no teste e como resultado Cristo não está em nós. Se Cristo não está em nós então certamente estamos perdidos (Rm 8:9). Existe alguma esperança de restauração para tal abandono da fé salvífica? Paulo não afirma explicitamente a possibilidade de restauração, mas suas palavras parecem sugerir a possibilidade. Há razão para examinarmos a nós mesmos. A razão poderia ser para o propósito de retornar à fé e nos re-comprometer completamente com o Senhor.</p>
<p>Então provavelmente isto constituiria uma apostasia que pode ainda ser remediada. Então esta não seria a mesma apostasia como a descrita em Hebreus 6 e 10 que parece ser caracterizada como uma atitude de arrogância e deliberada descrença. Em qualquer caso precisamos nos guardar contra complacência em nossa caminhada com o Senhor. Se começamos a tomar a graça de Deus por garantia e dar espaço para pecado e rebelião em nossas vidas, não há garantia que não continuaremos neste caminho para nossa própria destruição, e até mesmo a um ponto de tornar a restauração impossível. Devemos nos atentar às palavras do apóstolo inspirado:</p>
<blockquote>
[1] Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa na justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo:
[2] Graça e paz vos sejam multiplicadas, mediante o conhecimento de Deus e de Jesus nosso Senhor.
[3] Visto como o seu divino poder nos tem dado todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo pleno conhecimento daquele que nos chamou para glória e virtude;
[4] pelas quais nos são dadas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção que existe no mundo por causa das paixões.
[5] Vós também, empregando toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude o conhecimento,
[6] e ao conhecimento o domínio próprio, e ao domínio próprio a perseverança, e à perseverança a piedade,
[7] e à piedade a fraternidade, e à fraternidade o amor.
[8] Porque, se estas coisas estiverem em vós, e forem abundantes, não vos deixarão ociosos nem infrutíferos no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.
[9] Pois quem não tem estas coisas é cego, vendo somente o que está perto, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.
[10] Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente confirmar o vosso chamado e eleição; porque, fazendo isto, jamais caireis.
[11] Pois assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
[12] Pelo que estarei sempre pronto para vos lembrar estas coisas, ainda que as saibais, e estejais confirmados na verdade presente.
{2Pedro 1:1-12 Almeida Recebida}(ênfase minha)</blockquote>
<p>Há diversas coisas a notar nessa passagem. Primeiro, Deus nos dá poder necessário para perseverar em fé salvífica. Não é algo que possamos fazer de nossas próprias forças. Segundo, a caminhada da fé não deve ser estagnada. Ela deve ser uma caminhada de contínuo crescimento e maturidade. Se não estamos amadurecendo em nossa fé então estamos pondo a nós mesmos em risco de cair desta fé. Terceiro, Pedro deixa claro que aqueles que não perseveram e amadurecem na fé verdadeiramente foram perdoados de seus pecados passados ainda que eles tenham esquecido a significância desta inicial limpeza. Portanto, Pedro não está somente falando de falsos mestres que jamais experimentaram fé salvífica. Quarto, apenas continuando na maturidade da fé se faz o chamado e a eleição certos, evitando tropeçar [cair] e ganhando a certeza de entrar o reino eterno de Cristo.</p>
<p>Pode ser prudente então fazer uma distinção entre apostasia e apostasia irrevogável baseado nestas passagens. Certamente existe uma apostasia que não pode ser remediada se nossa exegese dos alertas de Hebreus está correta. Porém, também parece que existe uma apostasia menor. Esta apostasia não é menor porque não resulta em morte espiritual, mas porque pode ainda haver esperança de restauração mediante arrependimento e re-comunhão a Cristo em fé salvífica.</p>
<p><strong>Conclusão</strong>: a evidência parece clara que apostasia como descrita em Hebreus 6 e 10 é um ato deliberado de descrença rebelde. Ela é feita com todo o coração em uma atitude de arrogância e desafio. Dúvidas ocasionais ou lutas com o pecado não constituem tal apostasia. Em vez disso, é o ato de deliberadamente afastar-se de Cristo e rejeitar completamente a verdade do Evangelho uma vez adotado. Esta apostasia é irremediável já que é "impossível renová-los novamente para arrependimento".</p>
<p>Existem passagens que parecem sugerir que há um tipo de apostasia da qual se pode ser restaurado. Porém, algumas dessas passagens podem também ser compreendidas como alertas contra o estilo de vida pecaminoso que inevitavelmente resultará em apostasia se tais pecados não forem lidados mediante confissão e arrependimento. Elas podem estar enfatizando os perigos do pecado ao antever as mais terríveis consequências se aquele pecado é persistentemente ignorado e assumido. Ainda assim, existem algumas passagens que podem ainda sugerir uma apostasia da qual se possa ser restaurado novamente para fé e salvação. Esta apostasia pode ser descrita como não mais viver de acordo com a fé que se professa (1Co 13:5, Tt 1:16). Elas, por tal razão, ficam fora do abandono completo da fé descrita em Hebreus 6 e 10.</p>
<p>Pecado pode levar à apostasia pelo endurecimento do coração até o ponto da descrença. É por isso que o pecado é uma coisa tão perigosa e jamais deve ser trivializado na vida do crente. Se crentes persistem em vida pecaminosa e se recusam a arrepender-se, apostasia irrevogável pode estar bem à porta. Este "pecado" pode ser a indulgência impenitente da carne, ou a tolerância gradual do falso ensino. Ainda há esperança de restauração e arrependimento antes do decisivo ato de descrença deliberada. Podemos portanto estar certos de que se alguém deseja se arrepender e ser restaurado a uma correto relacionamento com o Senhor então a apostasia irrevogável ainda não aconteceu.</p>
<p>Enquanto pode haver casos de completa apostasia que podemos observar e concluir com certeza que a apostasia ocorrera, há outras vezes em que não será tão fácil determinar se a apostasia irrevogável tomou lugar. Devemos manter a esperança para aquele que parece ter cometido tal apostasia enquanto alguma dúvida permanecer sobre a autenticidade do ato.</p>
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<tr><td>Título Original</td>
<td>Perseverance of the Saints Part 11: Can Apostates Be Restored?</td>
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<tr><td>Autor</td>
<td>kangaroodort</td>
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<td><a class="reference external" href="https://arminianperspectives.wordpress.com/2008/07/08/perseverance-of-the-saints-part-11-can-apostates-be-restored/">https://arminianperspectives.wordpress.com/2008/07/08/perseverance-of-the-saints-part-11-can-apostates-be-restored/</a></td>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-87849043141533573382017-04-02T02:12:00.002-07:002017-04-02T02:13:02.017-07:00Perseverança dos Santos Parte 10<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 10: Examinando a Tipologia do Deserto em Hebreus</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 10: Examinando a Tipologia do Deserto em Hebreus</h1>
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<p>Alguns calvinistas têm argumentado que as frequentes referências aos israelitas em peregrinação no deserto sugere que o escritor de Hebreus não está abordando apostasia da verdadeira fé. É assumido que a geração errante que falhou em entrar na Terra Prometida jamais teve um relacionamento de fé salvífica com o Senhor. Desde que o escritor de Hebreus usa a geração peregrina como exemplo ou objeto de lição para a situação sendo abordada entre seus leitores, é argumentado que isto indica que ele não considera aqueles que ele alerta de apostasia como sendo crentes verdadeiramente regenerados. Em outras palavras, se temos boas razões para duvidar que a geração dos israelitas do deserto que falhou em entrar na Terra Prometida era salva, então temos razões para duvidar que aqueles que o escritor de Hebreus alerta, enquanto mantendo tais israelitas como exemplo, era de fato salva afinal. Creio que esta abordagem falha pelas seguintes razões:
Que Corações Estavam Em Perigo de Serem Endurecidos?</p>
<p>O escritor de Hebreus vê apostasia como o resultado final de um coração endurecido. Isto é especialmente enfatizado em Hebreus capítulo 3, que é também o capítulo primário que faz frequentes referências à geração peregrina dos israelitas. Quem então está sendo alertado para não endurecer o coração e ouvir a voz de Deus no capítulo 3? No primeiro verso de Hebreus 3 o escritor inspirado deixa claro que seu alerta é dirigido aos "santos irmãos, participantes de uma vocação celestial" que têm confessado Cristo. Já havemos determinado que o escritor de Hebreus vê santidade em termos dos benefícios de purificação da alma mediante expiação, e não temos razão alguma para crer que ele imagina sua confissão de Cristo como sendo qualquer coisa menos que genuína. Portanto, temos boas razões para concluir que o escritor de Hebreus vê os mesmos a quem ele havia determinado a advertência, enquanto usando a ilustração dos israelitas peregrinos, como verdadeiramente salvos. Não há indicação de que ele mudou a sua atenção daqueles santos irmãos, para alguns potenciais convertidos, que ainda não haviam adotado o Evangelho, nas admoestações que diretamente seguem. No verso 12 ele anexa o alerta diretamente aos mesmos irmãos:</p>
<blockquote>
[12] Olhai, irmãos, para que nunca haja em algum de vós um coração mau de incredulidade, que se aparte do Deus vivo.
[13] Mas exortai-vos uns aos outros a cada dia, durante o que é chamado Hoje; para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado.
{Hebreus 3:12-13 BLIVRE}</blockquote>
<p>Que sentido faria dizer a descrentes, "Olhai ... para que nunca haja em algum de vós um coração mau de incredulidade, que se aparte do Deus vivo"? Por que descrentes deveriam ter um um coração mau e incrédulo? Faria sentido advertir descrentes contra o apartar-se de Deus? Esta não é uma chamada à conversão, mas um alerta àqueles que já são convertidos. Podemos ver isto plenamente no fato que o escritor de Hebreus os chama então a "exortarem uns aos outros a cada dia … para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado". Descrentes encorajam-se uns aos outros? Eles encorajam-se entre si em descrença ou em uma fé que jamais possuíram? Verso 16 então retorna ao exemplo da geração peregrina, "Porque alguns que ouviram, provocaram-no à ira, mas não todos aqueles que saíram do Egito por meio de Moisés;[?]". Seria sábio de nossa parte cogitar cuidadosamente por que o escritor de Hebreus realizou tal asserção. Creio que é uma dica importante o como devemos entender o paralelo intencionado entre a geração peregrina e aqueles sendo abordados nesta missiva, o que nos leva ao segundo problema com o apelo calvinista a este paralelo no AT:
O Paralelo Entre Libertação e Redenção</p>
<p>Precisamos notar duas coisas que o escritor de Hebreus quer que foquemos no verso 16 (acima). Primeiro, vemos que estes israelitas "vieram do Egito". Como isto se relaciona à presente audiência? Parece bem claro no decorrer da epístola que o escritor de Hebreus vê sua audiência como aqueles que, bem como os israelitas no deserto, vieram do Egito. Eles experimentaram uma bem real libertação. Os israelitas experimentaram libertação do cativeiro do Egito e a audiência intendida de Hebreus experimentara libertação do cativeiro do pecado (e talvez do ritual judaico bem como se nós mantivermos a visão que são judeus que estão sendo primariamente abordados). Outra característica importante desta passagem, é que aqueles israelitas foram guiados por Moisés. Bem como os israelitas de Êxodo seguiram Moisés para além do cativeiro do Egito, assim estes presentes crentes escaparam do cativeiro do pecado e da lei tornando-se seguidores de Jesus Cristo, Aquele que foi proclamado superior a Moisés de todas as maneiras (3:1-6).</p>
<p>O escritor de Hebreus jamais questiona a inicial libertação de sua audiência; mais que isso, ele a assume plenamente durante toda sua epístola. Sua principal preocupação é se eles continuarão a seguir e obedecer Cristo tal que não falhem em entrar naquele eterno repouso que pertencem apenas àqueles que perseveram até o fim em fé salvífica (3:6,14). A lição que precisa ser aprendida é que a libertação inicial dos israelitas não lhes garantiu o repouso da terra prometida, e a libertação inicial destes crentes não lhes garante o repouso eterno no Reino Messiânico. Se esses crentes cessarem de ouvir as voz de Deus e começarem a dar vazão ao pecado e desobediência então eles estão em perigo de perder o objetivo de sua fé. É assim que o paralelo foi intencionado ser entendido. Vemos adicional confirmação disto no Capítulo 11 em que os heróis da fé são arrolados como exemplos para estes crentes emularem:</p>
<blockquote>
[13] Todos estes morreram na fé, sem receberem as promessas, mas as viram de longe, creram nelas, e as abraçaram, confessando que eram estrangeiros e peregrinos na terra.
[14] Pois os que dizem tais coisas mostram claramente que buscam a sua própria pátria.
[15] E, de fato, se se lembrassem daquela de onde saíram, tinham oportunidade para retornar.
[16] Mas agora desejam uma melhor, isto é, a celestial; por isso também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus; porque já lhes preparou uma cidade.
{Hebreus 11:13-16 BLIVRE}</blockquote>
<p>Eles foram recomendados por morrerem na fé mesmo que sem receber completamente a promessa e por não retornarem ao país que deixaram para trás (o que parece significar somente que eles não retrocederam para a descrença mas mantiveram as promessas de Deus pela fé). Pela fé eles continuaram rumo ao objetivo e se recusaram a retornar em seus corações ao "país" do qual eles foram trazidos. Nós vemos novamente que o assunto não é se eles experimentaram ou não fé inicial mas se eles continuaram ou não em sua jornada de fé em direção ao objetivo final de sua fé. Este era o caso da geração peregrina dos israelitas também. Eles deixaram o Egito em fé mas mais tarde retrocederam ao Egito em seus corações. Foram estes mesmos israelitas libertos que mais tarde provocaram a ira de Deus no deserto mediante a desobediência e portanto tiveram seu acesso à Terra Prometida negado (3:17-19). Há uma grande promessa para os crentes que o escritor de Hebreus está dirigindo o foco, mas eles também falharão em receber a promessa se, após serem libertos, retornarem ao Egito (judaísmo?) em seus corações. Bem como os israelitas peregrinos, eles estão em um estado "entre" a libertação inicial e o repouso final (que em seu caso é a recepção de um repouso eterno em vez de uma possessão temporal de uma terra prometida). Por esta razão eles estão sendo encorajados a continuar em sua fé e continuar a manter a promessa porque eles ainda não chegaram, e, como os israelitas do passado, tragicamente falharam em chegar ao repouso prometido que lhes esperava (4:1). Como crentes em Jesus Cristo ele estão no processo de adentrar esse repouso, mas tal processo pode falhar em alcançar realização se a fé não for mantida até o fim (4:2-11). Grant R. Osborne nos dá um sumário conciso de como a tipologia do deserto está sendo utilizada pelo escritor de Hebreus:</p>
<blockquote>
A tipologia do deserto era bastante prevalente na antiga igreja como um ilustrativo tanto de julgamento quanto de recompensa. Ambos 1Co 10:1-13 e Jd 1:4-6 a tornam uma advertência contra os perigos do pecado. A inferência óbvia em todas as três passagens é que não se pode confiar na sua original "libertação" do pecado e lapso para apatia, mas deve-se perseverar em sua caminhada com Cristo. Sl 95:7-11, usado pelo escritor como base para sua esplêndida midrash aqui, era cantada pelos judeus como parte de sua adoração sabática no templo. Os leitores provavelmente entendiam dessa forma, especialmente desde que versos 1-7 do Salmo são um chamado à adoração. A inferência óbvia é que se deve ouvir Deus -- "Se hoje ouvirdes a voz dele" – e tal ouvir inclui obediência. (Grace Unlimited, ed. Clark H. Pinnock)</blockquote>
<p>Exatamente. Apatia em direção ao pecado, imaturidade, desobediência, estão todos fortemente conectados e eventualmente levarão a uma definitiva descrença e rejeição (2:1-4; 3:17-19; 4:6, 11; 6:1-8; 10:26; 121-2, 15-17, 25). Hebreus 5:11 estabelece que seus leitores haviam se tornado tardios em ouvir e o verso 12 os censura fortemente pela falta de maturidade que os leva ao macabro alerta de Hb 6:4-8 acerca dos que caíram. Então o repetitivo imperativo: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações" (3:7,8,13,15; 4:7) Esta é a mesma coisa expressa pela metáfora do campo (6:7,8). A terra que está sendo descrita não começou em um estado endurecido mas começou em um estado macio e adubado que podia absorver a chuva e dar bons frutos, e é portanto descritiva daqueles que já foram crentes (verso 7). Porém se a terra se torna endurecida (devido à apatia rumo ao pecado e contínua desobediência), então este campo não pode mais sorver água suficiente para produzir vegetação útil (verso 8). Em vez disso ela só pode produzir cardos e abrolhos. A terra endurecida representa aqueles crentes que têm endurecido seus corações à voz de Deus ao ponto de se apartarem do Deus Vivo. os cardos e abrolhos são a evidência da apostasia e evocam a maldição de Deus. Existe um grave perigo para o crente em se tornar apático em direção ao pecado porque isto pode levar às mais horríveis de todas consequências espirituais. Este é um dos temas principais de toda a epístola.
Os Peregrinos Israelitas Experimentaram Fé Verdadeira</p>
<p>Precisamos notar também que há forte evidência bíblica de que os israelitas que foram libertos do Egito de fato adentraram uma aliança de relacionamento com Deus mediante fé (ainda que a ilustração não apresente dificuldade para a visão arminiana acaso se possa mostrar que toda aquela geração jamais experimentou fé salvífica). Seria bastante forçado pensar que os israelitas pondo sangue nas ombreiras de suas portas em obediência ao comendo de Moisés tivesse sido qualquer coisa menos que um ato de fé (Ex 12:28, conf. Hb 11:28). Eles confiaram que Deus estava em vias de libertá-los e Ele lhes proveria desde que eles não fizeram provisões para o seu êxodo do Egito (Ex 12:39). Devemos realmente crer que os israelitas observaram a Páscoa em descrença (especialmente desde que descrença é correlacionada com desobediência em Hb 3:18-19)? Eles foram obedientes e confiaram em Deus, e Deus os redimiu como resultado (note especialmente que em Hb 11:29 somos informados que eles "atravessaram o Mar Vermelho como que por terra seca ...").</p>
<p>Então nós vemos que os israelitas começaram sua jornada em fé; mas existe alguma razão para crer que eles exerceram fé novamente após sua libertação primordial? Após Deus ter destruído os egípcios no Mar vermelho, lemos:</p>
<blockquote>
E viu Israel a grande obra que o Senhor operara contra os egípcios; pelo que o povo temeu ao Senhor, e creu no Senhor e em Moisés, seu servo.{Êxodo 14:31 BLIVRE}</blockquote>
<p>E na canção de Moisés e Israel lemos: O Senhor é a minha força, e o meu cântico; ele se tem tornado a minha salvação; é ele o meu Deus, portanto o louvarei; é o Deus de meu pai, por isso o exaltarei.{Êxodo 15:2 BLIVRE}</p>
<p>Encontramos também que o povo afirmou seu compromisso com o Senhor e Sua Aliança em Ex 19:7-9, 24:3,7,8. O que fazemos então de Hebreus 3:10,11?</p>
<blockquote>
{10} Por isso me indignei contra esta geração, e disse: Eles sempre erram no coração, e eles não conheceram os meus caminhos;
{11} Então jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.
{Hebreus 3:10,11 BLIVRE}</blockquote>
<p>Parece que o Senhor está falando de um padrão geral de rebelião que endureceu os corações dos israelitas ao ponto da completa descrença. Eles se recusaram a crer que Deus lhes daria a terra de Canaã porque havia gigantes nela (Nm 13:26-14:10). Lhes foi portanto negado o acesso àquela terra. Isto não significa que os israelitas jamais exerceram genuína fé em Cristo. Pelo contrário, isto ilustra a importância de resistir ao engano do pecado e continuamente ouvir a voz de Deus. Se continuarmos a rejeitar a sua voz iremos endurecer nossos corações e tornar cada vez mais difícil para nós crer e obedecer a Deus ao ponto da descrença e apostasia. É disto que o escritor de Hebreus está alertando seus leitores sobre. Precisamos ser cuidadosos em não ir exageradamente além do exemplo da geração peregrina desde que, ainda que foi negado a eles o acesso à Terra Prometida e morreram no deserto (Nm 14:30-35), mesmo assim eles foram perdoados (Nm 14:20). A falha em adentrar a Terra Prometida não necessariamente constitui perda de salvação (desde que a ambos Moisés e Arão foi negado acesso), enquanto a falha em adentrar o repouso eterno de Deus certamente o faz.</p>
<p>Conclusão: o uso do paralelo do AT entre a geração peregrina dos israelitas e a audiência intencionada da epístola aos hebreus não coloca perigo à interpretação arminiana. De fato, a posição arminiana é apoiada pela maneira específica que o escritor de Hebreus usa o exemplo da geração errante. A audiência intencionada da epístola foi redimida do pecado bem como os israelitas do Êxodo foram redimidos do Egito. Eles, como a geração do deserto, são considerados o povo da aliança escolhido por Deus que ouviu e respondeu à voz de Deus mas deve continuar a e responder à voz de Deus a fim de chegar ao objetivo final de sua fé: repouso eterno no Reino de Deus.</p>
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<td>Perseverance of the Saints Part 10: Examining Wilderness Typology in Hebrews</td>
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<td><a class="reference external" href="https://arminianperspectives.wordpress.com/2008/06/06/perseverance-of-the-saints-part-10-tying-up-loose-ends-in-hebrews/">https://arminianperspectives.wordpress.com/2008/06/06/perseverance-of-the-saints-part-10-tying-up-loose-ends-in-hebrews/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.is/slRta">http://archive.is/slRta</a></td>
</tr>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 9: Hebreus 10:32-39</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 9: Hebreus 10:32-39</h1>
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<p>Vamos finalizar nosso exame exegético da passagem de advertência em Hebreus 10 com os versos 32-39:</p>
<blockquote>
Lembrai-vos porém dos dias passados, em que, depois de terdes sido iluminados, suportastes grande combate de aflições;
Quando na verdade, em parte, fostes feitos espetáculo público tanto em insultos, como em tribulações; e em parte, fostes tornados companheiros daqueles que assim estavam sendo tratados.
Pois também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria aceitastes a espoliação dos vossos bens, sabendo em vós mesmos que tendes nos Céus um bem melhor e que permanece.
Portanto não rejeiteis a vossa confiança, que tem grande remuneração de recompensa;
Porque tendes necessidade de paciência, a fim de que, quando tiverdes feito a vontade de Deus, recebais a promessa.
Porque ainda um pouquinho de tempo, e aquele que vem, virá, e não tardará.
Mas o justo viverá da fé; e se alguém se retirar, a minha alma não tem prazer nele.
Mas nós não somos dos que se retiram para perdição, mas sim dos que têm fé para a salvação da alma.
{Hebreus 10:32-39 BLIVRE}</blockquote>
<p>Verso 32: Lembrai-vos porém dos dias passados, em que, depois de terdes sido iluminados, suportastes grande combate de aflições;</p>
<p>Aqui encontramos a palavra "iluminados" de novo. Grudem argumentou que o termo foi usado apenas para o ouvir do Evangelho em Hb 6:4, e portanto não tinha referência a nenhuma experiência salvífica. O verso 32, porém, sugere fortemente o contrário. Aqui o escritor de Hebreus usa a mesma palavra para descrever aqueles que foram verdadeiramente salvos e o fato de que eles foram "iluminados" parece ter referência à conversão em vez de apenas ouvir a mensagem do Evangelho. Sua audiência é instruída a lembrar que após terem sido "iluminados" eles "suportaram grande combate de aflições". Os versos 33 e 34 nos dão mais informações acerca do que estes sofrimentos incluíam. Eles sofreram o serem "feitos espetáculo público tanto em insultos, como em tribulações" e aceitaram com alegria o espólio de seus bens, "sabendo em vós mesmos que tendes nos Céus um bem melhor e que permanece".</p>
<p>Eles sofreram alegremente pelo bem do Evangelho e ainda assim temos que crer que esta iluminação se refere somente a ouvir o Evangelho. Tal conceito raso de "iluminação" simplesmente não se encaixa com a descrição que imediatamente se segue. Não faz sentido dizer que como resultado de meramente "ouvir o Evangelho" eles suportaram tão grande sofrimento. Muitos ouvem o Evangelho, rejeitam-no, e não sofrem nada por ele. São apenas aqueles que abraçam e se apropriam do Evangelho pela fé que são desejosos de sofrer por ele.</p>
<p>Deve estar claro, baseado no contexto, que "iluminados" significa bem mais que apenas "ouvir o Evangelho" para o escritor inspirado de Hebreus. Tem referência à própria conversão que apenas reforça a argumentação que os "iluminados" apóstatas de Hb 6:4 eram de fato salvos antes de terem caído. Também encontramos que estes "iluminados" alegremente sofreram o espólio de suas propriedades porque eles sabiam que tinham uma melhor e permanente possessão (verso 34). Isto só pode dizer que eles avistavam as recompensas celestiais de sua fé e prova que eles de fato estavam na fé desde que "fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem"{Hebreus 11:1 BLIVRE}. Eles já haviam passado o teste da fé e agora estavam sendo chamados para passar mais um. O lembrete de seu anterior sucesso é para o propósito de fortalecer sua resolução de que eles não viessem a retroceder da fé com a qual começaram (veja comentários abaixo no verso 38).</p>
<p>Versos 35, 36: "Portanto não rejeiteis a vossa confiança, que tem grande remuneração de recompensa;
Porque tendes necessidade de paciência, a fim de que, quando tiverdes feito a vontade de Deus, recebais a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, e aquele que vem, virá, e não tardará."</p>
<p>Note que o escritor inspirado não está admoestando-os para ganhar confidência (i.e. crer no Evangelho e serem convertidos), mas para manter a confiança que já tinham. Eles estão sendo chamados a permanecer em sua fé, o que claramente assume que sua presente fé é genuína. De fato, sua fé já foi assim provada dado o que responderam aos testes anteriores. Porém, eles não podem descansar em como eles agiram no passado mas devem continuar a perseverar em face das presentes provas para ganhar a prometida recompensa da salvação final. Eles precisam ser firmes. O escritor inspirado nunca questiona se seus leitores têm ou não fé genuína. Ele apenas questiona se tal fé perdurará ou não. Esta é a preocupação de toda a epístola. Os versos 37 a 39 decisivamente corroboram esta verdade:</p>
<blockquote>
Porque ainda um pouquinho de tempo, e aquele que vem, virá, e não tardará. Mas o justo viverá da fé; e se alguém se retirar, a minha alma não tem prazer nele. Mas nós não somos dos que se retiram para perdição, mas sim dos que têm fé para a salvação da alma.</blockquote>
<p>Bem como Hebreus 6:7-8 conclui com uma descrição adicional dos apóstatas nos versos 6:4-6, assim os versos 10:37-38 concluem com uma descrição adicional do apóstata descrito nos versos 26-31. O ponto que é bem importante aqui é que o servo que retrocede no fim do verso 38 não é um servo diferente daquele que vive pela fé no início do mesmo verso. É o mesmo servo, "e se alguém [que vive pela fé] se retirar [da fé que o fez reto], a minha alma não tem prazer nele". Robert Shank cita Franz Delitzsch:</p>
<blockquote>
O sujeito de ambas as cláusulas é o mesmo - o homem justo, o homem que foi justificado pela fé; e no sentido que hupostellesthai é aqui usada é o de não manter a fé, vacilar na fé, abandonar o caminho da fé e a comunhão dos fiéis. O homem justo, o homem aceito diante de Deus, vive pela fé; mas se ele perde sua fé, e perversamente retrocede do bom caminho, sua aceitação é errônea. Que tal apostasia é possível mesmo para aqueles que foram verdadeiramente justificados, i.e., cristãos que tinham mais que uma experiência superficial da graça divina, é um dos principais pontos de instrução nesta epístola. [Life in The Son, 163]</blockquote>
<p>Não pode ser subestimado que o servo é descrito no verso 38 como justo pelo próprio Deus. Não se diz que o servo parece apenas reto, pois o próprio Senhor confirma a justificação do servo. Esta retidão é devida a uma vida de fé. Porém, se o mesmo servo fiel retrocedeu da fé que o justificava, então o Senhor não mais se compraz nele. E por que não? Porque sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 11:6). O que acontece com aqueles que retrocedem? O verso 39 afirma que eles retrocedem para a destruição.</p>
<p>Adam Clarke é ainda mais incisivo em seus comentários acerca do servo mencionado nesta passagem, bem como a tradução errônea da King James:</p>
<blockquote>
Mas se qualquer homem retroceder] kai ean uposteilhtai. Mas se ele retroceder; ele, o homem que é justificado pela fé; porque é este o homem, e não outro, do qual o texto fala. A inserção das palavras 'se qualquer homem', se feita para servir o propósito de um credo particular, é uma perversão maligna das palavras de Deus. Eles estão evidentemente intencionados em afastar o relativo do antecedente, em favor de salvar a doutrina da salvação final e incondicional; doutrina esta, que o texto destrói. (Commentary: Hebrews pg. 209, Wesleyan Heritage Collection CD)</blockquote>
<p>Isto é danoso à exegese de Grudem. Se Hb 10:37-38 fala do mesmo servo, então temos mais razões ainda para crer que Hb 6:7-8 se refere à mesma terra. O servo de 10:37-38 retrocedeu da fé que o fazia reto, e a terra que uma vez deu vegetação frutífera em 6:7-8 depois brotou espinhos e abrolhos por cair da fé. Estas não são descrições de reprovados irrevogáveis que rejeitaram o Evangelho ao ouvi-lo; estas são descrições de verdadeiros crentes que retrocederam da verdade que uma vez adotaram plenamente.</p>
<p>É significativo que o escritor de Hebreus alterou o texto do qual ele traçou esta advertência. A referência da LXX na qual Habacuque fala de alguém quem se ensoberbece com o orgulho e recua, contrastado com o justo que vive pela fé, "Veja, ele se ensoberbece; seus desejos não são retos -- [Septuaginta: E se ele recuar não irei me comprazer nele.] mas o reto viverá pela fé" (Simon J. Kistemaker, Hebrews, pg. 302).</p>
<p>Donald A. Hagner explica o significado da referência alterada:</p>
<blockquote>
O autor também transpõe a cláusula de Hc 2:4 (que na Septuaginta começa com as palavras 'se qualquer deles recua') tal que é o reto que deve confrontar diretamente a possibilidade de desertar de experimentar o desgosto do Senhor. O autor aceita então o entendimento messiânico da passagem (assim como na LXX) mas aplica Hc 2:4 ao crente cristão (apesar do singular, o meu justo). (NIBC Hebrews, pg. 176, ênfase dele)</blockquote>
<p>Se o escritor de Hebreus está tentando expressar o que Grudem crê que ele estava tentando expressar (que o apóstata jamais teve fé salvífica) então o texto de Habacuque serviria melhor o propósito do autor se deixado como originalmente estava escrito. Em vez disso, o autor de Hebreus deliberadamente mudou [inverteu] a referência para descrever o particular servo que recua da fé que anteriormente o justificava diante de Deus. O fato que o escritor de Hebreus mudou a referência desta maneira adicionalmente demonstra que ele entende e define apostasia como um decisivo repúdio da fé justificadora dantes mantida.</p>
<p>No verso 39 o autor expressa confiança de que sua audiência não tem presentemente abandonado a fé e é dado como um encorajamento positivo, a fim de complementar o estímulo negativo das advertências anteriores. O autor inspirado não está expressando confiança infalível de que eles perseverarão desde que até mesmo no calvinismo tal segurança infalível não pode ser dada a outrem. Enquanto ele está supremamente esperançoso de que estes "servos justificados" não retrocederão, ele não pode ter certeza. Tal incerteza é a base das terríveis advertências e urgentes encorajamentos que precedem o verso 39.
Conclusão:</p>
<p>Encontramos nos versos 32-39 confirmação adicional de que nossa exegese de Hebreus 10:26-31 estava precisa. Aquele que é justificado pela fé e santificado pelo sangue de Cristo pode ainda retroceder da fé e encarar punição eterna como inimigo de Deus. Obtivemos também uma compreensão adicional das advertências expressas em Hebreus 6:4-8 confirmando que "iluminados" se refere a uma experiência de conversão e não apenas exposição da mensagem do Evangelho.</p>
<p>Também descobrimos que a metáfora da terra em Hebreus 6:7-8 paraleliza com a descrição do servo reto que recua da fé em Hebreus 10:38. Isto destrói a tese principal de Grudem, a qual foi construída na pressuposição errônea de que a metáfora em 6:7-8 se referencia a duas terras em vez de uma. Bem como foi o mesmo servo justificado que retrocedeu da fé salvífica em Hb 10:38, assim é a mesma terra produtiva que deixou de dar vegetação frutífera e em vez disso deu abrolhos e espinhos ao cair da fé. O servo (10:28) e a terra (6:7-8) são ambos destruídos e incinerados como resultado de desertarem da fé que um dia lhes foi dada.</p>
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<td>Perseverance of the Saints Part 9: Hebrews 10:32-39</td>
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<td>kangaroodort</td>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 8: Que Tipo de Santificação Está Sendo Descrita em Hebreus 10:29?</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 8: Que Tipo de Santificação Está Sendo Descrita em Hebreus 10:29?</h1>
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<p>Examinaremos agora outra interpretação que intenta fazer esta santificação meramente externa sem nenhuma realidade interna. Ela parece comparar a santificação descrita em 10:29 com a limpeza cerimonial externa referida debaixo da antiga aliança em 9:9 e 9:13.</p>
<p>Peterson e Williams a veem como "uma santificação testamental na qual pessoas são separadas para parte da comunidade da aliança de Deus, a igreja, mas não são necessariamente salvas". Eles concluem que tal "'santificação' testamental mas não salvífica aparece em Hb 9:13 e 1Co 7:14. Em vista do contraste aqui entre a Antiga e a Nova Aliança, interpretamos 'santificado' como 'separado' em virtude da aliança como pertencendo a Deus." (Why I Am Not An Arminian pg. 86)</p>
<p>Grudem segue este entendimento básico citando numerosas passagens, muitas das quais ocorrem fora de Hebreus, que não necessariamente se referem à santificação interna. Ele então conclui:</p>
<blockquote>
Estes outros exemplos não provam, é claro, que hagiazo em Hebreus 10:29 seve se referir a alguma coisa além da santificação interna que acompanha a salvação, mas eles significam que não devemos assumir que hagiazo significa santificação salvífica também. Ademais, o contexto inteiro em que 10:29 ocorre, de 9:1 até 10:39, é acerca de paralelos entre os sacrifícios levíticos no Antigo Testamento e o novo, melhor sacrifício testamental de Cristo. Porque um foco cerimonial permeia este contexto, um sentido cerimonial de santificação seria apropriado em 10:29. Isto é especialmente verdadeiro no contexto imediato de 10:19-31, porque o autor está falando do fato que a congregação em geral tem um 'caminho novo e vivo' (10:20) disponível pelo sangue de Jesus, e portanto pode adentrar o santuário (10:19) e achegar-se (10:22) à presença de Deus. (Still Sovereign, pp.177, 178).</blockquote>
<p>Então para Grudem, Peterson e Williams parece que "santificados pelo sangue do testamento" significa pouco mais que "dados o direito de ir à igreja e à assembleia com crentes enquanto eles adoram". Isto não é somente extremamente fraco mas impossível de suster-se à luz do próprio contexto que Grudem apela. Antes de examinarmos o contexto precisamos notar que Peterson e Williams provavelmente tenham ido longe demais e ferido a sua posição afirmando que "santificado" significa "separado em virtude da aliança como pertencendo a Deus". Estariam eles afirmando que um eterno e irrevogavelmente reprovado é "separado em virtude da aliança como pertencendo a Deus"? Tal coisa não parece ser amigável à sua posição afinal e pode revelar a dificuldade de descrever esta santificação como qualquer coisa menos que acompanhe a salvação. Infelizmente, eles não se preocuparam em explicar mais como tal coisa pode ser dita de reprovados que jamais pertenceram a Deus em qualquer sentido testamenta, então só podemos especular.</p>
<p>Como notamos em meu último post acerca de quem é santificado em Hebreus 10:29, o contexto da passagem em questão tem relevância com a comparação entre uma "santificação" que é meramente externa, realizada por sacerdotes pecadores, e uma "santificação" que é interna, realizada pelo Sagrado Sumo Sacerdote, Jesus Cristo. Notamos que o principal foco é o poder purificador do sangue de Cristo em contraste com o sangue de animais que não podem jamais remover o pecado ou purificar a consciência. O ponto é que o sangue de Cristo traz arrependimento e faz crentes santos e aceitáveis aos olhos de Deus, o que faz Cristo e Seu eterno sacerdócio bastante superior ao ministério sacerdotal do AT.</p>
<p>Grudem está correto em assumir que o contexto da passagem tem a ver com fazer adoradores apropriados para adentrar a presença de Deus, mas ele não foi longe o suficiente. A única razão que esses adoradores possam "adentrar o santuário (10:19) e achegar-nos à presença de Deus (10:22)" é porque tais adoradores têm sido verdadeiramente santificados com o sangue purificador de almas de Jesus Cristo. Eles foram feitos apropriados e aceitáveis a adentrar a presença de Deus e ousadamente aproximam-se do trono da graça apenas porque eles foram feitos completamente purificados mediante a fé no Filho de Deus e foram perdoados e feitos santos nos méritos de Seu sangue. O que Grudem perece estar sugerindo é que alguma espécie de purificação "externa" têm feito tais adoradores apropriados para adentrar a presença de Deus (a qual Grudem quer dizer pouco mais que ir à igreja como dantes notado); mas o contexto suportará isto?</p>
<blockquote>
O Espírito Santo dá a entender isto: Ainda não foi manifesto o caminho para o [mais santo] dos Santos [lugares], enquanto o primeiro Tabernáculo ainda está em pé; O qual é uma figura para o tempo presente, em que são oferecidos, tanto ofertas, como sacrifícios, que não podem, quanto a consciência, santificar aquele que serve. [Essas coisas consistem] somente em comidas e bebidas, e vários lavamentos, e ordenanças da carne, que são impostas até ao tempo da correção. {Hebreus 9:8-10 BLIVRE}.</blockquote>
<p>O escritor inspirado está preocupado em demonstrar que a via para adentrar a presença divina debaixo da Antiga Aliança é obsoleta e chegara ao fim. Era inadequada para purificar verdadeiramente e era portanto uma sombra do cumprimento que estava ainda por vir ("o tempo da correção").</p>
<blockquote>
Mas quando veio Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, através do maior e mais perfeito Tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação; Nem pelo sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou uma vez para os Santos lugares, tendo obtido uma eterna redenção para nós.{Hebreus 9:11-12 BLIVRE}</blockquote>
<p>Apenas mediante o sangue de Cristo se pode adentrar o Santo Lugar da Nova Aliança que superou e suplantou a Antiga Aliança. Apenas aqueles redimidos por Seu sangue têm acesso a e mediante Ele aos santos lugares e diante da presença de Deus. Não é mais possível para alguém adentrar a presença de Deus mediante aquilo que provê apenas uma purificação externa porque a Antiga Aliança foi substituída pela Nova que demanda que os adoradores adentrem a presença de Deus verdadeiramente purificados pelo sangue de Seu Filho Amado. O escritor de Hebreus não está falando que ainda resta uma "santificação" que seja meramente externa pela qual pecadores podem ir à igreja junto a crentes ou conviver indetectáveis entre verdadeiros adoradores. Ele está afirmando em termos inequívocos que a única santificação disponível para aquele que quer adentrar a presença de Deus é aquela obtida pelo sangue de Cristo que perdoa e purifica pecadores que colocam Sua fé nEle.</p>
<blockquote>
Pois se o sangue de touros e bodes, e o espalhar de cinzas de uma novilha sobre os imundos, os santifica para purificação da carne; Quanto mais o sangue do Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? {Hebreus 9:13-14 BLIVRE}</blockquote>
<p>Grudem apela para o verso treze para apoiar sua teoria de que a santificação descrita em 10:29 é meramente externa. O problema com esta sugestão é que o contexto vai contra isto dado que o escritor está novamente descrevendo a substituição da Antiga Aliança com a Nova devido às inadequações da Antiga Aliança. O escritor inspirado de modo algum está sugerindo que alguém possa ainda receber uma limpeza interna mediante o sangue de animais para o propósito de se achegar a Deus em adoração. Em vez disso, ele está estabelecendo que a Nova Aliança é superior e a Antiga Aliança é obsoleta porque o sangue de Cristo oferece real purificação interna da alma (veja Hebreus 8:6-13).</p>
<p>Hebreus 10:1-18 continua a enfatizar a substituição da Antiga Aliança com a Nova Aliança com particular atenção sendo posta no fato que o sangue de Cristo é superior porque fornece uma expiação definitiva (de uma vez por todas) pela qual os pecados daqueles que se achegam a Deus são perdoados. Considere em especial os versos de 11 a 14:</p>
<blockquote>
E, de fato, todo sacerdote aparece a cada dia, para ministrar e oferecer muitas vezes os mesmos sacrifícios, <strong>que nunca podem tirar os pecados</strong>; Mas este, que ofereceu um sacrifício pelos pecados, está sentado para sempre à direita de Deus; Esperando desde então até que os seus inimigos sejam postos por escabelo dos seus pés. Pois com uma só oferta ele aperfeiçoou para sempre os que são santificados. {Hebreus 10:11-14 BLIVRE}(ênfase minha)</blockquote>
<p>O contexto sugere que 'aperfeiçoou' tem referência específica com o perdão dos pecados (10:1). O sangue da Nova Aliança é superior porque fornece perdão aos que estão sendo santificados como resultado da expiação. Aqueles que estão sendo santificados nesta passagem são os que estão se beneficiando do perdão obtido pelo sacrifício de Cristo mediante fé em Seu sangue (conf. Rm 3:25). Esta é uma real e interna santificação. Isto nos leva ao clímax deste ensino e as implicações práticas dele nos versos 19-25.</p>
<p>Vamos rever e traçar algumas conclusões baseadas no contexto e nas interpretações sugeridas por Grudem, Peterson e Williams:</p>
<ol class="arabic">
<li><p class="first">O contexto deixa claro que existem apenas duas purificações possíveis em vista. A primeira purificação [santificação] é aquela da Antiga Aliança que era meramente externa e não arrancava os pecados. Esta purificação era pelo sangue de animais que prefiguravam a inauguração da Nova Aliança. A segunda purificação [santificação] é interna, traz perdão do pecado, e torna adoradores santos tal que eles possam se achegar a Deus em confiança. Não existe nenhuma terceira purificação no contexto destes capítulos! Ou é uma santificação externa obtida pelo sangue de animais, ou é uma santificação interna obtida pelo sangue de Cristo. Portanto, se nossos escritores calvinistas querem dizer que a santificação descrita em 10:29 é meramente externa então eles devem afirmar que ela foi obtida com sangue de animais debaixo da Antiga Aliança.</p>
</li>
<li><p class="first">O sangue da Nova Aliança em Cristo substituiu e obsoletou a Antiga Aliança. Só existe uma forma de ser "santificado pelo sangue do Testamento", e deve ser o sangue da Nova Aliança já que a Antiga Aliança não mais existe (Hb 8:6-13; 9:8-10; 10:1-18). Portanto,o apóstata descrito como santificado pelo sangue da aliança poderia somente ter sido santificado pelo sangue da Nova Aliança desde que não há mais nenhuma santificação ou aliança disponível.</p>
</li>
<li><p class="first">Hebreus 10:28,29 reforça o fato que o apóstata foi santificado debaixo da Nova Aliança desde que ele merece uma punição mais severa que aqueles que estão debaixo da Antiga Aliança.</p>
</li>
<li><p class="first">A conexão e o fluxo ininterrupto de pensamento de 10:19 até 10:29 deixa claro que o sangue que santificou o apóstata é o mesmo sangue de Jesus que dá aos crentes ousadia para entrar o Santo Lugar:</p>
<blockquote>
<p>Portanto, irmãos, visto que temos ousadia para entrar aos Santos lugares pelo sangue de Jesus, Pelo caminho novo e vivo que ele consagrou para nós através do véu, isto é, pela sua carne; E visto que temos um grande Sacerdote sobre a casa de Deus; Acheguemo-nos com um coração verdadeiro em inteira certeza de fé; tendo os corações aspergidos para a purificação da má consciência, e o corpo lavado com água pura;Mantenhamos firmes a invariável confissão da nossa esperança (pois fiel é aquele que prometeu); E prestemos atenção uns aos outros, para estimular o amor e as boas obras; Não abandonando a nossa reunião, como é costume de alguns; ao contrário, exortemos uns aos outros; e tanto mais quanto vedes que está chegando aquele dia. Porque nós, ao percarmos voluntariamente depois de recebermos o conhecimento da verdade, já não mais resta sacrifício pelos pecados; Mas sim, uma certa terrível expectação de julgamento, e um ardor de fogo estando a ponto de devorar os adversários. Se alguém que menospreza a Lei de Moisés morre sem misericórdias sobre a palavra de duas ou três testemunhas; De quanto pior castigo pensais vós será julgado merecedor aquele que pisou o Filho de Deus, e estimou por profano o sangue do Testamento no qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça? {Hebreus 10:19-29 BLIVRE}</p>
</blockquote>
</li>
</ol>
<p>5 -- Seria sem sentido dizer que o apóstata pisou o Filho de Deus porque rejeitou e tratou por impuro o sangue de touros e bodes que apenas davam uma santificação externa. O escândalo das ações do apóstata está firmemente conectada ao fato que ele tratou o sangue da aliança "pelo qual foi santificado" como impuro [comum]. Portanto, o sangue só pode ser o de Cristo, dado que não haveria escândalo em tratar o sangue de animais como impuro debaixo da Nova Aliança, nem tal tipo de coisa constituiria pisar o Filho de Deus.</p>
<p>Contrário às assertivas de Grudem, Peterson e Williams, o contexto é totalmente contra sua interpretação. É o sangue de Jesus Cristo purificador da alma que está em consideração como aquilo que substitui o sangue dos animais na Antiga Aliança nos dois capítulos antecedentes a esta advertência. Ademais, o verso 19 indica plenamente que o sangue de Cristo é o que está de novo em foco bem definido guiando à descrição do apóstata.</p>
<p>Aplaudimos Peterson e Williams por acharem "artificial" a sugestão de que aquele santificado em Hb 10:29 é cristo. Porém, achamos tão artificial quanto sugerir que o sangue que santificou o apóstata era qualquer coisa menos que o sangue de Cristo pelo qual o apóstata foi internamente santificado antes de repudiar a fé. A única interpretação que é fiel ao contexto é a que admite que aquele que fora verdadeiramente santificado com o sangue de Cristo pode mesmo assim abandonar a fé para sua própria destruição.</p>
<p>Em nosso próximo post examinaremos Hebreus 10:32-39.</p>
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<caption>META</caption>
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</colgroup>
<tbody valign="top">
<tr><td>Título Original</td>
<td>Perseverance of the Saints Part 8: What Kind of Sanctification is Being Described in Hebrews 10:29?</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>kangaroodort</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="http://arminianperspectives.wordpress.com/2008/04/10/perseverance-of-the-saints-part-8-what-kind-of-sanctification-is-being-described-in-hebrews-1029/">http://arminianperspectives.wordpress.com/2008/04/10/perseverance-of-the-saints-part-8-what-kind-of-sanctification-is-being-described-in-hebrews-1029/</a></td>
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<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.is/vYAjq">http://archive.is/vYAjq</a></td>
</tr>
</tbody>
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-13037482251456857342017-04-02T02:11:00.004-07:002017-04-02T02:13:01.988-07:00Perseverança dos Santos Parte 7<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 7: Quem É Santificado em Hebreus 10:29?</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 7: Quem É Santificado em Hebreus 10:29?</h1>
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<p>Examinaremos agora uma das interpretações alternativas oferecidas pelos proponentes da segurança incondicional acerca do apóstata de Hb 10:29 ser santificado pelo sangue do Testamento. Calvinistas são bem cientes que se o texto estiver afirmando que o apóstata foi verdadeiramente santificado pelo sangue de Cristo, então a sua doutrina não pode suster-se. É por esta razão que estas interpretações alternativas são oferecidas apesar da clara linguagem da advertência. A primeira tentativa é afirmar que aquele santificado pelo sangue da aliança não é o apóstata afinal, mas o próprio Cristo. Grudem não adota esta visão mas crê que ela ela é digna de análise mais cuidadosa (Still Sovereign, pg. 178, footnote #91), enquanto os calvinistas Peterson e Williams acham-na inaceitável (Why I Am Not An Arminian, pg. 86, footnote #24).</p>
<p>O argumento é bem apresentado no livro de James White, The Potter's Freedom, e por esta razão interagirei com sua defesa desta interpretação particular. Ele escreve:</p>
<blockquote>
O erro que é geralmente feito acerca desta passagem é entender "pelo qual foi santificado" como a pessoa que prossegue pecando deliberadamente contra o sangue de Cristo ... Mas lembre-se novamente que o argumento do escritor vemos que o escritor se refere a Cristo como aquele que é santificado, separado, mostrado como santo, por seu próprio sacrifício, e este é por que é tão terrível coisa conhecer o o poder e propósito do sangue de Cristo e ainsa assim tratá-lo como "comum", como qualquer dos sacrifícios de bodes e touros oferecidos debaixo do antigo sistema. (pp. 244, 245)</blockquote>
<p>James White então cita John Owen como apoio de sua incomum interpretação, e daí conclui,</p>
<blockquote>
O horrível alerta desta passagem, então, vem a partir do entendimento que não há mais sacrifício para os pecados. Cristo ofereceu a Si mesmo uma vez, portanto, aperfeiçoou aqueles por quem ele morreu. Tratar este perfeito sacrifício, então, como "comum" ao retornar aos sacrifícios repetitivos do antigo sistema é cuspir na própria face do Filho de Deus. Que espécie de punição, de fato, é cabível em tal situação! (ibid. 245)</blockquote>
<p>Examinando a asserção de White de que o "santificado" pelo "sangue da aliança" é "Cristo, o Filho de Deus", e não o apóstata, é muito importante que tenhamos um entendimento claro do que "santificado" significa nesta passagem. Enquanto a palavra geralmente significa "separado", o contexto deve determinar qual palavra está sendo usada. Santificado simplesmente significa "separado" nesta passagem, ou há referência a algo mais? É claro que Sr. White quer que não olhemos além de "separado" já que isto o permitirá aplicar melhor esta palavra a Cristo, e não necessariamente o apóstata sendo abordado nesta passagem.</p>
<p>Novamente, White escreve, "Mas lembrando novamente que o argumento do escritor [a superioridade de Cristo como um maior Sacerdote] vemos que o escritor refere-se a Cristo como aquele que foi santificado, separado, mostrado santo, por seu próprio sacrifício". Ele cita Owen favoravelmente, que oferece Jo 17:19; Hb 2:10; 5:7,9; 9:11,12 como citações escriturais apoiando sua nova interpretação. Examinaremos portanto cada texto para ver se eles são aplicáveis ao verso em questão. Mas primeiro, vejamos outras passagens em Hebreus, bem como passagens correlatas em outros pontos da Escritura, a fim de determinar se algo além de "separado" está em vista na palavra "santificado" em Hb 10:29.</p>
<p>Capítulos 9 e 10 estão, como James White apontou, abordando a superioridade de Cristo sobre os sacerdotes levíticos da antiga aliança. O escritor está especialmente interessado com o poder de lavar a alma no sangue de Cristo em contraste ao sangue de animais usados na antiga economia. Enquanto o sangue de "touros e bodes" podia "santificar para a purificação da carne", o santo sangue de Cristo é capaz de limpar a consciência (9:13-14). Somos lembrados que "é impossível o sangue dos touros e bodes tirar pecados" (10:4), mas que o sangue de Cristo "aperfeiçoou para sempre os que são santificados" (10:14), e que sendo assim então limpos pelo sangue de Cristo nós "temos ousadia para entrar aos Santos lugares" (10:19), "tendo os corações aspergidos para a purificação da má consciência, e o corpo lavado com água pura" (10:22). O sangue de Cristo é o meio pelo qual somos perdoados e justificados.</p>
<p>Podemos concluir destas passagens que o sangue de Cristo santifica pecadores mediante uma real e poderosa purificação. Enquanto o sangue de animais meramente representava purificação, e portanto "não poderia nunca tirar os pecados" (10:11), o sangue de Cristo verdadeiramente limpa o pecador da culpa e mancha do pecado, e portanto o faz santo. O mesmo conceito é expresso em 1Jo 1:7, "Porém, se andamos na luz, assim como ele está na luz, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos limpa de todo pecado" (ênfase minha), e em 1Pe 1:1,2 acerca daqueles que foram "Escolhidos segundo o pré-conhecimento de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo..." (ênfase minha). Vemos aqui também que o Espírito de Deus é o Agente que aplica o poder purificador do sangue de Cristo no pecador (veja também 2Ts 2:13).</p>
<p>Devemos especialmente mencionar Hb 13:12, "Por isso também Jesus, para santificar o povo por seu próprio sangue, sofreu fora do portão da cidade." (ênfase minha). A linguagem aqui é importante porque paraleliza com Hb 10:29, "De quanto pior castigo pensais vós será julgado merecedor aquele que pisou o Filho de Deus, e estimou por profano o sangue do Testamento no qual ele foi santificado, e insultou o Espírito da graça?" (ênfase minha). Vemos que em Hb 13:12, é o povo que é santificado pelo sangue de Cristo, e não o próprio Jesus Cristo! Também é a leitura mais natural de Hb 10:29 que é a pessoa que declarou o sangue como impuro que fora, ela mesma, santificada pelo mesmo sangue. É difícil imaginar que qualquer leitor honesto concluiria que o apóstata e o santificado são pessoas distintas, a não ser que dirigido por um comprometimento prévio com a teologia "reformada". Em lugar algum da Missiva aos Hebreus, nem em ponto algum da Escritura, lemos Cristo sendo santificado pelo Seu próprio sangue, nem poderia haver razão alguma para que o santo e irrepreensível Filho de Deus precise de tal purificação. O sangue de Cristo fora derramado para santificação dos pecadores e não de Si Mesmo!</p>
<p>E quanto às referências escriturais de John Owen citadas por Sr. White? Elas ensinam que Jesus Cristo fora santificado pelo Seu próprio sangue? Examinaremos primeiro as passagens citadas de Hebreus, e então trataremos com a referência a Jo 17:19.</p>
<p>Hb 2:10 -- " Porque convinha a aquele, para quem são todas as coisas, e por quem são todas as coisas, que ao trazer muitos filhos à glória, consumasse por meio de aflições o Príncipe da salvação deles". É difícil de ver por que Owen nos referiria a esta passagem em apoio à sua posição. Enquanto a passagem nos fala que Cristo foi aperfeiçoado mediante "aflições", isto está longe de ensinar que Ele foi santificado pelo Seu próprio sangue. Se lermos um pouco mais veremos ao que tais aflições se referenciam: "Porque naquilo em que ele mesmo sofreu ao ser tentado, ele pode socorrer aos que são tentados." (verso 18).</p>
<p>Enquanto esta passagem não dá qualquer apoio real à interpretação de James White, ela ademais verifica que apenas pecadores são santificados pelo sangue de Cristo. O próximo verso se lê "Pois tanto o que santifica como os que são santificados, todos são de um; por isso ele não se envergonha de lhes chamar de irmãos"(2:11). Claramente, Cristo é aquele que santifica, e o povo é que é santificado, e portanto feitos dignos de serem chamados de irmãos. Esta passagem não diz nada acerca de Cristo santificando-Se pelo Seu próprio sangue, mas em vez disso ensina o exato oposto do que White está disputando.</p>
<p>Hb 5:7,9: "Ele, nos dias da sua carne, ofereceu com grande clamor e lágrimas, tanto orações como súplicas para aquele que podia livrá-lo da morte, e foi ouvido por causa do temor,[ ...] E depois de ter sido consumado, ele foi feito autor da eterna salvação a todos os que lhe obedecem;" Novamente devemos nos perguntar: onde é dito em tais versos que Cristo foi purificado [santificado] pelo Seu próprio sangue? Se simplesmente acrescentarmos o verso entre 7 e 9, que Owen estranhamente omite, vemos novamente que o Filho foi aperfeiçoado pelos Seus sofrimentos: "Ainda que fosse o Filho, ele aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu". Tais sofrimentos podem se referir à Sua tentação em 2:18, ou pode ser referente à Sua agonia no jardim -- oferecendo orações e súplicas com grande clamor e lágrimas, ou pode referir-se ao Seu sofrimento e morte de cruz, mas não há a menor referência aqui de Cristo sendo santificado pelo Seu próprio sangue!</p>
<p>Hb 9:11-12: "Mas quando veio Cristo, o Sumo Sacerdote dos bens futuros, através do maior e mais perfeito Tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação; Nem pelo sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou uma vez para os Santos lugares, tendo obtido uma eterna redenção para nós". Certamente Owen e Sr. White querem que foquemos nas palavras "[ ...]pelo seu próprio sangue, entrou uma vez para os Santos lugares[ ...]"</p>
<p>Novam,ente, devemos nos perguntar aonde isto significa que Cristo foi santificado pelo Seu próprio sangue. A chave para entender esta passagem é o contexto. O verso 7 nos diz "Mas no segundo [o Santo dos Santos], só o sumo sacerdote, uma vez no ano, não sem sangue, que oferece por si mesmo, e pelos pecados de ignorância do povo". O ponto que o escritor tenta fazer é que os sacerdotes da antiga aliança eram, eles mesmos, pecadores e portanto tinham que oferecer sangue para o propósito de purificar tanto a si mesmos quanto o povo.Eles adentravam o Santo dos Santos com o sangue de touros e cabras para oferecê-los a Deus para purificação. Cristo, ao contrário dos sacerdotes da antiga aliança, não precisava de purificação pessoal. Ele não entrou o Santo dos Santos com o sangue de touros e bodes para oferecer a Deus, mas em vez disso entrou mediante Seu próprio sangue uma vez, para que Ele não mais precisasse repetir Seu sacrifício expiatório.</p>
<p>O verso 14, como já vimos, novamente verifica que Seu precioso sangue foi oferecido com o único propósito de purificar pecadores. Vemos também no verso 14 que Cristo ofereceu a si mesmo sem culpa, e por esta razão não precisou, como os sacerdotes da antiga aliança, de purificação pessoal. Ele era inculpável antes de oferecer-Se a Si Mesmo, e não podia possivelmente ser santificado pelo Seu próprio sangue. Hb 7:26-27 enfatiza inegavelmente esta verdade:</p>
<blockquote>
Porque nos era conveniente tal Sumo Sacerdote, santo, inocente, incontaminado, separado dos pecadores, e feito mais alto que os céus; Que não tem necessidade, como os sumos sacerdotes, de cada dia oferecer sacrifícios, primeiramente pelos seus próprios pecados, e depois pelos pecados do povo; pois ele fez isto de uma vez por todas quando ofereceu a si mesmo. {Hebreus 7:26-27 BLIVRE} (ênfase minha)</blockquote>
<p>Cristo ofereceu-Se como sacrifício perfeitamente aceitável a Deus, e Ele derramou Seu santo e precioso sangue com o propósito de purificar pecadores e não a Si Mesmo.Cristo consagrou-Se (santificou-Se) a Si Mesmo mediante Sua vida de submissão e obediência à vontade do Pai, incluindo Seu sacrifício voluntário na cruz do Calvário.</p>
<p>Jo 17:19: "E por eles a mim mesmo me santifico, para que também eles seja santificados em verdade". Aqui claramente se diz que Cristo santificou a Si Mesmo. Sem dúvida esta é a mais forte passagem de Owen. Não podemos assumir, porém, que o mesmo conceito expresso em Hb 10:29 está sendo transmitido nesta passagem. Afinal, esta passagem aparece em um contexto inteiramente diferente e deve ser cuidadosamente considerada à luz de seu contexto. Devemos prestar atenção ao aviso de Sr. White e sermos bem cautelosos "em não imprimir à Escritura um significado que não é parte do contexto original" (ibid. 27, 28).</p>
<p>Vemos que o propósito da santificação no contexto de Hb 10:29 é primariamente a purificação da alma da culpa e mancha do pecado, e que o meio de santificação é o sangue de Cristo. Este não é o caso em Jo 17:19. Nesta passagem a palavra hagiazo é primariamente voltada como sendo separado do mundo, e consagrado para uma determinada missão, e não tem referência ao poder purificador e alvejante do sangue de Cristo (veja Jo 10:36).</p>
<p>Jesus está orando ao Pai acerca de Seus discípulos. Eles foram separado por sua obediência à palavra que Jesus lhes dera (versos 6,14). Eles estão no mundo mas não são do mundo (verso 14). No verso 17 Cristo ora para que o Pai "Santifica-os em tua verdade; tua palavra é a verdade". Cristo então diz</p>
<p>Assim como tu me enviaste, eu os enviei ao mundo. E por eles a mim mesmo me santifico, para que também eles seja santificados em verdade. E não suplico somente por estes, mas também por aqueles que crerão em mim, por sua palavra.{João 17-18-20 BLIVRE}</p>
<p>O meio de santificação dos discípulos nesta passagem é a palavra da verdade (veja Jo 15:3), e não o sangue da aliança. Eles estão separados pela obediência à palavra (verso 6), e são consagrados para o propósito de trazer a palavra da verdade ao mundo (versos 21,23). Da mesma maneira Cristo santificou-Se a Si Mesmo mediante Sua contínua obediência à vontade do Pai, culminando em Sua morte, e morte de cruz (veja Fp 2:8). Os discípulos devem seguir Seu exemplo de obediência em face do sofrimento e morte dado que levam Sua mensagem da verdade pelo mundo. A obediência de Cristo em santidade é o que o qualificou a ser o único sacrifício aceitável e perfeito para os pecados (Hb 5:8,9; 7:26).</p>
<p>É por esta razão que a interpretação que James White quer imprimir em Hb 10:29 é impossível. Cristo foi um cordeiro limpo, sem culpa, inocente, imaculado, e separado dos pecadores (1Pe 1:19, Hb 9:14, 7:26), e portanto não precisava ser santificado pelo Seu próprio sangue. Alegar que Cristo precisava de ser feito santo pelo Seu próprio sangue é semelhante ao ensino dos judeus que o ouro do templo era mais sagrado que o tempo (Mt 23:16). O templo tornava o ouro sagrado, e não o contrário. Da mesma forma, o sangue de Cristo é santo e santifica (torna sagrado) porque é o Seu sangue. O Cordeiro santo e inocente fez o Seu sangue santo, e não o contrário.</p>
<p>Podemos achar perturbador aceitar a possibilidade de que alguém verdadeiramente limpo pelo sangue de Cristo possa ainda assim apostatar-se e perecer eternamente, mas devemos ficar ainda mais apreensivos com qualquer interpretação que procure fazer o santo e inocente Cordeiro de Deus necessitar de purificação por Seu próprio sangue. O próprio Cristo se fez perfeitamente claro acerca de que Seu sangue foi dado parta prover perdão dos pecadores (Lc 22:20; Mt 26:28; Mc 14:24, cf. Ef 1:17), e portanto jamais poderia ser dado com o propósito de santificar-Se a Si Mesmo.</p>
<p>Concluímos concordando com Williams e Peterson que "rejeitam a ideia forjada de John Owen, aceita por Roger Nicole e outros, que en ho hegiasthe se refere a Cristo" (Why I Am Not An Arminian, pg. 86, footnote #24). No próximo post examinarei a interpretação alternativa oferecida por Robert Peterson e Michael Williams bem como a quase idêntica interpretação sugerida por Wayne Grudem.</p>
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<caption>META</caption>
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<tr><td>Título Original</td>
<td>Perseverance of the Saints Part 7: Who is Sanctified in Hebrews 10:29?</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>kangaroodort</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="https://arminianperspectives.wordpress.com/2008/04/03/perseverance-of-the-saints-part-7-who-is-sanctified-in-hebrews-1029/">https://arminianperspectives.wordpress.com/2008/04/03/perseverance-of-the-saints-part-7-who-is-sanctified-in-hebrews-1029/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.is/eMbWL">http://archive.is/eMbWL</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 6: Hebreus 10:26-30</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 6: Hebreus 10:26-30</h1>
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<p>Vamos agora examinar aquela que eu considero ser a mais significativa advertência contra apostasia em toda a Bíblia: Hebreus 10:26-30, 35-39. Vou citar o texto completo que desejo examinar abaixo mas este post irá lidar com os versos 26-30. Os versos 35-39 serão examinados em um post futuro.</p>
<blockquote>
{26} Porque nós, ao percarmos voluntariamente depois de recebermos o conhecimento da verdade, já não mais resta sacrifício pelos pecados; {27} Mas sim, uma certa terrível expectação de julgamento, e um ardor de fogo estando a ponto de devorar os adversários. {28} Menosprezando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdias sobre a palavra de duas ou três testemunhas; {29} De quanto pior castigo pensais vós será julgado merecedor, aquele que pisou o Filho de Deus, e estimou por profano o sangue do Testamento, no qual ele foi santificado; e insultou o Espírito da graça? {30} Porque nós conhecemos aquele que disse: Minha [é] a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E [em] outra vez: O Senhor julgará o seu povo. {31} Temível coisa é cair nas mãos do Deus vivente. {32} Lembrai-vos porém dos dias passados, em que havendo sido iluminados, suportastes grande combate de aflições; {33} Quando na verdade, em parte, fostes feitos espetáculo público tanto em insultos, como em tribulações; e em parte, fostes tornados companheiros daqueles que assim estavam sendo tratados. {34} Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria aceitastes a espoliação dos vossos bens, sabendo em vós mesmos que tendes nos Céus um bem melhor e que permanece. {35} Portanto não rejeiteis a vossa confiança, que tem grande remuneração de recompensa. {36} Porque tendes necessidade de paciência, para que havendo feito a vontade de Deus, recebais a promessa. {37} Porque ainda um pouquinho de tempo, e aquele que vem, virá, e não tardará. {38} Mas o justo viverá da fé; e se alguém se retirar, a minha alma não tem prazer nele. {39} Mas nós não somos daqueles que se retiram para perdição, mas daqueles da fé para a salvação da alma. {Hebreus 10:26-39 BLIVRE}</blockquote>
<p>Examinaremos esta passagem verso a verso com notas exegéticas pelo caminho.</p>
<p>{Verso 26} Porque nós, ao percarmos voluntariamente depois de recebermos o conhecimento da verdade, já não mais resta sacrifício pelos pecados;</p>
<p>O pecado voluntário descrito aqui é geralmente entendido como sendo o pecado da apostasia (o mesmo em Hb 2:1, 3:12, 6:6 e 12:25). É o ato decisivo de repúdio à fé. Isto é consenso geral apesar do particípio presente. Os calvinistas Peterson e Williams escrevem:</p>
<blockquote>
Por causa da severidade do restante deste verso, entendemos o pecar "voluntariamente" como indicativo de uma deliberada renúncia da fé em vez de falar genericamente do pecado intencional. [Why I Am Not An Arminian, pg. 85]</blockquote>
<p>Donald A. Hagner concorda:</p>
<blockquote>
As palavras 'ao pecarmos voluntariamente' mantém o pecado não referente a pecados ordinários, mas ao mais grave e final pecado, a apostasia. ('manter-se no pecado' pela NIV é uma adição interpretativa com a intenção de refletir o particípio presente d grego; aqui porém, pode ser que a tradução mais direta 'se pecamos' da KJV e RSV é uma tradução mais apropriada.) [NIBC: Hebrews, pg. 169]</blockquote>
<p>O paralelo com outras passagens de alerta em Hebreus apoiaria esta interpretação. O uso do particípio presente poderia também se referir à contínua rebelião que endurece o coração, que está especificamente em vista no resto da passagem.</p>
<p>A segunda parte da passagem nos informa que seu repúdio toma lugar "depois de receber o conhecimento da verdade". Esta é uma frase significativa especialmente à luz do uso do grego epignosis para "conhecimento". Vou citar do meu post sobre 2Pe 2:20 acerca da significância de como esta palavra grega é usada aqui:</p>
<blockquote>
É também significante que a palavra grega para "conhecimento" usada nessa passagem é epignosis. Esta palavra grega é predominantemente usada pelos escritores do Novo Testamento com referência a um conhecimento completo e abrangente, em contraste a um conhecimento investigativo ou superficial (gnosis). Strong diz sobe epignosis, "discernimento completo" [Strong's Exhaustive Concordance, #1922]. Kittel diz, "a epignosis composta pode assumir um sentido quase técnico para a conversão ao cristianismo" [Theological Dictionary of the New Testament, 121]. O dicionário expositivo Vine do Antigo e Novo Testamento diz sobre gnosis, "primariamente uma busca pelo saber, um inquérito, uma investigação", e sobre epignosis, "denota conhecimento, discernimento, reconhecimento exato ou completo, e é uma forma mais completa do No. 1 [gnosis], expressando um completo ou repleto conhecimento, uma maior participação pelo conhecedor do objeto conhecido, portanto mais poderosamente influenciando-o" [pg 631]. A NASB traduz epignosis como "real conhecimento" e, Fp 1:9 e "verdadeiro conhecimento" e, 2Pe 1:3,8. Em Cl 1:9 epignosis faz referência a "todo entendimento e sabedoria espirituais" e "ao espírito de revelação e sabedoria" em Ef 1:17 (veja também Filemom 4-6).</blockquote>
<p>Especialmente considere a linguagem salvífica em 1Tm 2:3,4, "Porque isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador; O qual quer que todos os homens se salvem e venham a conhecer [epignosis] a verdade", comparada com Hb 10:26, "Porque nós, ao percarmos voluntariamente depois de recebermos o conhecimento [epignosis] da verdade...". Enquanto esta é forte evidência em favor da visão de que o apóstata como alguém que teve uma completo e salvífico conhecimento da verdade, a escolha de epignosis, por si só, não demonstra que seja este o caso. Epignosis e gnosis são usadas de maneira intercambiável na Escritura, mas o sentido mais forte de epignosis não deve ser ignorado. Mesmo se gnosis fosse usada, o contexto ainda sugeriria conhecimento salvífico. Paul Ellingworth escreve em seu comentário sobre o texto grego que este "conhecimento da verdade" é:</p>
<blockquote>
...o conteúdo do Cristianismo como a absoluta verdade (Bauer 2b); 'o decisivo conhecimento de Deus que é implicado na conversão à fé cristã' (R Bultmann in TDNT 1.707). A linguagem não é típica do autor, e sugere uma fórmula. Os paralelos mais próximos no NT são 1Tm 2:4; 2Tm 2:25,3:7; Tt 1:1, todas sem artigo; cf. Jo 8:32, 1Jo 2:21; 2Jo 1... a visão de Kosmala (137) que o 'conhecimento da verdade' neste verso 'não inclui mesmo assim a fé em Jesus Cristo' não ganha apoio e é alienada do contexto. (The Epistle to the Hebrews: A Commentary on the Greek Text, pp 532, 533)</blockquote>
<p>A última parte do verso cria grandes problemas para o calvinismo acerca da doutrina da expiação limitada: "já não mais resta sacrifício pelos pecados". Repudiando a fé não existe mais nenhum sacrifício disponível ao apóstata. Porém, se o calvinismo está correto então jamais houve qualquer sacrifício feito para o apóstata desde sempre. O "apóstata", de acordo com o calvinismo, é na realidade apenas um reprovado que veio à borda da fé salvífica e então virou-se contra ela. O apóstata jamais colocou fé em Cristo e sua recusa apenas revela sua verdadeira natureza não-regenerada e irrevogavelmente reprovada. O calvinismo afirma que Cristo não morreu pelos reprovados e jamais fez qualquer provisão por seus pecados. Como então pode ser dito que pelo ato de apostasia "não mais resta sacrifício pelos pecados"? Esta dificuldade apenas se agiganta depois na passagem como logo veremos.</p>
<p>Alguns podem objetar que o verso pode ser entendido como simplesmente afirmando que não há outro sacrifício disponível para o apóstata voltar e nenhum outro sacrifício pode ser feito dado que Jesus morreu "uma vez por todas [em tempo]". O fato permanece, porém, que tal asserção parece desnecessária à luz da advertência em si já que nunca houve qualquer sacrifício providenciado para o apóstata (reprovado) se voltar em primeiro lugar (de acordo com o calvinismo). Parece claro também do contexto que o fato de nenhum sacrifício retar é diretamente conectado ao ato de apostasia em si em vez de algum decreto secreto que eternamente bloqueou os reprovados de quaisquer benefícios da expiação. O fato de não haver mais para onde voltar, então, é diretamente relacionado ao ato de rejeição (apostasia) e não a qualquer decreto secreto eterno.</p>
<p>Verso 27: Mas sim, uma certa terrível expectação de julgamento, e um ardor de fogo estando a ponto de devorar os adversários.</p>
<p>Não resta mais sacrifício pelos pecados do apóstata, mais há algo que permanece, a promessa de eterno julgamento abrasador. Este verso ensina plenamente que o destino do apóstata é o fogo do inferno. Este verso claramente ensina que o destino do apóstata é o inferno de fogo. O destino do apóstata é "e um ardor de fogo estando a ponto de devorar os adversários", dado que o apóstata se fez adversário de Deus mediante sua rejeição do sacrifício de Cristo e portanto sofrerá o destino dos inimigos de Deus.</p>
<p>Precisamos nos deter brevemente para considerar uma interpretação por alguns proponentes da segurança eterna incondicional que tenta traçar um paralelo entre esta passagem e 1Co 3:14-15:</p>
<blockquote>
Se a obra de alguém que construiu sobre ele permanecer, receberá recompensa. Se a obra de alguém se queimar, o construtor sofrerá perda; porém o tal se salvará, contudo, como que passado pelo fogo. {1Coríntios 3:14-15 BLIVRE}</blockquote>
<p>Baseados em seu entendimento de 1Co 3:14-15 é alegado que apenas uma perda de recompensas está em vista em Hb 10:27. Porém, o contexto de Hb 10:27 não permite tal interpretação dado que está descrevendo o destino do apóstata e não as suas recompensas. O apóstata se tornou inimigo de Deus e sofrerá a mesma ruína eterna de todos os inimigos de Deus. O paralelo com Hb 6:8 é significativo:</p>
<blockquote>
Mas produzindo espinhos e abrolhos, é reprovável, e perto está da maldição, cujo fim é ser queimada. {Hebreus 6:8 BLIVRE}</blockquote>
<p>É importante notar que a terra é queimada e não somente os espinhos e abrolhos. A terra representa claramente o estado final do apóstata em Hb 6:8 e faz paralelo com o estado final e destino dos apóstatas em Hb 10:27. É exegese forçada, na melhor hipótese, insistir que recompensas estão em vista em qualquer destas passagens. Devemos também comentar o contexto de 1Co 3:14-15. Aqueles que poderiam sofrer perdas são os construtores (Paulo e Apolo especificamente no contexto imediato, cf. 3:6-9) que firmaram na base de Jesus Cristo (versos 11-12).</p>
<p>A passagem fala da qualidade do trabalho realizado por aqueles que estavam firmes na fundação de Jesus Cristo. Apenas crentes podem estar em vista aqui, o que não é o caso de Hb 10:27. 1 Co 3:14-15 não fala do fruto da fé e o Santo Espírito na vida pessoal de alguém (p.ex. Jo 15:1-6; Gl 5:22-23), mas da qualidade e eficácia da obra ministerial em construir o corpo de Jesus Cristo (versos 12-15). Estes construtores permanecerão salvos porque eles se firmaram na fundação segura, mas não terão nada para mostrar de suas obras porque não se firmaram sabiamente. Seus esforços, entretanto, provarão ser em vão.</p>
<p>Versos 28,29: Menosprezando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdias sobre a palavra de duas ou três testemunhas; De quanto pior castigo pensais vós será julgado merecedor, aquele que pisou o Filho de Deus, e estimou por profano o sangue do Testamento, no qual ele foi santificado; e insultou o Espírito da graça?</p>
<p>Estes versos colocam imensa dificuldade para o calvinismo e enfrentaram alguns dos mais infelizes atos de tortura exegética por aqueles que desesperadamente tentam manter suas doutrinas do doloroso naufrágio das implicações claras destes versos.</p>
<p>Os versos 28 e 29 indicam que a punição em vista está além da morte física como fora notado acima. O escritor está aqui demonstrando a justiça de Deus em Seu furioso e eterno julgamento do apóstata que foi tão vividamente descrito no verso 27. Este "mais severo" castigo é bem merecido porque o apóstata "pisou o Filho de Deus, e profanou o sangue da aliança no qual fora santificado, e insultou o Espírito da Graça".</p>
<p>A maior dificuldade para o calvinismo nestes versos é o fato de que o apóstata é dito ter sido santificado pelo sangue da aliança. Discutiremos isto em outro momento, mas também é importante notar que o apóstata "pisou o Filho de Deus" e "insultou o Espírito da Graça".</p>
<p>A natureza e abrangência da expiação tomam foco nestas passagem em vista do justo julgamento divino para o apóstata. Precisamos lembrar que no calvinismo nenhuma provisão fora feita para o reprovado. Jesus Cristo não derramou Seu sangue pelo reprovado. Este sacrifício não foi intencionado para aqueles que Deus decretou destruir antes mesmo de o mundo ter sido criado. A maioria dos calvinistas diz que o Santo Espírito "passa ao largo" destes reprovados e nega-lhes a graça necessária para crerem e serem salvos.</p>
<p>Se o Santo Espírito não tem intenções de salvar os reprovados e deliberadamente reteve graça salvífica para eles, então como pode possivelmente ser dito que estes supostos "reprovados" (i.e. apóstatas) insultaram o Espírito da Graça? Em que sentido seria eles poderiam possivelmente terem pisado o Filho de Deus se o Filho de Deus não fez provisão para eles? Eles não rejeitaram verdadeiramente o sangue de Seus sacrifício, dado que tal sangue nunca fora intencionado ou providenciado para eles. Os reprovados não tem nada para rejeitar porque Deus não fez nada disponível a eles. Como então Deus está justificado em julgá-los acerca desta "rejeição"?</p>
<p>A passagem responde a esta questão para nós de uma maneira que cria ainda mais problemas para o precioso P do calvinismo. Os apóstatas são condenados porque o sangue de Cristo não foi apenas verdadeiramente derramado por eles mas de fato santificou-os. O ato decisivo de apostasia é, por esta razão, um tão grave pecado e completo insulto ao próprio Espírito da Graça que aplicou este sangue santificador da aliança (conf. 1 Pe 1:1,2; 2Ts 2:13). Este é o porquê de um apóstata merecer tão severa punição (verso 29).</p>
<p>Calvinistas estão bem a par das implicações destes versos e vieram com algumas maneiras engenhosas de aliviar a dificuldade. Examinaremos duas dessas interpretações propostas em nossos próximos dois posts. Após isto examinaremos os versos 31-39.</p>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 5: Hebreus 6:4-9</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 5: Hebreus 6:4-9</h1>
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<div class="section" id="audiencia">
<h1>Audiência</h1>
<p>Existe uma concordância geral que esta epístola foi escrita para crentes hebreus que estavam no meio de algum tipo de prova que ameaçava a sua fé. "Aos Hebreus" é uma adição posterior à epístola, mas é claro a partir do contexto da missiva que o escritor assumiu sua audiência ser bem familiar com a história e os rituais judaicos. O escritor de Hebreus parece ter alguns objetivos em mente que estão fortemente relacionados. Ele quer expor a supremacia de Cristo e alertar contra deserção dEle para algum sistema de crenças inferior e inadequado. Parece que sua ênfase na supremacia de Cristo é parcialmente, se não primariamente para o propósito de demonstrar aos seus leitores a ingenuidade e a natureza espiritualmente fatal de tal deserção. Ele parece particularmente focado em que seus leitores podem ser persuadidos a retornar ao judaísmo. Ele está também interessado sobre o fato de os efeitos endurecedores do pecado nos corações dos que o negligenciam. A natureza desse pecado não é sempre clara, apesar de que é certo que o escritor inspirado vê a culminação de tais pecados e a dureza espiritual que resulta deles como o decisivo e deliberado ato de apostasia.</p>
<p>Estou pessoalmente convencido que o escritor de Hebreus está especificamente abordando crentes e alertando-os do real perigo de apostasia pelo decorrer da epístola. Existem muitas passagens que podem ser referenciadas para apoiar tal conclusão, mas o capítulo três sozinho parece ser o suficiente. O escritor de Hebreus abordou sua audiência como "santos irmãos, participantes do chamado celestial" que confessaram a Cristo (verso 3). É a esses "santos irmãos" que o escritor dirige suas advertências contra permitir que seus corações sejam endurecidos, o resultado final de que é a apostasia que está em vista das numerosas passagens de advertência durante a epístola (3:8, 12, 13, 15, cf. 2:1-3; 4:1; 6:4-8; 10:26-39; 12:15-17, 25). Apesar disso, creio que mesmo se tomarmos a posição que o escritor de Hebreus enxergou algo na sua intencionada audiência sendo daqueles que ainda tinham feito uma genuína profissão de fé, as passagens de advertência que iremos examinar ainda dão conclusiva evidência que verdadeiros crentes podem abandonar a fé para sua própria ruína eterna.</p>
<p>Enquanto existem diversas destas passagens de advertência permeando a epístola, examinaremos apenas as advertências encontradas em Hebreus 6:4-9 e 10:26-39. Começaremos com uma breve análise de Hb 6:4-9, reconhecer algumas objeções a nossas conclusões, e nos mover para Hb 10:26-39, em que, creio eu, as principais objeções às nossas conclusões traçadas desde 6:4-9 serão suficientemente resolvidas. Este post focará em Hb 6:4-9 e o próximo post da série irá lidar com Hb 10:26-39.</p>
<blockquote>
Porque é impossível para aqueles que já foram iluminados uma vez, e experimentaram o dom celestial, e foram feitos participantes do Espírito Santo, E experimentaram a boa palavra de Deus, e os poderes do mundo futuro; E vierem a cair, outra vez renová-los para conversão; assim novamente crucificando o Filho de Deus para si mesmos, e o expondo à vergonha pública. Porque a terra que embebe a chuva, que frequentemente vem sobre ela, e produz erva proveitosa para aqueles por quem também é lavrada, recebe a bênção de Deus; Mas produzindo espinhos e abrolhos, é reprovável, e perto está da maldição, cujo fim é ser queimada. Mas quanto a vós, amados, confiamos melhores coisas, relacionadas à salvação, ainda que estamos falando assim. {Hebreus 6:4-9 BLIVRE}</blockquote>
<p>A posição arminiana é que tal passagem descreve indivíduos verdadeiramente salvos como sendo "iluminados" (veja Hb 10:32), e feitos "participantes do Espírito Santo". Esta "participação" do Santo Espírito significa completa participação, e não pode se referir a mera influência, como alguns têm alegado. Note que a mesma palavra grega é usada em Hb 3:1 -- " Portanto, santos irmãos, participantes do chamamento celestial, ...", em 3:14 – " Porque nós temos nos tornado participantes de Cristo, se na verdade retivermos firmemente até o fim o princípio desta confiança;", e 12:8 – " Mas se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois então bastardos, e não filhos.". Descrente algum pode corretamente ser dito participante de tal maneira. (Rm 8:9; Jo 14:15-17).</p>
<p>Eles também "experimentaram" o "dom celestial", "a boa palavra de Deus", e "os poderes do mundo futuro". A palavra "experimentou", bem como "participantes", denota não apenas parcial, mas uma completa experiência, como evidenciada pela maneira que a mesma palavra é usada sobre Jesus em Hb 2:9, "para que pela graça de Deus provasse a morte por todos". F. Leroy Forlines elabora sobre o uso da palavra "experimentar" pelo autor:</p>
<blockquote>
Esta é minha posição, que a palavra experimentar é uma das palavras mais fortes que se podia usar. No experimentar, sempre há uma consciência da presença do que está sendo provado. Sempre há uma familiaridade com as características distintivas do que está-se experimentando. Isto é evidenciado por 1Pe 2:3. Experimentando, o crente aprendeu que uma das características distintivas do Senhor é que Ele é gracioso. Também há o fato do contato no experimentar. Em outras palavras, provar pode ser chamado de reconhecimento consciente pelo contato.</blockquote>
<p>Ele continua...</p>
<blockquote>
Quando aplicamos as observações anteriores ao assunto em consideração, aprendemos que aqueles mencionados aqui tiveram uma experiência mediante a qual se tornaram conscientemente conhecedores do dom celestial. O dom celestial significa ou Cristo ou a salvação. Em todo caso, significaria que a pessoa deveria ser salva, porque apenas um salvo tem tal conhecimento de Cristo ou da salvação. (The Quest for Truth, pg. 278)</blockquote>
<p>Notamos também que a aparentemente hipotética tradução "se eles caírem" da NIV e da KJV é imprecisa. Todas as cláusulas estão no tempo aoristo no grego, denotando ação completa. Não existe nenhum "se" hipotético no texto grego. Os apóstatas descritos simplesmente caíram tão certamente quanto foram iluminados, feitos participantes do Santo Espírito etc. O tempo aoristo pode também demonstrar que o escritor inspirado está falando de instâncias reais de apostasia que já ocorreram. É provável que tais instâncias de real deserção são o que levou o escritor a compor sua epístola de exortação a estes crente judeus. Isto lançará mais luz no encorajamento e confidência expressos no verso 9:</p>
<blockquote>
Mas quanto a vós, amados, confiamos melhores coisas, relacionadas à salvação, ainda que estamos falando assim.{Hebreus 6:9 BLIVRE}</blockquote>
<p>Alguns têm concluído, baseado na confidência expressa no verso 9, que o escritor de Hebreus está falando apenas de hipotética deserção nos versos 4-6 que não poderia, de fato, atingir os crentes que ele está abordando no verso 9. Eles veem o alerta de Hb 6:4-6 como um alerta contra impossibilidades. Acrescentando ao uso do aoristo nos versos 4-6, Robert Shank corretamente observa:</p>
<blockquote>
Alguns apelam ao verso 9... para contender que tal apostasia não pode de fato ocorrer. Mas eles falham em abordar a transição da terceira pessoa ('aqueles, eles') nos versos 4-6 para a segunda pessoa ('vós') no verso 9. O escritor está confiante 'a vós amados' de 'melhores coisas', mas não a 'eles'. Enquanto ele está persuadido de que 'voś' ainda não apostataram, ele declara que 'eles' de fato o fizeram. Em vez de assumir que a apostasia que tragou 'eles' não pode atingir 'vós', o escritor mantém eles diante de 'vós' como um exemplo trágico exemplo para sua advertência solene e procede seriamente em exortar seus leitores, 'Mas desejamos cada qual de vós mostrar o mesmo cuidado, para a completa certeza da esperança, até o fim; Para que não vos façais negligentes, mas sejais imitadores dos que por fé e paciência herdam as promessas.'" (Life in the Son, pp. 177, 178)</blockquote>
<p>Alguns têm tomado a abordagem que todos os termos descritivos dos versos 4-6 poderiam justamente se referir a descrentes que vieram a 'encostar' na fé salvífica mas então a rejeitaram. Grudem toma esta abordagem em Still Sovereign. Ele se ocupa de lançar dúvidas à interpretação comum de que estes termos descritivos só podem ser usadas apropriadamente para crentes verdadeiros:</p>
<blockquote>
[Minha] interpretação ... seria argumentar que a visão [arminiana] tem sido prematura em chegar à conclusão que os termos devem descrever fé genuína salvífica e verdadeira regeneração. Ela argumenta, em vez disso, que uma examinação mais precisa dos termos usados os mostrará como inconclusivos acerca da questão de se elas de fato indicam salvação genuína. (Still Sovereign, ed. Shreiner and Ware, pg. 140)</blockquote>
<p>Grudem argumenta que estes termos podem ser usados de uma maneira diferente da que os exegetas arminianos têm desde muito assumido. Ele apela para a maneira que os termos são utilizados em outros trechos do NT e em fontes gregas extrabíblicas, bem como uma comparação com outros termos usados para descrever crentes na epístola. Estranhamente, ele crê ser este seu argumento mais significativo, mas o fato que outros termos são usados para descrever verdadeiros crentes em outros pontos da epístola de maneira alguma demonstra que os termos nos versos 4-6 não foram também intencionados para descrever bênçãos espirituais que apenas crentes regenerados podem experimentar.</p>
<p>Enquanto eu acho esta abordagem tensa e problemática em muitas frentes, estou convencido que o contexto da passagem, bem como uma comparação cuidadosa com a advertência similar dada em Hb 10:26-39, torna a argumentação extensiva de Gruden controversa. O ponto fatal de seu argumento, em minha opinião, não são os termos usados nos versos 4-6, mas seu entendimento da metáfora do campo usada nos versos 7-8. Grudem está convencido que as descrições do campo frutífero e do campo estéril fazem seu caso que os termos descritivos usados nos versos 4-6 não descrevem verdadeiros crentes [veja também Peterson and Williams, Why I Am Not An Arminian, pp 84-85]. Ele afirma:</p>
<blockquote>
... estes termos nos informam que as pessoas têm experimentado muitos dos estágios preliminares que geralmente precedem o começo de uma vida cristã, mas eles não nos informam que as pessoas têm experimentado qualquer dos decisivos estágios iniciais da vida cristã... Porém, um exame da metáfora do campo nos versos 7-8, que o autor usa para explicar os versos 4-6, mostrou que as pessoas em 4-6 eram como um campo que recebeu chuva frequente mas apenas brotou espinhos e abrolhos. Isto indica que, na mente do autor, as pessoas em 4-6 receberam muitas bênçãos mas jamais produziram bons frutos porque eles eram como chão ruim o tempo todo: Jamais houve verdadeira vida espiritual neles. (Still Sovereign, pg. 172)</blockquote>
<p>Revisitaremos esta alegação em um post futuro quando lidar com Hebreus 10:26-39. Grudem também apela para a confidência expressa pelo escritor de Hebreus nos versos 9-12, a qual nós brevemente tratamos acima. Por ora vamos dar uma olhada mais de perto no verso 6 para ver se a dita descrição destes apóstatas comporta com a alegação de Grudem que eles eram descrentes que "simplesmente tinham ouvido o Evangelho e experimentaram diversas das bênçãos da obra do Santo Espírito na comunidade cristã" (ibid., 172).</p>
<p>Verso 6: E vierem a cair, [é impossível] outra vez renová-los para conversão; assim novamente crucificando o Filho de Deus para si mesmos, e o expondo à vergonha pública.</p>
<p>O elemento importante a focar nesse verso são os fatos que estes apóstatas não podem ser renovados novamente para o arrependimento, e que por tuas ações eles têm recrucificado o Filho de Deus para si mesmos. A primeira coisa que se deve reconhecer é que estes apóstatas tinham se arrependido. Se este não fosse o caso então não seria próprio dizer que eles não podiam ser renovados novamente para arrependimento. Então que tipo de arrependimento está em vista aqui? Se este arrependimento fosse apenas superficial, então que importância tem que estes apóstatas não podiam ser novamente renovados para um arrependimento que nunca foi genuíno pra começo de história? A maneira mais natural de entender isto é que o escritor está descrevendo a impossibilidade de ser renovado novamente para o genuíno, e portanto salvífico, arrependimento. Esta é uma surpreendente e grave advertência, mas o peso dela só pode ser mensurado se o arrependimento sendo descrito é o salvífico.</p>
<p>Arrependimento, aqui, é a experiência de reorientação espiritual. Esta é a maneira que o autor usa a palavra justamente alguns versos depois de sua macabra advertência:</p>
<blockquote>
Portanto, deixando o princípio elementar da doutrina de Cristo, prossigamos adiante até à perfeição, não lançando de novo o fundamento da conversão de obras mortas, e da fé em Deus; {Hebreus 6:1 BLIVRE}</blockquote>
<p>Este "arrependimento" tem referência a uma rejeição das "obras mortas" em direção a Deus em fé. Você não pode ter uma sem a outra. Não se pode colocar a fé salvífica em Cristo enquanto ainda acorrentado às "obras mortas" (o que pode se referir ou a atos pecaminosos ou a tentativas de obter o favor de Deus mediante rituais judaicos obsoletos), e uma pessoa não pode verdadeiramente se arrepender de tais obras mortas sem também se retornar a Deus em fé. Arrependimento e fé são dois lados da mesma moeda. Ela pode ser descrita como um mover em direção a Deus visto de duas diferentes perspectivas. As observações de Forlines são excelentes:</p>
<blockquote>
Enquanto arrependimento inclui um 'desde' e um 'até', a ênfase do arrependimento está no 'até' em vez de no 'desde'. Arrependimento é uma palavra de avanço. Isto não é diminuir a importância do 'desde'. É colocar o foco primário no 'desde'. O 'até' o arrependimento é idêntico à fé. Em At 20:21 Paulo fala de arrependimento em direção a Deus. Em 2Tm 2:25 ele fala de 'arrependimento para o conhecimento da verdade'. Fé e arrependimento estão envolvidos entre si. Exercer fé implica uma mudança da descrença, seja lá de onde possa ser a descrença. Arrependimento termina em fé. Se falamos a uma pessoa para se arrepender, ou se falamos a ela para crer, estamos falando de fato a mesma coisa. Arrependimento reforça que mudança está envolvida. Fé reforça o fim a qual a mudança é direcionada. (The Quest for Truth, pp. 254, 255)</blockquote>
<p>Grudem, porém, parece cavar uma separação entre arrependimento das "obras mortas" e "fé em direção a Deus", mas só pode fazer isto apelando para passagens fora de Hebreus e que em nada têm relação com o texto em questão. Quatro das passagens que ele menciona na realidade servem melhor para estabelecer a conexão vital entre fé e arrependimento descrita acima por Forlines [Mc 1:15; At 19:4; 20:21; 26:20]. Manter estes como exemplos de arrependimento acontecendo sem referência à fé salvífica é petição de princípio. A única outra passagem que Grudem pode usar para manter seu caso perdido de pé é Lucas 17:3-4. Aqui ele argumenta que o arrependimento está sendo usado apenas como o pesar dos pecados, que não se encaixa com o arrependimento genuíno "para salvação" (Still Sovereign, pg. 149). O mais flagrante problema com o apelo de Grudem à passagem de Lucas é que ela está claramente abordando relacionamentos pessoais internos e não tem relação alguma com, arrependimento em direção a Deus; então ela claramente não está abordando arrependimento para salvação. Este não é, porém o, caso das passagens de Hebreus.</p>
<p>Com isto em mente, não temos razão para pensar destes apóstatas nada além de desertores dos genuínos fé e arrependimento salvíficos. De fato, em um sentido bem real estes apóstatas agora se "arrependeram" de sua anterior devoção a Cristo. Não é um caso de relapso ou uma falta geral de compromisso, mas um repúdio total da fé dantes mantida. Grudem concorda com a seriedade deste ato quando ele diz:</p>
<p>"Este é um repúdio público e escárnio de Cristo característico somente de descrentes de duro coração" (ibid. 151)</p>
<p>Esta realidade nos leva à segunda cláusula importante no verso 6, "...novamente crucificando o Filho de Deus para si mesmos, e o expondo à vergonha pública". É importante notar o "novamente" (isto é, mais uma vez, recrucificando, etc.) nesta frase já que ela é paralela ao "novamente" do arrependimento na primeira parte do verso. Bem tão certamente quanto eles repudiaram suas "obras mortas" em se voltar a Deus em fé salvífica; eles agora repudiaram o Senhor em cujo sangue um dia confiaram (cf. Hb 10:29). Eles deram uma guinada que levou a um estado de endurecimento cujos efeitos são permanentes. Eles não podem ser renovados novamente para arrependimento tendo agora plenamente "insultado" (Hb 10:29) o santo Espírito de Graça em quem eles vieram a participar mediante a fé no sangue que eles agora desprezam (Hb 6:4, cf. 10:26, 29). O contexto sugeriria que as "obras mortas" faladas em 6:1 incluem aquelas "obras" cerimoniais que prefiguravam Cristo. Os apóstatas anteriormente abandonaram estas práticas cerimoniais a fim de aderir à perfeita obra de Cristo em fé. Agora eles têm abandonado a obra perfeita de Cristo e retornaram, em descrença, a essas sombras agora sem sentido que o prefiguravam.</p>
<p>Ele depois chega à arbitrária conclusão que este arrependimento não era "arrependimento para vida". Grudem parece enxergar que tais apóstatas de alguma maneira tomaram uma "decisão de abandonar seus pecados" sem de fato segui-la. Mas não há garantia contextual alguma para tal assertiva. De fato, como vimos, o contexto argumenta fortemente contra tal interpretação desde que o verso 1 fala de verdadeiro arrependimento das obras mortas e fé em direção a Deus. Não há razão contextual para crer que o escritor de Hebreus tinha outra visão de arrependimento no verso 6. Certamente, se o autor estivesse subitamente descrevendo algo diferente do verdadeiro arrependimento, esperaríamos que ele desse alguma indicação disto a seus leitores. Esperaríamos especialmente algum qualificador desde que os termos descritivos usados nos versos 4-6 deveriam mais provavelmente ser entendidos por sua audiência com descrevendo verdadeiros crentes, e bem mais que isto já que estes termos diretamente seguem uma abordagem a genuínos, ainda que imaturos, crentes nos versos 1 e 2. Afirmar que a metáfora do campo removeria qualquer ambiguidade é empregar uma hermenêutica nada confiável. O método apropriado deveria ser interpretar a metáfora do campo à luz da clara linguagem dos versos 4-6 e não da outra maneira, tal como Grudem fizera. Notamos um erro semelhante na interpretação calvinista de 2Pe 2:20-22 aqui.</p>
<p>Para encerrar nós citamos novamente as importantes percepções de F. Leroy Forlines sobre a significância de tais apóstatas serem ditos como recrucificarem Cristo para si mesmos:</p>
<blockquote>
Em 6:6 é dito que 'eles crucificaram para si mesmos o Filho de Deus novamente'. Vamos notar que esta é uma crucifixão em relacionamento, quer dizer, para si mesmos. Um exemplo de crucifixão em relacionamento é encontrado em Gálatas 6:14 aonde Paulo diz, 'pelo qual o mundo me é crucificado, e eu ao mundo'. Enquanto a realidade é considerada, tanto Paulo quanto o mundo estavam vivos e ativos. Mas enquanto o relacionamento é considerado, eles estavam mortos um para o outro. Não havia relacionamento algum entre eles. O relacionamento de Cristo para um não-salvo é de um Cristo morto; mas para o salvo, é de um Cristo vivo. Uma pessoa não pode crucificar para si mesma o filho de Deus novamente a não ser que ela estivesse em uma relação viva com Ele; portanto, tal coisa só pode ser cometida por uma pessoa salva. (The Quest for Truth, pg. 279)</blockquote>
</div>
<div class="section" id="conclusao">
<h1>Conclusão</h1>
<p>Vimos até aqui que os termos descritivos usados em 6:4-5 só pode ser apropriadamente usado para verdadeiros crentes. Quaisquer dúvidas ou objeções a isto já foram suficientemente respondidas com um exame cuidadoso do verso 6. Apenas a verdadeiros crentes pode ser dito terem se arrependido de obras mortas, e apenas àqueles que caíram da fé genuína pode ser dito que recrucificaram o filho de Deus para si mesmos. Mencionamos que a metáfora do campo e a confidência expressa no verso 9 não negam as implicações dos versos 4-6 acerca da apostasia da fé genuína. Lidaremos mais com as objeções de Grudem acerca da metáfora do campo no nosso próximo post lidando com as advertências encontradas em Hebreus 10:26-39.</p>
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<tr><td>Título Original</td>
<td>Perseverance Of The Saints Part 5: Hebrews 6:4-9</td>
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<tr><td>Autor</td>
<td>kangaroodort</td>
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<td><a class="reference external" href="http://arminianperspectives.wordpress.com/2008/02/07/perseverance-of-the-saints-part-5-hebrews-64-9/">http://arminianperspectives.wordpress.com/2008/02/07/perseverance-of-the-saints-part-5-hebrews-64-9/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.is/3SI71">http://archive.is/3SI71</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 4: Novamente Enredados em Corrupção</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 4: Novamente Enredados em Corrupção</h1>
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<p>Vamos agora examinar 2Pe 2:20-22:</p>
<blockquote>
Porque se, por causa do conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, terem escapado dos enganos do mundo, e novamente se envolverem nelas, [e] forem vencidos, as últimas coisas têm se tornado piores do que as primeiras. Porque melhor teria lhes sido se não tivessem conhecido o caminho da justiça do que, conhecendo, terem se desviado do santos mandamento que tinha lhes sido entregue. Mas isto lhes sobreveio [conforme] um verdadeiro provérbio, [que diz]: O cão voltou ao seu próprio vômito; e a porca lavada [voltou] ao chiqueiro da lama. {2Pedro 2:20-22 BLIVRE}</blockquote>
<p>Pedro adicionalmente descreve a apostasia dos falsos mestres que são o sujeito dos versos 1 a 17. A linguagem dos versos sugere fortemente que estes falsos mestres foram crentes verdadeiros antes de sua completa submissão à sua natureza pecaminosa e deserção da fé. O Senhor os "havia comprado" (2:1, cf. 1 Cor. 6:20; 7:22, 23). Eles negaram Seu domínio se submetendo à natureza pecaminosa (versos 1-22). Eles "deixaram o caminho reto" e "se extraviaram" (verso 15). Judas descreve esses mesmos falsos mestres que "tendo tornado a graça de Deus em licenciosidade" como "duplamente mortos" (verso 12), sugerindo que eles uma vez experimentaram a vida espiritual.</p>
<p>Pedro poderia também descrever o grotesco estado daqueles que foram extraviados por esses falsos mestres. Nos versos 18 e 19 nós encontramos que estes falsos mestres estavam enganando aqueles que apenas acabaram de escapar "daqueles que viviam no erro". Em todo caso, o ponto importante é que Pedro está descrevendo os apóstatas, e que Pedro entende tais apóstatas como tendo sido verdadeiramente salvos antes de se tornarem "novamente envoltos" na corrupção da qual haviam escapado. Pedro deixa claro que este "escape" veio pelo "conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo". Há toda razão para crer que quando Pedro se refere a estes apóstatas como aqueles que vieram a este "conhecimento de Cristo", ele se refere a este conhecimento que resulta em salvação. Dizer outra coisa sugeriria que existem meios além do sangue derramado de Jesus Cristo pelos quais um pecador pode escapar da corrupção no mundo. Tal conceito é alienado a todo o Novo Testamento e certamente é estranho ao apóstolo inspirado.</p>
<p>É também significante que a palavra grega para "conhecimento" usada nessa passagem é epignosis. Esta palavra grega é predominantemente usada pelos escritores do Novo Testamento com referência a um conhecimento completo e abrangente, em contraste a um conhecimento investigativo ou superficial (gnosis). Strong diz sobe epignosis, "discernimento completo" [Strong's Exhaustive Concordance, #1922]. Kittel diz, "a epignosis composta pode assumir um sentido quase técnico para a conversão ao cristianismo" [Theological Dictionary of the New Testament, 121]. O dicionário expositivo Vine do Antigo e Novo Testamento diz sobre gnosis, "primariamente uma busca pelo saber, um inquérito, uma investigação", e sobre epignosis, "denota conhecimento, discernimento, reconhecimento exato ou completo, e é uma forma mais completa do No. 1 [gnosis], expressando um completo ou repleto conhecimento, uma maior participação pelo conhecedor do objeto conhecido, portanto mais poderosamente influenciando-o" [pg 631]. A NASB traduz epignosis como "real conhecimento" e, Fp 1:9 e "verdadeiro conhecimento" e, 2Pe 1:3,8. Em Cl 1:9 epignosis faz referência a "todo entendimento e sabedoria espirituais" e "ao espírito de revelação e sabedoria" em Ef 1:17 (veja também Filemom 4-6). Especialmente considere a linguagem, salvífica em 1Tm 2:3,4, {1Tm 2:3,4}</p>
<p>Nós esperaríamos especialmente que Pedro usasse a forma mais fraca da palavra em 2:20 dado que Pedro usa o sentido mais forte em 1:3, a qual não deixa dúvida que se está descrevendo verdadeiros crentes. Que Pedro usa a mesma palavra com o mesmo objeto ("conhecimento dEle", "conhecimento... de Jesus Cristo") para descrever esses apóstatas sugere que ele não descrevia falsos convertidos em 2:20 (veja abaixo acerca da linguagem paralela). Epignosis e gnosis são usadas de maneira intercambiável às vezes na Escritura, mas o senso mais forte de epignosis não deve ser ignorado, em especial porque Pedro parece usar epignosis com referência específica ao conhecimento salvífico durante toda a epístola. A escolha de Pedro por epignosis em 2:20, portanto, nos dá mais razão para identificar tais apóstatas como tendo sido verdadeiramente salvos antes de sua deserção.</p>
<p>O uso deliberado de Pedro da linguagem paralela em 2:20-22 com aquela usada em 1:1-4 é ainda mais admirável. Em 1:1-4 Pedro descreve seus leitores como aqueles tendo "fé ... do mesmo tipo da nossa" que receberam o dom da "vida" e "piedade" mediante o "conhecimento dEle que nos chamou para Sua própria glória e excelência". Ele fala deles que é por esses dons de vida, piedade, e conhecimento que eles "se tornaram participantes da natureza divina" e têm "escapado da corrupção que está no mundo pela luxúria". Os paralelos descritos em 2:20-22 são notáveis:</p>
<blockquote>
Como seu divino poder tem nos dado tudo o que [pertence] à vida e devoção, por meio do conhecimento daquele que nos chamou à glória e virtude; Pelas quais nos são dadas grandíssimas e preciosas promessas, para que por meio delas sejais participantes da natureza divina, tendo escapado da corrupção que há no mundo pelo mau desejo. Porque se, por causa do conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, terem escapado dos enganos do mundo, e novamente se envolverem nelas, [e] forem vencidos, as últimas coisas têm se tornado piores do que as primeiras.{2Pedro 1:3-4, 2:20 BLIVRE}</blockquote>
<p>Há toda razão para cogitar que Pedro esteja descrevendo crentes tanto em 1:1-4 e 2:20. É exegese extremamente forçada insistir que estes que "participam da natureza divina" e "escaparam da corrupção no mundo" são de um tipo diferente que aqueles que "escaparam da corrupção no mundo conhecendo nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.</p>
<p>Alguns dirão que aqueles descritos em 2:20-22 apenas "pareciam" ter escapado da corrupção no mundo. Não há garantia contextual para tal suposição. Se estes apóstatas apenas "aparentavam" ter escapado da corrupção do mundo, então que sentido se pode dizer que eles se tornaram "novamente enredados" nessas corrupções?</p>
<p>John Goodwin escreve daqueles que seriam tão arrojados ao afirmar que tais "apóstatas" eram:</p>
<blockquote>
... todos estes enquanto mais malditos hipócritas e dissimuladores. Agora o Santo Espírito deveria dizer, que tais descrentes, pessoas interiormente cheias de malignidade e imundícia, os mais vis hipócritas e dissimulados, haviam 'escapado da corrupção do mundo', especialmente 'mediante o conhecimento' (ou melhor, reconhecimento), en epignosei 'do Senhor e Salvador Jesus Cristo', é para mim, e eu penso para todos os outros homens imparcialmente interessados, o primogênito dos inacreditáveis. Pode ser dito a um homem ter escapado de seus inimigos enquanto ainda permanece sob o seu poder, e está em maior perigo de sofrer males do que jamais esteve antes? Ou ele, por ser iluminado, não mantém a verdade em injustiça, continua interiormente cheio de malícia e malignidade, apenas se dissimulando com um exterior hipócrita, ou mera profissão de santidade, tanto quanto ou ou mais que sob o poder e o comando do pecado, com possibilidade de perecer eternamente pelo pecado, como sempre foi ou poderia ser antes de sua iluminação? (Redemption Redeemed, ed., John Wagner, pg. 115)</blockquote>
<p>Alguns tentam evitar as implicações desta passagem aplicando imensa ênfase na natureza dos animais descritos no provérbio citado no verso 22, "Mas isto lhes sobreveio [conforme] um verdadeiro provérbio, [que diz]: O cão voltou ao seu próprio vômito; e a porca lavada [voltou] ao chiqueiro da lama.". Eles afirmam que os descritos nesse verso só podem ser hipócritas e falsos convertidos porque Pedro jamais os descreveria como "cães e porcos" aqueles que um dia foram as ovelhas de Cristo. Desde que Pedro os descreve como cães e porcos, deveríamos repousar seguros que suas naturezas jamais forma mudadas pela verdadeira conversão e regeneração.</p>
<p>Robert Shank corretamente nota:</p>
<blockquote>
Muitos têm contra-argumentado que os homens de quem Pedro escreve jamais foram verdadeiramente salvos. Eles apelam às metáforas no verso 22. Os filhos de Deus, dizem eles, não podem ser comparados a cães ou porcas. Mas aqueles que assumem que a referência de Pedro a apóstatas como cães ou porcas prova que eles jamais estiveram debaixo da graça não assume que a referência de Jeremias aos filhos de Israel em Judá como "jumento selvagem" prova que eles jamais foram 'as ovelhas de seu pasto'. O epíteto vergonhoso foi aplicado a Jeremias (Jr 2:4) apenas após as pessoas terem abandonado o Senhor (Jr 2:13; 17:13) e se voltado para a idolatria. Igualmente, é apenas após eles 'terem abandonado o caminho correto e se extraviado' que Pedro compara os apóstatas a cães e porcas. Ele poderia igualmente ter se referido a eles como jumentos selvagens. Mas havia provérbios conhecidos acerca de cães e porcas que ilustravam habilmente seu caso. Vamos aceitar este registro em seu valor de face. Ignorar o significado óbvio das assertivas de Pedro recorrendo a pressuposições arbitrárias acerca de seu uso de metáforas é, para dizer o mínimo, imprudente. (Life In The Son, pp. 175, 176)</blockquote>
<p>O antigo teólogo metodista John Fletcher fez a seguinte observação acerca da objeção que as "ovelhas" do Senhor não podem deixar de ser outra coisa além de "ovelhas":</p>
<blockquote>
Multidões, que vivem em pecado aberto, constroem suas esperanças no céu em cima de um erro similar; digo, sobre a ideia não-escritural que eles fixam na palavra escritural ovelha. "Uma vez que eu ouvi a voz do Pastor", diz uma dessas almas laodiceanas; "eu o segui, e portanto sou uma de suas ovelhas; e agora, ainda que eu siga a voz de um estranho, que me leve de todos os tipos de pecado, em adultério e assassinato, eu sou sem dúvidas uma ovelha: pois jamais ouvi falar de uma ovelha se tornando cabra". Tais pessoas não reparam que nosso Senhor chama de "ovelhas" aqueles que ouvem a sua voz, e "cabras" aqueles que seguem a do tentador. Nem mesmo consideram que se Saulo, um lobo atroz, "respirando mortandade" contra as ovelhas de Cristo, e "trazendo destruição" de seu pequeno rebanho, pôde em um espaço curto de tempo ser mudado tanto em ovelha e pastor; Davi, uma ovelha inofensiva, poderia, em um espaço curto de tempo, começar a ser uma cabra com Bate-Seba, e provar um lobo em pele de cordeiro a seu marido.</blockquote>
<p>Ele então oferece o seguinte "solilóquio ridículo" para "...mostrar a absurdidade e perigo de repousar doutrinas sólidas em fundações tão arenosas como o senso particular que alguns homens bons dão a algumas poucas expressões escriturais":</p>
<blockquote>
Aqueles mesmos judeus que o Batista e nosso Senhor chamaram de 'ninhada de víboras e serpentes', foram logo depois comparadas a 'pintinhos', que Cristo desejou 'reunir como a galinha faz com sua ninhada'. Que bela mudança houve aqui! As serpentes viraram pintinhos! Agora, já que jamais ouvi falar de pintinhos virando víboras, concluo que aqueles judeus, mesmo quando eles vêm ao Nosso Senhor como 'fortes touros de Basã', como 'leões rugindo ao derredor', eram verdadeiros pintinhos ainda. E de fato, por que não seriam eles pintinhos tão verdadeiros como Davi fora uma verdadeira ovelha quando assassinou Urias? Eu me enojo esta doutrina que mantém que um homem pode ser um pintinho ou ovelha hoje, e uma víbora ou cabra amanhã. Mas estou um pouco embaraçado. Se ninguém vai para o inferno além de cabras, e ninguém vai ao paraíso além de ovelhas, para onde os pintinhos vão? E 'os lobos em pele de cordeiro'? E em que limbo do paraíso ou inferno devemos colocar a 'raposa Herodes', os cães que 'voltam ao vômito', e o suíno, diante do qual 'não atiraremos pérolas'? São todos eles espécies de cabras, ou algum tipo particular de ovelhas? "Minhas dificuldades crescem! A Igreja é chamada pomba, e Efraim é chamado de uma pomba doente. A pomba doente deve ser admitida entre as ovelhas? Seus caso parece ser bem duvidoso. O cabelo da esposa no Cântico é dito como sendo 'um rebanho de cabras', e pastores de Cristo são representados como 'crianças famintas, ou cabras jovens, ao lado de suas barracas'. Penso se estas jovens cabras se tornam jovens ovelhas, ou se todas elas continuam destinadas a continuar reprovadas! Mas o que mais me confunde é que os babilônios são comparados no mesmo verso com 'cordeiros, carneiros e cabras'. Seriam eles mestiços eleitos, ou mestiços reprovados, ou alguns dos monstros espirituais de Elisha Coles?" (Works of Fletcher Vol. 1, pp. 197-199, Wesleyan Heritage Collection CD)</blockquote>
<p>Robert Picirilli conclui seu tratamento de 2Pe 2:22 com a seguinte observação:</p>
<blockquote>
Aqueles que tentam mitigar o ensino de Pedro sugerindo que a verdadeira natureza da porca e do cão não mudou, e que isto implica que tais falsos mestres apóstatas jamais foram regenerados, estão forçando as ilustrações além do que elas intentam transmitir. De fato, o provérbio deve ser interpretado pelas palavras mais claras que as precedem e não de outra forma. Os parágrafos anteriores expressam precisamente o que os provérbios intentavam transmitir. (Grace, Faith, Free Will, pg. 232)</blockquote>
<p>Picirilli está realmente correto sobre que precisamos olhar a clara linguagem das passagens que precedem este descritivo provérbio a fim de propriamente entender o significado intencionado por Pedro. É exegese desesperada fazer pressuposições baseado na natureza dos animais descritos no provérbio e daí tentar inseri-las no claro contexto dos versos 20 e 21. A alegação que esses "cães" e "porcos" só podem se referir a os que jamais foram verdadeiramente ovelhas ignora o contexto do capítulo. Ela estupidamente trivializa o fato que Pedro descreve tais apóstatas como tendo verdadeiramente "escapado" da corrupção no mundo mediante "o conhecimento [epignosis] de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" antes de se tornarem "novamente enredados" nesta corrupção. Ademais, ela ignora a relevância exegética da descrição paralela em 2Pe 1:1-4, que usa uma linguagem quase idêntica para descrever aqueles que "como os da fé" que são "participantes da natureza divina". O uso do provérbio foi para ilustrar adicionalmente o retorno dos apóstatas à corrupção. Isto é bem o oposto de demonstrar que eles jamais escaparam da corrupção. Bem como um cão retorna ao que ele expeliu, e uma porca lavada volta à lama, assim têm estes apóstatas, após terem escapado da corrupção, retornado a estas imundícias.</p>
<p>Ainda outros podem reconhecer que tais apóstatas foram uma vez realmente regenerados enquanto insistindo que eles devem apenas perder suas recompensas celestiais e não a salvação. Como então Pedro fala que "seria melhor a eles não terem conhecido o caminho da retidão, do que tendo-o conhecido, se virarem contra o comando divino entregue a eles"? Como poderia possivelmente ser melhor jamais terem conhecido o caminho da virtude, e perecer para sempre, do que ter conhecido o caminho da retidão apenas para perder algumas recompensas celestiais? Os advogados dessa posição realmente creem que estes que adentram os benefícios do Céu com consideravelmente menos recompensas estão piores do que os que sofrerão eternamente no inferno?</p>
<p>Apesar das tentativas de alguns em resgatar sua teologia do claro ensino de 2Pe 2:20-22, estas passagens servem como um rígido lembrete de que aqueles que vieram a ter um conhecimento salvífico de Jesus Cristo podem ainda retornar a uma vida de pecados, abandonar a fé, e perecer em tal estado sem esperança alguma.</p>
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<tr><td>Título Original</td>
<td>Perseverance Of The Saints Part 4: Again Entagled In Corruption</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>kangaroodort</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="http://arminianperspectives.wordpress.com/2007/11/19/perseverance-of-the-saints-part-4-again-entagled-in-corruption/">http://arminianperspectives.wordpress.com/2007/11/19/perseverance-of-the-saints-part-4-again-entagled-in-corruption/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.is/WNSf5">http://archive.is/WNSf5</a></td>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 3: A Antiga Oliveira</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 3: A Antiga Oliveira</h1>
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<p>Esta passagem é bem semelhante em significado e aplicação como a passagem anteriormente discutida a partir do discurso de Cristo e, João 15. É bem possível que Paulo fosse familiar com o ensino de Cristo sobre a Videira e os ramos, e tinha Seu discurso em mente enquanto escrevia sobre a oliveira em Romanos 11:15-24:</p>
<blockquote>
Porque se sua rejeição é a reconciliação do mundo, o que será seu aceitação, se não vida dentre os mortos? E se as primícias são santas, a massa também é; e se a raiz é santa, os ramos também são. E se alguns dos ramos são quebrados, e sendo tu uma oliveira ruim, foste enxertado neles, e feito participante da raiz, e da nutrição da oliveira boa; Não te glories contra os ramos; e se contra eles te gloriares, lembra-te de que não és tu o que sustentas a raiz, mas é a raiz que te sustenta. Então tu dirás: Os ramos foram quebrados para que eu fosse enxertado. Certo; mas eles foram quebrados por causa da incredulidade, e tu estás de pé por causa da fé. Por isso, não te orgulhes, mas teme; Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, pode ser que ele também não te poupe. Observa, pois, a bondade e severidade de Deus; a severidade sobre os que caíram, mas a bondade sobre ti, se permaneceres na bondade; de outra maneira, tu também serás cortado. Porém também eles, se não permanecerem na incredulidade, serão enxertados; porque Deus é poderoso para enxertá-los de volta. Porque tu foste cortado da natural oliveira ruim, e contra a natureza enxertado na oliveira boa; quanto mais estes, que são os naturais, serão enxertados em sua própria oliveira. {Romanos 11:15-24 BLIVRE}</blockquote>
<p>Esta passagem da Escritura é problemática para o Calvinismo em múltiplos níveis. Paulo está discutindo o estado de Israel por toda a extensão dos capítulos 9 a 11. Calvinistas creem que Rm 9:6-24 é um texto primário para suas doutrinas de eleição incondicional particular e reprovação irrevogável. Não é difícil chegar a tal entendimento do texto quando o restante do contexto de Rm 9-11 é ignorado. Esta tem sido a prática comum a muitos exegetas calvinistas. James White ignora completamente Rm 9:30-33 e Rm 11:15-32 em sua exegese de Romanos 9 em 'The Potter's Freedom'. Este é um comportamento estranho, especialmente quando consideramos que Rm 9:30-33 representa a conclusão de Paulo para seu argumento preliminar em Rm 9:1-29. Da mesma forma, Piper [The Justification Of God] e Schreiner [Still Sovereign] negligenciam em dar a Rm 11:15-32 qualquer tratamento exegético em seus trabalhos respectivos de Romanos 9 e eleição [Schreiner discute brevemente 11:23, 26, mas apenas a para o fim de demonstrar que a eleição é para salvação em Rm 9-11].</p>
<p>Paulo não mudou de assunto em Romanos 11:15-24. Ele ainda discute os judeus reprovados descritos anteriormente em Rm 9:6-24. O que ele disse concernente a esses judeus é incômodo para a interpretação calvinista de eleição incondicional e reprovação irrevogável. Paulo fala em termos de uma antiga oliveira. Esta árvore representa o verdadeiro Israel de Deus. É a eleição do povo de Deus em Cristo. A árvore não pode representar o Israel nacional dado o fato que muitos dos ramos [judeus] foram "quebrados" da verdadeira Israel e estão alienados à salvação em Cristo. Paulo, porém, mantém a esperança nestes judeus quebrados. Ele afirma claramente que eles podem ainda ser enxertados se não persistirem na sua incredulidade. Esta verdade se choca com a crença calvinista de que estes judeus descrentes foram reprovados devido a um decerto eterno e irrevogável. Se Paulo realmente ensinava tal conceito de reprovação em Romanos 9, então ele não poderia manter esperança por estes judeus em Romanos 11:23,30-32.</p>
<p>A dificuldade adicional que esta passagem coloca para o calvinismo é a plena declaração de Paulo de que aqueles que agora se mantêm na fé podem ainda assim serem quebrados mediante a descrença:</p>
<blockquote>
Então tu dirás: Os ramos foram quebrados para que eu fosse enxertado. Certo; mas eles foram quebrados por causa da incredulidade, e tu estás de pé por causa da fé. Por isso, não te orgulhes, mas teme; Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, pode ser que ele também não te poupe. Observa, pois, a bondade e severidade de Deus; a severidade sobre os que caíram, mas a bondade sobre ti, se permaneceres na bondade; de outra maneira, tu também serás cortado. {Romanos 11:19-22 BLIVRE}</blockquote>
<p>Calvinistas tradicionalmente tentam resolver a dificuldade de duas maneiras. A primeira maneira é afirmar que os ramos não representam indivíduos, mas nações. Os ramos quebrados representam a nação de Israel, e os ramos enxertados representam os gentios como um grupo de pessoas. O problema com esta interpretação é que Paulo está claramente falando de ramos individuais que foram quebrados e enxertados no verdadeiro Israel de Deus. Os ramos claramente representam judeus individuais, porque nem toda a nação fora rejeitada. Existem judeus crentes [o remanescente] que permaneceram na oliveira. Os ramos enxertados representam indivíduos gentios como apenas os gentios crentes que vieram a desfrutar o favor e eleição de Deus. É somente crendo que os gentios podem ser chamados de descendentes espirituais de Abraão, e está alem de qualquer argumentação que nem todos os gentios se uniram a Cristo.</p>
<p>Joseph R. Dongell provê um excelente sumário:</p>
<blockquote>
Paulo distingue a chamada irrevogável da nação de Israel como um todo a partir do destino dos indivíduos israelitas. Enquanto o destino final do povo de Cristo é absolutamente certo, o futuro de cada indivíduo é determinado pela sua contínua fé e confiança em Deus. Gentios que creem são enxertados na antiga árvore, enquanto judeus que caem em descrença são quebrados. Desde que fé é a única condição para continuar enxertado, Paulo emite tanto um alerta quanto uma esperança. Por um lado, aqueles gentios que recentemente foram recentemente enxertados na antiga árvore mediante a fé devem humildemente se guardar contra a queda em descrença, desde que eles também poderiam ser arrancados da árvore. Por outro lado, os ramos naturais jogados ao chão podem "ser anexados em sua própria oliveira" se "não persistirem na incredulidade" (Rm 11:23-24). Em outras palavras, o destino do povo de Deus como um todo é inalterado ao longo das eras, apesar de cada ramo individual participar da salvação apenas se ele permanecer enxertado pela fé (Jo 15:5-6). Como Paul Achtemeier explica, Paulo ensina destino sem ensinar determinismo individual. [Walls and Dongell, Why I Am Not A Calvinist, page 87]</blockquote>
<p>Parece que a interpretação do texto que exclui a individualidade dos ramos é bem difícil de sustentar.</p>
<p>A segunda explicação calvinista é a usual de que os ramos quebrados só podem representar falsos convertidos e hipócritas que jamais tiveram a fé salvífica para começar. Esta interpretação é impossível de se sustentar dado o fato que Paulo fala de tais ramos como presentemente permanecendo pela fé. Se é a fé que os faz "permanecer" então ela tem que ser genuína. É por causa da sua presente fé que eles podem ser ditos estar na oliveira eleita. Paulo ademais confirma isto quando alerta estes gentios, que foram enxertados pela fé, que eles podem ainda ser quebrados se eles não "continuarem na Sua bondade". Eles continuam entre o corpo eleito enquanto elas permanecerem na fé. Se elas não continuarem, então Deus irá tratá-las da mesma maneira que os judeus descrentes que foram quebrados antes deles. Eles também seriam cortados "pois não há parcialidade com Deus". Se os ramos que Paulo alerta representam falsos convertidos, eles jamais estariam na árvore em primeiro lugar. Como então eles poderiam ser quebrados?</p>
<p>Talvez possamos adicionar uma terceira interpretação. Talvez alguns diriam que Paulo está meramente apresentando uma construção hipotética e alertando estes ramos de impossibilidades. Que efeito possível tal alerta levaria para aqueles que não podem possivelmente ser vítimas das consequências? Se os ramos permanecem pela fé, e aqueles que começam na fé inevitavelmente continuarão na fé [de acordo com o calvinismo], então por que alertá-los a continuar com o temor de serem cortados fora? Se Deus causa os crentes a continuar na fé, então alertá-los a continuar é sem sentido. Se Deus infalivelmente preserva o crente, e fé é um dom que não podemos ajudar mas nele continuar; então alertar alguém a continuar na fé seria tão inútil quanto a advertir alguém que está ligado a um respirador a "continuar respirando".</p>
<p>Alguns dirão que as advertências são os meios de Deus pelos quais Ele assegura a perseverança de Seus santos. Onde então está a doutrina da segurança eterna? Podemos ser verdadeiramente convencidos de que estamos eternamente seguros, e também tomando as advertências de queda seriamente? Se estamos eternamente seguros então não há perigo de ser cortado da verdadeira Israel de Deus. Se o perigo é real, então não há segurança incondicional. Se nós formos a nossa caixa de correspondências e encontrarmos uma nota na qual se lê, "Não abra esta caixa, ou um tigre de 270 quilos irá emergir e te devorar", deveríamos tomar tal advertência seriamente? Deveria tal impossível consequência realmente nos preocupar e nos prevenir de pegar nossas cartas?</p>
<p>Parece, então, que o calvinismo falha em oferecer uma solução válida para o ensino claro de Rm 11:15-24 que aqueles que se permanecem em fé podem ainda ser quebrados para sua própria ruína eterna. Vamos levar a sério o enfático alerta de Paulo: "Por isso, não te orgulhes, mas teme; Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, pode ser que ele também não te poupe. Observa, pois, a bondade e severidade de Deus; a severidade sobre os que caíram, mas a bondade sobre ti, se permaneceres na bondade; de outra maneira, tu também serás cortado. {Romanos 11:20-22 BLIVRE}"</p>
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<caption>META</caption>
<colgroup>
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</colgroup>
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<tr><td>Título Original</td>
<td>Perseverance Of The Saints Part 3: The Ancient Olive Tree</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>kangaroodort</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="https://arminianperspectives.wordpress.com/2007/10/31/perseverance-of-the-saints-part-3-the-ancient-olive-tree/">https://arminianperspectives.wordpress.com/2007/10/31/perseverance-of-the-saints-part-3-the-ancient-olive-tree/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.is/HLpeo">http://archive.is/HLpeo</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
</div>
</body>
</html>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-20290443588647841062017-04-02T02:10:00.000-07:002017-04-02T02:13:01.994-07:00Perseverança dos Santos Parte 2<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 2: A Videira e Os Ramos</title>
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<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 2: A Videira e Os Ramos</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<p>Antes de examinarmos João 15, quero dar um esboço geral de como eu imagino essa série se desdobrando. Começarei examinando aquilo que eu considero ser as cinco passagens da Escritura que eu creio que ensinam o mais claramente que verdadeiros crentes podem cometer apostasia (Jo 15:1-6; Rm 11:18-23; Hb 6:4-8,10:26-39; 2 Pe 2:20-22). Iremos então observar as passagens mais usadas pelos advogados da perseverança inevitável para verificar se eles realmente ensinam tal doutrina. Finalmente, vamos descobrir qual entendimento da perseverança se conforma melhor com o que a Bíblia ensina acerca da segurança da salvação.</p>
<p>Em Jo 15:1-6 se lê:</p>
<blockquote>
Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o tira; e todo o que da fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como o ramo de si mesmo não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim vós também não, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não estiver em mim, é lançado fora, como o ramo, e seca-se; e os colhem , e os lançam no fogo, e ardem.{João 15:1-6 BLIVRE}</blockquote>
<p>Jesus está falando diretamente aos Seus discípulos que já estão nEle. Eles estão limpos (podados). Sua situação atual não está em questão. Eles são ramos atados à videira verdadeira (verso 5). É muito importante entender que Jesus está falando de indivíduos salvos. Eles têm vida porque estão atados à fonte da vida. Jesus não está falando sobre como alguém pode vir a estar nEle (ser salvo). Ele está falando da importância de permanecer nEle. Algumas traduções, como a Young's Literal Translation, traduzem "estar" como "permanecer". Também pode-se entender como "continuar". Os ramos na videira verdadeira devem permanecer nEle para que continuem a desfrutar da vida eterna que flui dEle. Ninguém pode ter vida fora de Cristo. O crente permanece em Cristo mediante a fé e continuará a produzir frutos da fé e vida enquanto ele permanecer em Cristo. Quando um galho cessa em permanecer (mediante a fé), como indicado pela ausência de frutos, ele é cortado. Eis uma vívida e concisa figura da natureza da apostasia. O apóstata não é alguém que jamais esteve na videira, mas alguém que não permaneceu na videira. Apenas crentes verdadeiros podem ser ditos estar genuinamente na videira. Nenhum descrente pode ser dito estar "em Cristo".</p>
<p>Esta passagem mina a definição calvinista de apostasia. Jesus não fala daqueles que jamais estiveram nele. Ele não está falando acerca da igreja visível. Ele está falando acerca daqueles que estavam na videira verdadeira, que é o próprio Cristo: "Eu sou a videira verdadeira". Os ramos da videira verdadeira só podem ser crentes verdadeiros. Falsos professores não podem ser ditos estar na videira verdadeira.</p>
<p>O calvinista está correto ao afirmar que o ramo cortado representa um descrente. A questão relevante não é se o ramo que foi cortado é um descrente ou não, mas se este descrente era anteriormente um crente que estava na "videira verdadeira" ou não. É impossível concluir de outra forma quando nós permitimos Cristo definir Seus próprios termos.</p>
<p>As objeções calvinistas não se sustentam pelas seguintes razões:</p>
<ol class="arabic">
<li><p class="first">Jesus define a Si Mesmo como a videira verdadeira e os ramos como estando "em Mim". Robert Shank aponta bem o absurdo de insistir que Jesus está falando de Si Mesmo apenas como a igreja visível:</p>
<blockquote>
<p>Incapazes de negar que os 'ramos' definham e são lançados fora, os proponentes da segurança incondicional se encontram na necessidade de 'definir' os ramos. Bispo Ryle portanto contende que "não se pode mostrar que 'um ramo em Mim' deve significar um crente em Mim. isto significa nada aleḿ de 'um membro professante de Minha Igreja, um homem junto à companhia de Meu povo, mas não junto a mim." Tal contenção é necessária, claro, se alguém está a defender a doutrina da segurança incondicional. Mas alguns de nós acham difícil conceber Jesus dizendo a seus apóstolos 'Eu sou a videira, e todos vocês que são os membros de minha Igreja e estão juntos à companhia de meu povo apesar de não necessariamente estarem juntos a Mim, são os ramos em Mim.' (Life In The Son, pg.45)</p>
</blockquote>
</li>
</ol>
<p>Ele então cita outra tal "definição" de ramos:</p>
<blockquote>
Semelhantemente, Hengstenberg cita Lampe ao falar 'Em um certo sentido até os hipócritas podem ser ditos estar em Cristo, parcialmente porque, no relacionamento externo da Igreja, eles partilham do sacramento da união com Cristo, e portanto se ostentam a si mesmos de estarem em Cristo; parcialmente porque eles são estimados por outros por ser como se pertencessem ao corpo místico, ou pelo menos são tolerados na comunhão externa dos discípulos". Mas, novamente, é difícil conceber Jesus dizendo 'Eu sou a videira, e todos aqueles que partilham do sacramento no relacionamento externo da Igreja e que portanto se ostentam de estar em Mim e são estimados por outros como se fossem do corpo místico, ou pelo menos são tolerados na comunhão externa dos discípulos, são os ramos'(ibid. 45, ênfase dele)</blockquote>
<p>Ele finaliza citando João Calvino:</p>
<blockquote>
Semelhantemente, numa tentativa de reconciliar esta passagem com sua teologia, Calvino declara que ' ... muitos são supostos estar na videira, de acordo com a opinião dos homens, que na realidade não tem raiz na videira.' Verdadeiro, mas irrelevante. Pois Jesus não fala das opiniões dos homens, mas sobre realidades solenes -- sobre as coisas como elas são, não como os homens podem imaginar que sejam. Afirmamos firmemente que qualquer definição dos ramos que não possa ser facilmente inserida no discurso do Salvador sem um sentido de flagrante incompatibilidade é obviamente inadmissível. E novamente, é impensável que Cristo deva dizer 'Eu sou a videira, e todos os que são supostos estar em mim de acordo com a opinião dos homens, alguns deles não tendo raiz na videira, são os ramos'. (ibid. 45,46)</blockquote>
<p>Estou de pleno acordo com a conclusão de Shank:</p>
<blockquote>
Tais definições arbitrárias dos ramos, ridículas como são, não obstante são inevitáveis para todos que negam que Jesus ensinou que homens que são verdadeiros crentes podem em última análise abandonar a fé e falhar em continuar nEle, sendo assim, arrancados e ressecados, e finalmente queimados (ibid, 46)</blockquote>
<ol class="arabic simple" start="2">
<li>Jesus está falando daqueles que cessam de "permanecer" nEle, e não dos que jamais foram dEle em primeiro lugar. É absurdo pensar que um ramo pode ser cortado ou lançado da videira à qual jamais estava junto.</li>
<li>Jesus está diretamente abordando Seus discípulos que eram verdadeiramente salvos.</li>
<li>O ramo que é "lançado fora" da vinha é dito "murchar" ou "secar" antes de ser lançado ao fogo. É sem sentido falar de um ramo já morto e seco (como seria o caso de um hipócrita ou falso convertido) secando ou murchando. Tais coisas só são ditas de ramos que uma vez possuíram vida. O faro de um ramo murchar é claro indicativo que ele alguma vez possuiu vida. A única maneira pela qual um ramo pode uma vez ter vivido foi mediante o ser ligado à videira (Jesus Cristo -- a única fonte de vida espiritual).</li>
</ol>
<p>Conclusão: parece que quando permitimos ao texto falar por si mesmo, devemos nos submeter à realidade da apostasia. Devemos igualmente concluir que a apostasia dita nesta passagem tem referência a a verdadeiros crentes abandonando a fé e sendo removidos da videira. A concepção calvinista de apostasia (deixar algo que jamais se você foi parte verdadeira) é incompatível com a linguagem clara do discurso de Jesus. Robert Shank bem afirmou, "Vamos aceitar pelo valor de face a grave e amorosa advertência de nosso Salvador que é de fato possível a nós perder a vida eterna falhando em continuar nEle 'que é nossa vida' "(ibid. 46)</p>
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<table border="1" class="docutils">
<caption>META</caption>
<colgroup>
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</colgroup>
<tbody valign="top">
<tr><td>Título Original</td>
<td>Perseverance Of The Saints Part 2: The Vine And The Branches</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>kangaroodort</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="https://arminianperspectives.wordpress.com/2007/10/18/perseverance-of-the-saints-part-2-the-vine-and-the-branches/">https://arminianperspectives.wordpress.com/2007/10/18/perseverance-of-the-saints-part-2-the-vine-and-the-branches/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.is/3PxJG">http://archive.is/3PxJG</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
</div>
</body>
</html>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-86385976674339780462017-04-02T01:06:00.000-07:002017-04-02T02:08:41.944-07:00Perseverança dos Santos Parte 1<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>Perseverança dos Santos Parte 1: Definições</title>
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<div class="document" id="perseveranca-dos-santos-parte-1-definicoes">
<h1 class="title">Perseverança dos Santos Parte 1: Definições</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<p>Minha próxima série de posts lidará com o tópico da perseverança. Perseverança dos Santos é representada no calvinismo pela letra P da TULIP. A maioria dos calvinistas repousa seu entendimento da perseverança na certeza da eleição incondicional eterna. Aqueles que foram eleitos desde a eternidade para salvação não podem falhar em perseverar até o fim e alcançarão destino de vida eterna que Deus decretou para eles. Alguns calvinistas também repousam tal doutrina na natureza da expiação. Este fundamento é problemático e pretendo explorá-lo em posts futuros.</p>
<p>Uma distinção é necessária no que concerne as diferentes maneiras como a perseverança é entendida entre os diversos pontos de vista doutrinários. Creio que estes pontos de vistas caem em três categorias, como se segue:</p>
<p><strong>Perseverança no Arminianismo</strong>: Arminianos creem que é necessário para o redimido perseverar na fé salvífica a fim de atingir a vida eterna no porvir [salvação final]. Mantemos que crentes verdadeiros que experimentaram a regeneração genuína pode de fato cair da fé e perecer eternamente. Tomamos as palavras de Jesus em Mateus 10:22 literal e seriamente: "E sereis odiados por todos por causa de meu nome; mas aquele que perseverar até o fim, esse será salvo." Mantemos que é responsabilidade do crente continuar na fé salvífica, enquanto reconhecendo a dependência da graça e o poder de Deus em realizar isto.</p>
<p><strong>Perseverança no Calvinismo</strong>: calvinistas, bem como arminianos, creem que é necessário para o redimido perseverar na fé salvífica a fim de atingir a vida eterna no porvir [salvação final]. Eles creem que aquele que é verdadeiramente salvo não pode falhar em perseverar na fé salvífica. Ele não negará que alguns parecem cair, mas mantêm que os os verdadeiramente regenerados jamais cairão da fé e salvação.</p>
<p>Eles dirão que apostasia somente demonstra que a profissão de fé de alguém não era genuína e que o "apóstata" jamais fora verdadeiramente regenerado pra início de assunto. A deserção do "apóstata" simplesmente revela que sua conversão inicial era espúria. O calvinista, então, entenderá Mt 10:22 como significando "Aqueles que são [verdadeiramente] salvos irão [por necessidade] perseverar até o fim". Por esta razão prefiro chamar o entendimento calvinista de perseverança de "perseverança inevitável".</p>
<p><strong>Perseverança entre calvinistas "moderados"</strong>: eu me refiro aqui àqueles que essencialmente descontam a necessidade de perseverança de qualquer tipo acerca da salvação final. Esta posição é mantida por um espectro vasto de cristãos evangélicos hoje em dia. É difícil dizer como eles devem ser chamados. Enquanto muitos se afirmam calvinistas moderados, outros provavelmente rejeitam tal rótulo. Ele é geralmente dado por aqueles que consideram a si mesmos arminianos em qualquer outra área significativa da soteriologia. Poderíamos chamar eles de calvinistas de um ponto [mantendo o P da TULIP] ou arminianos de 4 pontos. Esta visão é especialmente proeminente entre os Batistas do Sul e é avidamente promovida por professores bem conhecidos como Charles Stanley, Chuck Swindoll e Tony Evans. Este entendimento de perseverança ensina que uma vez que uma pessoa põe fé salvífica em Jesus Cristo, nada pode mudar o destino eterno desta pessoa. Ele mantém que um crente verdadeiro pode retornar a uma vida de malignidade, morrer num estado de não-arrependimento, e ainda assim ser salvo ao fim. Este ponto de vista chega a afirmar que um verdadeiro crente pode depois repudiar a fé, morrer em descrença, e ainda ter sua entrada no Reino Eterno de Deus garantida [com consideravelmente menos recompensas celestiais, ou nenhuma]. Esta visão de perseverança cunhou o termo "cristão carnal" que é definida como cristãos cujos estilos de vida em nada podem ser distinguidos das vidas malignas dos não-regenerados.</p>
<p>Em meus próximos posts examinarei escrituras importantes para determinar quais das definições acima de perseverança se encaixa melhor com o relato bíblico.</p>
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</colgroup>
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<tr><td>Título Original</td>
<td>Perseverance Of The Saints Part 1: Definitions</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>kangaroodort</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="http://arminianperspectives.wordpress.com/2007/10/08/perseverance-of-the-saints-part-1-definitions/">http://arminianperspectives.wordpress.com/2007/10/08/perseverance-of-the-saints-part-1-definitions/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.is/1jJcg">http://archive.is/1jJcg</a></td>
</tr>
</tbody>
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</html>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-43612155336368704732017-03-25T15:10:00.000-07:002017-04-02T02:08:41.935-07:00Perseverança dos Santos por Kangaroodort (INDEX)<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>Perseverança dos Santos por Kangaroodort (INDEX)</title>
</head>
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<div class="document" id="perseveranca-dos-santos-por-kangaroodort-index">
<h1 class="title">Perseverança dos Santos por Kangaroodort (INDEX)</h1>
<ul class="simple">
<li>Parte 1 de 13</li>
<li>Parte 2 de 13</li>
<li>Parte 3 de 13</li>
<li>Parte 4 de 13</li>
<li>Parte 5 de 13</li>
<li>Parte 6 de 13</li>
<li>Parte 7 de 13</li>
<li>Parte 8 de 13</li>
<li>Parte 9 de 13</li>
<li>Parte 10 de 13</li>
<li>Parte 11 de 13</li>
<li>Parte 12 de 13</li>
<li>Parte 13 de 13</li>
</ul>
</div>
</body>
</html>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-81455081278838792232017-03-11T17:14:00.000-08:002017-03-11T17:14:49.397-08:00CONCLUSÃO (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>Conclusão</title>
</head>
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<div class="document" id="conclusao">
<h1 class="title">Conclusão</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<p>Então, para resumir, de acordo com a interpretação agostiniana/calvinista, que assume fé em Cristo para salvação e surgiu em oposição ao pelagianismo e à Igreja Católica Medieval:</p>
<blockquote>
Paulo começa o trecho angustiado pelo fato de Israel fracassar em vir à salvação pela fé em Cristo(Rm 9:1-5).
A resposta de Paulo é que nem todos os de Israel são Israel – isto é nem todo israelita é eleito (Rm 9:6).
Paulo demonstra que a prerrogativa de Deus eleger quem ele quer, mostrando a eleição de Isaque sobre Ismael e de Jacó sobre Esaú (Rm 9:7-13).
Deus tem misericórdia apenas de quem Ele escolhe ter misericórdia, e endurece os restantes, como exemplificado por Faraó (Rm 9:14-18).
Neste ponto, Paulo imagina um interlocutor que articula a disputa arminiana: se Deus escolheu endurecer alguém como Faraó, como pode Deus então julgá-lo pelo que ele estava predestinado a fazer?(Rm 9:19) Paulo repreende o interlocutor pela sua impiedade, e usa a alegoria oleiro-barro para reiterar que Deus tem o direito de eleger alguns e reprovar outros como Ele julgar conveniente (Rm 9:20-21).
Paulo então acrescenta, como argumento de apoio, o fato de que quando Deus escolhe reprovar alguém como Faraó, ele tem que suportar pacientemente seu pecado e arrogância, mas o faz a fim de demonstrar Sua Glória aos eleitos, que acabam por estar tanto entre gentios como também entre judeus (Rm 9:22-24).
Ele, portanto, traz a discussão de volta à questão da incredulidade dos judeus em Cristo, da qual sua discussão sobre a eleição foi uma digressão.</blockquote>
<p>A partir deste ponto, o restante do capítulo é tratado com relação à questão judeu-gentio e a salvação pela fé, em oposição às obras, sem referência explícita à eleição (versos 25 a 33).</p>
<p>A presente interpretação que apresentamos aqui reconhece a significativa mudança de paradigma que ocorre no primeiro século em respeito à identidade do povo de Deus. Ela contrasta com a visão tradicional em termos de manter em mente durante todo o texto as questões dominantes dos judeus e da salvação pela fé.</p>
<blockquote>
Ela inicia, como antes, com Paulo angustiado pelo fracasso de Israel em vir à fé em Cristo (Rm 9:1-5).
Ele tem que enfrentar a oposição judaica que, se o Evangelho estivesse correto, isto acarretaria que as promessas de Deus aos judeus haviam falhado. Sua resposta é que as promessas de Deus não falharam, mas outros estão herdando-as, porque nem todo Israel é Israel – ou seja, nem todo Israel seguira Abraão em fé (Rm 9:6).
Descendência étnica de Abraão não é o suficiente para ser considerado "filho de Abraão", como os exemplos de Ismael e Esaú demonstram; A Israel já foram concedidas bênçãos imerecidas, comparando com outros descendentes de Abraão (Rm 9:7-13).
Portanto Deus não é injusto se ele agora está excluindo os descendentes de Jacó que não vêm em fé, porque qualquer um que ele abençoa, mesmo Moisés, é um objeto de Sua misericórdia (Rm 9:14-16). Deus pode optar por poupar um tempo até mesmo para alguém como Faraó, que Deus escolheu endurecer – sabendo que ele mesmo iria se endurecer em resposta ao desafio de Deus – a fim de Deus glorificar-Se a Si mesmo mediante aquela pessoa, o que pode ser visto tanto como um exemplo de misericórdia tanto quanto de endurecimento de Deus (Rm 9:17-18).
A implicação é que foi os judeus receberam misericórdia no passado, mas não há garantia de misericórdia no futuro se eles não vierem à fé em Cristo. O interlocutor hipotético pergunta por que Deus ainda culpa os judeus, se foi Ele quem os endureceu (Rm 9:19), recusando-se a reconhecer que os judeus foram endurecidos bem como Faraó o fora, pela sua própria recusa obstinada em se arrepender. Paulo então os repreende, e usa a metáfora oleiro-barro para ilustrar que Deus sempre tratou Israel na base de seu arrependimento, e são apenas aqueles que se recusam a arrepender-se que contra-argumentam que foi Deus que os fez ser como são (Rm 9:20-21).
Paulo então argumenta que Deus tem de lidar pacientemente com os "objetos de ira" – os incrédulos – a fim de tornar sua glória conhecida aos "objetos de misericórdia" – aqueles que vêm à fé, e que ele especificamente identifica como vindos tanto não apenas dentre os judeus mas também dentre os gentios (Rm 9:22-24). As citações-suporte de Isaías e Oseias esclarecem o ponto: que muitos daqueles que os judeus pensavam estar excluídos da aliança (os gentios) ao final estavam sendo incluídos, enquanto muitos dos que os judeus achavam estar inclusos na aliança (eles mesmos) estavam na verdade excluídos (Rm 9:25-29).
A base segundo a qual os gentios foram incluídos e os judeus não é explicitada em Rm 9:30-33: é que os gentios estão obtendo a justificação mediante a fé, enquanto os judeus a perseguem pelas obras.</blockquote>
<p>Prós e Contras</p>
<p>Pode-se argumentar contra esta interpretação que a tradicional é mais simples e direta do texto em Romanos, e que ela não endereça assuntos do judaísmo étnico ou justificação pela fé, nenhum dos quais é referenciado de modo claro na passagem (Rm 9:14-23). Para tal, podemos responder que a interpretação tradicional é mais simples em virtude da maior familiaridade com ela, e porque assume certas interpretações das citações do Antigo Testamento que são simples mas demonstravelmente falsas, uma vez que o contexto é devidamente compreendido. O assunto do judaísmo étnico domina Rm 9-11, e portanto pode ser seguramente assumido de uma passagem que não o referencie explicitamente, enquanto a justificação pela fé é o tema dominante da Missiva aos Romanos como um todo, e é a rejeição dos israelitas pela justificação mediante a fé que provoca a presente discussão. Por outro lado, a interpretação tradicional lê o texto pressupondo a eleição incondicional individual, que é uma doutrina discutível, certamente não sendo um tema presente em Romanos de 1 a 8, e não seguindo de Romanos 9:25.</p>
<p>Em essência, Paulo está falando do Israel étnico algo muito próximo do que os intérpretes reformados veem. Ele está falando a eles que Deus tem o direito de escolher quem ele quer para estar entre o povo da aliança. Mas ele não está falando isto a eles porque Deus escolheu não eleger a maioria deles. Ele está falando isto porque o paradigma de inclusão no povo da aliança mudou, do Israel que seguia a Lei para qualquer um que venha à fé em Cristo. Israel se sentiu enganada por esta mudança de paradigma, logo Paulo explica que Deus não tem obrigação nenhuma para os descendentes físicos de Abraão; de fato, Paulo demonstra pelo Antigo Testamento que seu relacionamento com Israel sempre foi à base de arrependimento.</p>
</div>
</body>
</html>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-91648790509987556832017-03-11T16:17:00.000-08:002017-03-11T16:17:19.764-08:00OBJETOS DE IRA E DE MISERICÓRDIA (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>Objetos de ira e de misericórdia</title>
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<div class="document" id="objetos-de-ira-e-de-misericordia">
<h1 class="title">Objetos de ira e de misericórdia</h1>
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<p>Sugerir que o propósito do barro é determinado e inalterável do ponto de vista divino vai de encontro à forma como esta alegoria é usada no restante da Escritura: "E se Deus, querendo mostrar sua ira, e dar a conhecer seu poder, suportou com muita paciência os vasos de ira, preparados para a perdição?"(Rm 9:22). Novamente, assume-se aqui que os "objetos de ira" são os não-eleitos, representados por Faraó, Ismael e Esaú. Mas no contexto dos capítulos de 9 a 11, o principal interesse de Paulo é que os judeus não estão vindo a Cristo. Os "objetos de ira", então, são a maioria da nação de Israel. A paciência com a qual Deus tem suportado eles reflete Seu desejo de vê-los arrependidos (Rm 2:4). Não obstante, enquanto eles permanecem como objetos de ira, recusando-se a arrepender-se, eles são preparados para a destruição. "Preparado para a destruição" ecoa Provérbios 16:4:</p>
<blockquote>
O Senhor fez tudo para um fim; sim, até o ímpio para o dia do mal. {Provérbios 16:4 Almeida Recebida}</blockquote>
<p>Mas "os perversos" não são necessariamente uma categoria estática: o desejo de Deus é que eles "se arrependam e vivam (Ez 18:23; 30-32).</p>
<blockquote>
“E {se Ele fez isto} para que também desse a conhecer as riquezas de sua glória nos vasos de misericórdia, que de antemão preparou para a glória?" {Rm 9:23}</blockquote>
<p>Uma das razões pelas quais Deus tolera os perversos – mesmo aqueles que ele pré-conhece que não se arrependerão – é para fazer conhecidas "as riquezas de sua glória". Podemos racionalmente perguntar como a paciência de Deus alcança este propósito. Podemos facilmente entender como o julgamento de Deus alcançaria isto, demonstrando aos "objetos de misericórdia" o justo julgamento do qual eles foram resgatados. Mas isto não explica como a paciência de Deus em retardar Seu julgamento alcança isto. Talvez isto simplesmente exalta a Soberana Majestade de Deus – Ele não precisa amedrontar ou "fazer alguma coisa" com os perversos: seu fim já está assegurado. Mas parece mais razoável reconhecer que os "objetos de sua misericórdia" são neste momento "objetos de ira" (Ef 2:3) mas escaparam de tal ira mediante o arrependimento e a fé. Para eles, certamente, as "riquezas de Sua Glória" são realmente reveladas, porque eles reconhecem que só pela misericórdia de Deus durante sua vida pregressa de rebelião é que eles receberam esperança de salvação. Portanto, as categorias "objetos de ira" e "objetos de misericórdia" são dinâmicas, não estáticas. A inclusão de um indivíduo nestas categorias é baseada na resposte deste mesmo indivíduo à oferta da graça. <a class="footnote-reference" href="#fn2" id="id1">[1]</a></p>
<p>No verso seguinte, Paulo torna-se mais explícito na sua identificação dos "objetos de misericórdia". Eles são "nós, a quem ele também chamou, não só dentre os judeus mas também dentre os gentios" (Rm 9:24). Aqui Paulo explicitamente volta ao tema original (Rm 1-6), apoiando a ideia as qual que ele jamais se afastou. A ofensa aos judeus é que Deus está agora abertamente chamando pessoas dentre os gentios, bem como aquelas dentre os judeus que aceitaram a fé em Cristo. Paulo sustenta seus comentários a partir de mais citações do Antigo Testamento. Ele cita Oseias 2:23 e 1:10 no sentido de que aqueles que anteriormente não eram incluídos na nação da aliança seriam incluídos entre aqueles que ele chama "meu povo". Ademais, ele cita Isaías 10:22-23 e 1:9 no sentido de os salvos dentre Israel seriam apenas o "remanescente".</p>
<p>Em outras palavras, para aqueles judeus que se valiam da etnia e aderência à Lei para sua inclusão entre o povo de Deus, Paulo mostra a partir das próprias Escrituras Hebraicas que eles não tinham razão alguma para contar com isto. Portanto, ele sumariza seu próprio argumento nos versos 30 a 32. "Os gentios, que não procuravam a justiça, a obtiveram". De que maneira? "Pela fé". Paulo deixa claro que é este o critério, esta é a questão: gentios estão vindo à justificação pela fé. Israel, entretanto, adotou "uma lei de justiça ... não pela fé mas como que pelas obras". A questão não é que Deus soberanamente escolheu apenas uns poucos judeus mas muitos gentios; a questão é que Israel rejeitou a fé como a característica determinante da nação da aliança, em favor de continuar a confiar na Lei. Portanto, o dom gratuito da salvação pela fé em Cristo é uma pedra de tropeço para os que não creriam, mas "aquele que nela confia não será envergonhado" (Rm 9::33, citando Is 8:14, 28:16).</p>
<hr class="docutils" />
<table class="docutils footnote" frame="void" id="fn2" rules="none">
<colgroup><col class="label" /><col /></colgroup>
<tbody valign="top">
<tr><td class="label"><a class="fn-backref" href="#id1">[1]</a></td><td>Certamente, tudo isto levanta a questão de se e como os réprobos são habilitados a vir à fé em Cristo. Se eles não o são, à parte da aplicação da graça irresistível destinada somente aos eleitos, então a posição calvinista se mantém mesmo com esta interpretação. Uma discussão detalhada das passagens relevantes de Efésios 2 está fora do âmbito deste estudo; porém, é discutível que os dois primeiros capítulos de Efésios também tratam do relacionamento entre judeus e gentios, como é deixado claro no restante do livro, e que o ponto de Paulo em Efésios 2 é identificar os crentes judeus ("nós também", Ef 2:1) com os gentios (destinatários) em sua comum experiência de serem "mortos em delitos e pecados" antes da conversão, se referência específica de como a conversão fora efetuada.</td></tr>
</tbody>
</table>
</div>
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</html>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-7312055259294242162017-03-11T14:37:00.000-08:002017-03-11T16:18:18.647-08:00O OLEIRO E O BARRO (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)<?xml version="1.0" encoding="utf-8" ?>
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<title>O Oleiro e o Barro</title>
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<div class="document" id="o-oleiro-e-o-barro">
<h1 class="title">O Oleiro e o Barro</h1>
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<p>Então, o interlocutor se pergunta "Por que Deus ainda nos culpa?" A disputa dos intérpretes reformados sempre foi que se os arminianos estivessem corretos, a resposta óbvia ao interlocutor seria que o interlocutor deve usar seu livre arbítrio para vir a Deus em fé; se ele o fizesse, não seria condenado. Porém, isto é um mal-entendido. O interlocutor não pergunta por que Faraó ou os judeus não podem vir a Deus em fé; o interlocutor está perguntando por que a fé em Cristo deve ser necessária. Isto é, como pode Deus culpar o judeu por esperar estar entre o povo escolhido porque ele é judeu? – em outras palavras, porque ele era descendente de Abraão e porque ele guardava (num sentido relativo) a Lei? Como pode Deus culpar os judeus por falharem em vir à fé em Cristo, visto que a fé não era o que os judeus foram levados a esperar como critério para eleição?</p>
<p>Pode ser objetado que nem a questão judeu/gentio nem a fé são de contexto imediato aqui. Devemos lembrar que justificação pela fé forma a base do raciocínio de Paulo em todo o trecho de Romanos 1-8, e que Romanos 9-11 forma uma resposta estendida para o que esta doutrina significa para os judeus. Paulo está defendendo sua tese que a palavra de Deus jamais falhou, e que nem todo descendente de Israel constitui o Israel de Deus (Rm 9:6). Paulo explicitamente chega a esta conclusão de seu argumento em Romanos 9:30-32. Somente separando Rm 10-24 do contexto é que esta passagem seria interpretada primariamente em termos da eleição incondicional individual.</p>
<p>Paulo então responde a seu interlocutor, "Quem és tu, ó homem, para retrucar a Deus?" (Rm 9:20). Se a questão do verso 19 significar "Por que os reprovados são julgados por não terem vindo à fé?" a resposta continua insatisfatória. Mas se a questão significar "Por que as pessoas escolhidas por Deus – Israel – têm que vir à fé em Cristo?" então a resposta faz bastante sentido. Não nos cabe definir os critérios de Deus para inclusão na comunidade da aliança.</p>
<p>Paulo então parafraseia um trecho de Isaías 29:16 em apoio à sua recusa do interlocutor. "Pode a coisa criada dizer a quem a criou “por que me fizeste assim?"” (Rm 9:20). A seção de Isaías da qual esta paráfrase foi feita é digna de nota:</p>
<blockquote>
[13] Por isso o Senhor disse: Pois que este povo se aproxima de mim, e com a sua boca e com os seus lábios me honra, mas tem afastado para longe de mim o seu coração, e o seu temor para comigo consiste em mandamentos de homens, aprendidos de cor;
[14] portanto eis que continuarei a fazer uma obra maravilhosa com este povo, sim uma obra maravilhosa e um assombro; e a sabedoria dos seus sábios perecerá, e o entendimento dos seus entendidos se esconderá.
[15] Ai dos que escondem profundamente o seu propósito do Senhor, e fazem as suas obras às escuras, e dizem: Quem nos vê? e quem nos conhece?
[16] Vós tudo perverteis! Acaso o oleiro há de ser reputado como barro, de modo que a obra diga do seu artífice: Ele não me fez; e o vaso formado diga de quem o formou: Ele não tem entendimento? {Isaías 29:13-16 Almeida Recebida}</blockquote>
<p>Claramente este trecho se refere a pessoas cuja adoração a Deus é meramente pretensa, e que pensam que podem planejar e fazer o mal sem o conhecimento ou a interferência de Deus. Não apenas nesta passagem, que é diretamente citada em parte, mas de fato em todas as passagens nas quais esta ilustração barro-oleiro é usada (Is 45:1-13, 64:4-8; Jr 18:1-10) se referm a pessoas que estão debaixo de julgamento por causa de sua falsa adoração e desprezo a Deus e Sua Lei, e ou implica ou especificamente oferece restauração aos arrependidos (Is 29:17-19, 45:14,22; 64:9-12). Jeremias 18:6-10 claramente indica que o "barro" não é meramente passivo:</p>
<blockquote>
[1] A palavra que veio do Senhor a Jeremias, dizendo:
[2] Levanta-te, e desce à casa do oleiro, e lá te farei ouvir as minhas palavras.
[3] Desci, pois, à casa do oleiro, e eis que ele estava ocupado com a sua obra sobre as rodas.
[4] Como o vaso, que ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro, tornou a fazer dele outro vaso, conforme pareceu bem aos seus olhos fazer.
[5] Então veio a mim a palavra do Senhor, dizendo:
[6] Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? diz o Senhor. Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.
[7] Se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação, e acerca dum reino, para arrancar, para derribar e para destruir,
[8] e se aquela nação, contra a qual falar, se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que intentava fazer-lhe.
[9] E se em qualquer tempo eu falar acerca duma nação e acerca dum reino, para edificar e para plantar,
[10] se ela fizer o mal diante dos meus olhos, não dando ouvidos à minha voz, então me arrependerei do bem que lhe intentava fazer.{Jeremias 18:1-10 Almeida Recebida}</blockquote>
<p>Deus soberanamente decidiu o que fazer acerca do barro: ele resolveu responder ao barro de acordo com seu arrependimento ou obstinação. Citando a metáfora oleiro/barro em Romanos 9:20, Paulo essencialmente afirma aos judeus que Deus lidará com eles de acordo com o seu arrependimento – como Ele sempre disse que faria. O "barro" aqui na citação não se refere aos não-eleitos; se refere a Israel, que não sente ser necessário vir a Cristo. O interlocutor que acredita que Israel deveria ser salvo por causa de sua etnia é lembrado que o arrependimento sempre foi requerido para a salvação – até mesmo a do judeu. A imagem é do barro culpando sua posição sobre o oleiro, em vez de humildemente pedir para ser remoldado.</p>
<p>Paulo então pergunta, "Não tem o oleiro direito sobre o barro, para fazer um vaso para honra e outro para desonra?". A ofensa aqui é precisamente que Israel, que se imaginava um "vaso para honra" em comparação aos gentios, que estariam na posição de vasos de desonra. Significativamente, em 2Tm 2:20-21, Paulo indica que as escolhas de uma pessoa determinam que tipo de uso se fará delas:</p>
<blockquote>
[20] Ora, numa grande casa, não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de madeira e de barro; e uns, na verdade, para uso honroso, outros, porém, para uso desonroso.
[21] Se, pois, alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e útil ao Senhor, preparado para toda boa obra.
[22] Foge também das paixões da mocidade, e segue a justiça, a fé, o amor, a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor.
{2 Timóteo 2:20-22 Almeida Recebida}</blockquote>
</div>
</body>
</html>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-1781939036355427532017-03-11T13:42:00.000-08:002017-03-11T13:43:43.596-08:00FARAÓ (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)<!DOCTYPE html>
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<title>Faraó</title>
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<div class="document" id="farao">
<h1 class="title">Faraó</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<p>Paulo reforça sua afirmação de que a doutrina de fato não implica injustiça em Deus citando Ex 33:19, em que, em referência a Moisés, Deus afirma:</p>
<blockquote>
<p>Porque diz a Moisés: Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia, e terei compaixão de quem me aprouver ter compaixão.{Romanos 9:15 Almeida Recebida}</p>
</blockquote>
<p>Como em Romanos Paulo segue para discutir o Faraó em Êxodo, esta citação é ordinariamente entendida para primariamente implicar sua negação – que Deus tem também o direito de recusar misericórdia e compaixão a quem Ele quiser. Porém, em seu contexto original no Livro do Êxodo, Deus não faz esta afirmação para justificar Sua recusa de misericórdia a alguém, mas sim para justificar sua concessão a Moisés de mostrar-lhe Sua Glória (Ex 33:18). Isto vem do contexto mais amplo do episódio do bezerro de ouro e da destruição das primeiras Tábuas do Testemunho (Ex 32-33). A conversa de Moisés com Deus (Ex 33:12-20) aparenta revelar uma preocupação genuína de que Deus abandonaria Seu povo e que Moisés seria deixado para guiá-los por conta própria. O fato de Moisés ter que talhar o segundo o segundo par de Tábuas levou alguns especialistas a sugerir que Moisés não era totalmente indesculpável na sua resposta aos israelitas. Uma subsequente explosão de raiva impediria Moisés de adentrar a Terra Prometida. Não obstante, Deus escolheu ter misericórdia de Moisés e permiti-lo ver Sua Glória. Portanto, como Paulo nota em Rm 9:16, o favor de Deus "não depende do desejo ou esforço do homem, mas da misericórdia de Deus". Mesmo Moisés não recebeu bênçãos como resultado de seguir a Lei ou ser da descendência de Abraão. Ele foi um receptor da graça de Deus. Aqueles que esperam as bênçãos de Deus baseados em etnia ou em seguir os mandamentos divinos não poderiam se exaltar nisto, nem mesmo acima de Moisés a este respeito!</p>
<p>Paulo então se torna para Faraó:</p>
<blockquote>
<p>Pois diz a Escritura a Faraó: Para isto mesmo te levantei: para em ti mostrar o meu poder, e para que seja anunciado o meu nome em toda a terra. {Romanos 9:17 BLIVRE}</p>
</blockquote>
<p>Isto é tipicamente tomado como significando que Faraó foi posto numa posição de poder especificamente para ser destruído pelas pragas no Egito, e então significando que Deus pode, com justiça, criar pessoas para o propósito de condená-las e assim glorificar-Se a Si mesmo. Novamente, examinando-se a citação em seu contexto original nos dá outra visão:</p>
<blockquote>
<p>Pois agora eu estenderei minha mão, para te ferir a ti e ao povo com pestilência; e serás tu cortado da terra.E deveras por este motivo eu te levantei, para mostrar em ti o meu poder, e que meu nome seja anunciado por toda a terra. {Êxodo 9:15-16 King James}</p>
</blockquote>
<p>Em outras palavras, o ponto que o SENHOR levanta em Faraó não era que Ele iria destruir Faraó para mostrar Seu poder, mas que Ele não havia ainda destruído Faraó, a fim de demonstrar Seu poder. A nota de margem da Bíblia NIV captura este sentido perfeitamente – o poder de Deus fora demonstrado precisamente para poupar Faraó e não para destruir o Egito mais rapidamente. <a class="footnote-reference brackets" href="#fn1" id="id1">1</a> O contexto maior, Ex 13:17, coloca esta afirmação em um de vários apelos a Faraó para que deixe Israel ir embora, ou então outra praga virá, e especificamente acusa Faraó pela sua própria obstinação em recusar o povo a ir.</p>
<p>Portanto, quando Paulo em Romanos 9 chega à conclusão de que "Deus tem misericórdia de quem Ele quer ter misericórdia, e ele endurece a quem quer endurecer" (Rm 9:18), tipicamente se entende que Faraó é o exemplo de Deus de endurecimento. De fato, como a citação demonstra, Faraó foi tanto um exemplo de misericórdia quanto de endurecimento de Deus. Deus é misericordioso com Faraó até certo ponto, em que Ele não destrói o Egito imediatamente, mas adverte o Faraó através das pragas. Ele também, como sabemos, endureceu Faraó também, apesar de se afirmar que Faraó endureceu a si mesmo.</p>
<p>Mas o que fazer do endurecimento de Faraó por Deus? Paulo não cita passagem alguma referente diretamente ao endurecimento de Faraó, nem explica como se dá tal endurecimento, apesar de claramente se referir a ele. Em Êxodo, o endurecimento do coração de Faraó é expresso de quatro maneiras: o Senhor profetiza que Ele endurecerá o coração de Faraó (Ex 4:21; 7:3; 14:4); o endurecimento é citado passivamente, sem um sujeito expresso ("O coração de Faraó foi endurecido": Ex 7:13,22; 8:19; 9:35); é relatado que Faraó endureceu seu próprio coração (Ex 8:15,32; 9:34); e o Senhor endurece o coração de Faraó (Ex 9:12,10:1,20,27; 11:10; 14:8). Em geral, o endurecimento é expresso passivamente ou atribuído a Faraó nas primeiras pragas, e atribuído mais frequentemente à ação direta do Senhor nas pragas seguintes. Uma maneira de olhar para este endurecimento, portanto, é que Faraó incorre em julgamento sobre si mesmo ao endurecer seu próprio coração inicialmente, e depois ele fora endurecido pelo Senhor, para mostrar o poder de Deus. O Senhor, certamente, já sabia o que iria acontecer, e pré-alertou Moisés deste fato.</p>
<p>Outra maneira de olhar a este endurecimento é reconhecendo vários tipos de causação. O que o Senhor realmente faz é confrontar Faraó por intermédio de Moisés e enviando as pragas. O que Faraó faz é responder recusando a demanda de Moisés; em outras palavras, endurecendo seu coração. Faraó portanto endurece seu próprio coração, no sentido em que ele mesmo escolhe responder assim; o Senhor endurece o coração de Faraó, no sentido de lhe fornecer o ímpeto para Faraó responder daquela maneira. Do mesmo modo, podemos dizer que uma pessoa nos irritou, mas de fato aquela pessoa meramente forneceu o ímpeto para que nos tornássemos agressivos; fomos nós que respondemos em ira.</p>
<p>De todo modo, não tem como imaginar que Deus forçou Faraó a endurecer seu coração à parte dele mesmo; em outras palavras, que Deus fez Faraó endurecer seu coração quando ele de outra maneira não havia feito. Qualquer pessoa concordará que Faraó era culpado pelo seu próprio endurecimento, não importando se ele era predestinado ou não. O fato de Deus "endurecer a quem ele quer" não anula o fato de que aqueles a quem Ele endurece, também se endurecem a si mesmos. Em outras palavras, somos informados que Deus endurece a quem lhe apraz, mas não em que base ele endurece alguns e não a outros.</p>
<p>Esta discussão sobre o endurecimento de Faraó se torna relevante na interpretação de Romanos 9 quando examinamos o verso a seguir: "Um de vocês me dirá, Então por que Deus ainda nos culpa? Pois quem tem resistido à sua vontade?" (Rm 9:19). Tipicamente, o entendimento deste verso é ver Faraó, como o típico não-eleito, sendo endurecido pelo Senhor, não obstante responsabilizado por Deus, e ver o hipotético interlocutor questionando a justiça desta situação. "Como pode Deus responsabilizar Faraó", o interlocutor se pergunta, "ou por extensão, qualquer não-eleito, quando Ele Mesmo predestinou tal resposta?". Portanto, Então, a típica interpretação vê o interlocutor como espelhando precisamente a posição arminiana (veja, por exemplo, Institutes 3.22.8)</p>
<p>Esta interpretação, porém, faz o hipotético interlocutor identificar-se muito fortemente com Faraó. (A NIV reconhece este problema fazendo o objeto do ódio do Senhor "nós", apesar de o grego não prover tal referência.) O interlocutor não tem nenhum interesse em saber se Deus tratou Faraó com justiça! Ele vê, isto sim, o ponto que Paulo está fazendo com relação ao Israel étnico. Deus não é injusto (Rm 9:14) em escolher gentios que tenham fé, ao contrário dos judeus que tentam manter a Lei, porque Deus "tem misericórdia de quem Ele quer e endurece quem Ele quer" (Rm 9:18). Se Deus quiser ter misericórdia daqueles que vêm a Ele pela fé, e endurecer aos que não vêm, não levando em conta sua etnia ou obediência à Lei, isto é assunto de Deus. O ponto de Paulo acerca de Faraó não é que Deus teve misericórdia de Moisés e reprovou Faraó, o que facilmente encaixaria com o entendimento natural de um judeu; o ponto é que Deus tem todo o direito de definir soberanamente os critérios de sua misericórdia ou endurecimento.</p>
<hr class="docutils" />
<dl class="footnote brackets">
<dt class="label" id="fn1"><span class="brackets"><a class="fn-backref" href="#id1">1</a></span></dt>
<dd><p>Como na Septuaginta, <em>dietarathas</em>, mantido ou preservado. Rm 9:17 usa exegeiro, levantar, mas no senso de despertar do sono ou sendo incitado. Não significa algo como "levantado a uma posição de poder". A única ocorrência além desta no Novo Testamento é 1Co 6:14, referente à ressurreição dos crentes.</p>
</dd>
</dl>
</div>
</body>
</html>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-17888291144735737752017-02-20T17:19:00.001-08:002017-02-20T17:19:16.138-08:00INDIVÍDUOS OU NAÇÕES? (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)<div class="document" id="individuos-ou-nacoes">
<h1 style="text-align: center;" class="title">Indivíduos Ou Nações?</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<div style="text-align: justify;"> <br />E o que fazer com o verso "Amei Jacó, odiei Esaú" (Rm 9:13 citando Ml 1:2,3)? Novamente, a fonte da citação revela claramente que são as nações as referenciadas, e não os indivíduos Jacó e Esaú. O ponto da comparação é a natureza da terra que fora dada às duas nações. Deus deu preferência a Jacó na terra que Ele entregou a Israel. Malaquias passa a discutir o fato que Edom chegou sob o julgamento de tal forma que ela jamais seria capaz de reconstruir sua terra; mas esta foi uma conclusão premeditada desde antes de Jacó e Esaú nascerem? Não parece ser este o caso. Deuteronômio 2:4-6 sugere na verdade o oposto disto. Deus não permitiu aos israelitas atacar Edom ou tomar qualquer parte de sua terra, afirmando que "Eu tenho dado a Esaú as colinas de Seir como sua possessão. Vocês os pagarão em prata pela comida e água que consumirem". Isto dificilmente seria consistente com um povo "odiado por Deus".<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />É mais provável que "amar" e "odiar" em Malaquias 1 e Romanos 9 devem ser tomados meramente em termos de preferência, bem como a afirmativa de Jesus em Lucas 14:26:<br /> </div>
<blockquote>
Se alguém vier a mim, e não odiar seu pai, e mãe, e esposa, e filhos, e irmãos, e irmãs, sim, e sua própria vida também, ele não pode ser meu discípulo.{Lucas 14:26 King James}</blockquote>
<div style="text-align: justify;"> <br />Ninguém seria capaz de imaginar que Jesus realmente esteja chamando seus discípulos a odiar seus familiares em termos absolutos, mas meramente escolher a Ele em preferência de seus familiares. Deus simplesmente preferiu Jacó a Esaú, tanto em termos da terra recebida pelos seus respectivos descendentes, quanto em termos da linha de sucessão da nação da aliança.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Se alguém quiser argumentar que "Amei Jacó e odiei Esaú" se deve a eleição para salvação, este deve lidar com o fato de que a primeira vez que esta citação é feita, não é em Gênesis, mas em Malaquias. O ponto de Deus não deve ser que todo o Israel dos tempos de Malaquias havia sido salvo! De fato, Deus acusara Israel pelo resto de Malaquias especificamente porque eles estavam sendo infiéis à aliança e arruinaram a fé em Deus de muitas maneiras. Em vez de ser uma agradável garantia do favor de Deus, a assertiva "Amei Jacó mas odiei Esaú" é parte da acusação de Deus – que ainda que Deus tenha favorecido Israel, não obstante Israel vinha sendo infiel, e estava portanto sob julgamento.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Paulo usa estas citações em Romanos 9 outra vez para se opor aos judeus que poderiam dizer que se o Evangelho de Paulo estivesse correto então "a Palavra de Deus falhou" (Rm 9:6). Sua resposta a estes é que Deus jamais fez promessas incondicionais, baseadas em "obras" ou etnia, que eles poderiam reivindicar. Deus soberanamente escolheu Isaque em vez de Ismael, e soberanamente escolheu Jacó a Esaú; e portanto, Ele pode soberanamente escolher na base da fé em Cristo, em oposição a obras da Lei ou etnia.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Para o hipotético interlocutor judeu, é claro, a aparente mudança de Deus (de Lei e etnia para fé como critério de eleição) aparentemente seria injusto (Rm 9:14). Note, a propósito, que a presente interpretação do argumento de Paulo faz todo o sentido para a sensação de injustiça do interlocutor hipotético. Nenhum judeu veria injustiça na eleição gratuita de Isaque em vez de Ismael ou de Jacó em vez de Esaú como indivíduos. A única coisa acerca do argumento que os faria ver Deus como injusto é que "nem todos os descendentes de Israel são Israel" (Rm 9:6), e para Paulo, é claro, que era um descendente verdadeiro de Abraão a segui-lo pela fé (Rm 4:11-12, Gl 3:7-8).<br /> </div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-26778820392499686642017-02-20T17:17:00.000-08:002017-02-20T17:17:15.056-08:00JACÓ E ESAÚ (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)<div class="document" id="jaco-e-esau">
<h1 style="text-align: center;" class="title">Jacó e Esaú</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<div style="text-align: justify;"> <br />Para o caso de o dito interlocutor judeu hipotético argumente que Isaque era o filho legítimo em oposição a Ismael, filho da escrava, Paulo desce mais um nível na árvore genealógica para encontrar um exemplo mais convincente, o de Jacó e Esaú (Rm 9:10-13). Eles têm os mesmos pais biológicos, e até mesmo nasceram ao mesmo tempo como gêmeos. A única primazia natural que um teria um teria sobre o outro seria o direito de nascimento, que acabou por ser de Esaú. Mesmo assim, antes de eles nascerem, foi dito a Rebeca que "o mais velho serviria o mais moço" (Rm 9:12 citando Gn 25:23). Paulo chega a afirmar que a razão de Deus ter dito a Rebeca foi "a fim de o propósito divino acerca da eleição ficasse firme" (Rm 9:11). Certamente esta é uma clara referência a uma eleição individual incondicional.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Muitos arminianos escolhem neste ponto inserir o pré-conhecimento de Deus como chave para entender esta passagem; isto é, apesar de ter sido "antes que os gêmeos fizessem qualquer coisa boa ou má" (Rm 9:11), Deus ainda os julgaria com base do que Ele saberia que eles fariam futuramente. Isto claramente vai contra a intenção da passagem. Paulo certamente exclui o mérito pessoal da consideração da eleição de Jacó e Esaú. Tal eleição "não foi por obras, mas pelo que chama". Deus era perfeitamente livre para escolher entre Jacó e Esaú, e escolheu Jacó livremente.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Porém, novamente, a escolha não envolve eleição individual para salvação ou danação, mas sim a linhagem pela qual os filhos da aliança viriam. Gênesis 25:23, de onde Paulo cita, claramente se refere a nações, não indivíduos:<br /> </div>
<blockquote>
E o SENHOR disse a ela, Duas nações há em seu ventre, e dois tipos de povos sairão de suas entranhas; e um povo será mais forte que o outro; e o mais velho servirá o mais moço. {Genesis 25:23 King James}</blockquote>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-25375114464527836692017-02-20T17:13:00.000-08:002017-02-20T17:13:06.409-08:00ISAQUE E JACÓ (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)<div class="document" id="isaque-e-jaco">
<h1 style="text-align: center;" class="title">Isaque e Jacó</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<div style="text-align: justify;"> <br />Em Romanos 9:7, Paulo cita Gn 21:12 para explicar que, mesmo antes de Isaque nascer, Deus havia determinado que a descendência de Abraão seria "contada" a partir de Isaque – em outras palavras, o povo da aliança passaria pela linhagem de Isaque em vez da de Ismael. O contexto original da passagem, incidentalmente, deixa claro que não apenas Isaque seria escolhido, mas que Ismael seria rejeitado em favor de Isaque. Ainda, Deus deixa claro que Ismael seria rejeitado por Abraão, tal que a linha de sucessão da aliança é claramente por Isaque; não obstante, Ele assegura a Abraão no verso seguinte (Gn 21:13) que "do filho da serva farei também grande nação, porque ele é sua descendência". Nos versos seguintes lemos que "Deus ouviu o garoto [Ismael] chorando... 'Dele farei grade nação'... Deus estava com o garoto enquanto ele crescia" (Gn 21:17-20). Em outras palavras, Deus tinha um plano positivo para Ismael e seus descendentes, bem como para Isaque e seus descendentes; é apenas em relação a ser membro da nação da aliança que Ismael fora rejeitado.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Paulo, significativamente, interpreta a citação como significando que "não são os filhos naturais os filhos de Deus, mas os filhos da promessa que são contados como descendência de Abraão" (Rm 9:8). Ele sutilmente faz aqui o que fica mais evidente em Gálatas 4:21-23: ele identifica o Israel étnico com os filhos de Agar, em oposição aos de Sara. Desde que o Israel étnico dependia da descendência natural de Abraão, eles eram análogos a Ismael, que fora descendente de Abraão (sem mencionar a primogenitura) de forma puramente natural. Os cristãos, confiando que "aqueles que creem são filhos de Abraão" (Gl 3:7), são análogos a Isaque, o filho da promessa. Em Romanos 9:8, Paulo cita Gênesis 18:10,14 para estabelecer que a promessa de fato ocorrera antes da concepção de Isaque.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />O uso de Isaque e Ismael por Paulo, então, não tem como intenção ser uma afirmação sobre sua eleição eterna individual, nem ser um caso típico de eleição e reprovação. Ele de fato estabelece que o povo judeu não tem razão alguma em confiar na descendência de Abraão para garantir sua inclusão na aliança. Se eles pudessem, os descendentes de Ismael teriam tanto direito a reivindicar as promessas de Deus quanto os descendentes de Isaque.<br /> </div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-52913164474728969272017-02-05T18:51:00.000-08:002017-02-05T18:51:32.090-08:00INTRODUÇÃO (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)<div class="document" id="introducao">
<h1 style="text-align: center;" class="title">Introdução</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<div style="text-align: justify;"> <br />Romanos 9 é geralmente citado como um dos mais claros exemplos escriturísticos na doutrina reformada da eleição individual: ela discute a escolha soberana de Deus de Isaque em preferência a Ismael e Jacó em vez de Esaú, sem levar em conta qualquer mérito do escolhido ou demérito dos não escolhidos. Depois é contra-atacado ser a objeção arminiana que a eleição incondicional parece injusta para nosso senso humano de justiça, e usa-se Faraó como exemplo de alguém que Deus 'levantou' para o expresso propósito de tornar-se uma demonstração do poder de Deus. Deus suporta com muita paciência esses 'objetos de ira' a fim de glorificar-se ante aos 'objetos de sua misericórdia', ou seja, os eleitos (veja Agostinho, "To Prosper and Hilary" 14; Calvino, Institutes 3.22.4-6).<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Eu afirmaria que esta interpretação ignora o contexto maior de Romanos 9-11, cujo tema principal é lutar com as implicações do Evangelho para a nação de Israel. Ele também ignora os contextos das citações de Paulo do Antigo Testamento, que quando vistos sob uma perspectiva correta, lançam uma luz diferente nos argumentos de Paulo. Paulo está lutando contra o fato de que Deus tenha feito certas promessas nas Escrituras concernentes a Israel, muitas das quais ele vê como cumpridas em e por intermédio de Jesus Cristo. Porém Israel como um todo não veio a Cristo. O que isto significa para Israel, para a veracidade da Escritura, e para o Evangelho de Paulo? Estas questões dominam a mente de Paulo em Romanos 9-11, e suas assertivas sobre eleição devem ser analisadas em termos destas questões.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Romanos 9:1 faz uma clara ruptura com o que vinha acontecendo antes, e ainda os capítulos que se seguem são intimamente relacionados com os que o precedem. Paulo tem demonstrado em Romanos 1-8 a queda da humanidade (tanto judeus como gentios), justificação não por "obras da lei" (<em>ergon nomou</em>, Rm 3:20) mas sim pela "fé em Jesus Cristo" (<em>pisteos Iesou Christou</em>, Rm 3:22), Abraão como um exemplo de justificação pela fé, e as implicações práticas da justificação pela fé. O argumento teórico de Paulo é de fato bem envolvido no final do capítulo 8, exceto por estabelecer a relação entre sua doutrina de justificação pela fé em Cristo e o relacionamento histórico que Deus tem tido com o Israel étnico. Ainda que Paulo represente a justificação pela fé não como novidade mas como algo que começara com Abraão, isto não responde a questão de por que Deus havia relacionado a seu povo Israel primariamente na base de sua descendência por Abraão e de sua guarda da Lei. A Escritura deixa claro que os israelitas se viam a si mesmos como relacionando-se com Deus na base destas duas coisas (descendência de Abraão: Gn 26:24, Dt 4:37, Mt 3:9, Lc 1:72-74; mantendo a Lei: Ex 20:6; Lv 26:3; 1Rs 9:4-5; Ne 1:9; Dn 9:4; Mt 19:17; At 15:5). O povo judeu, que não estava vindo em grande número a Cristo, poderia muito bem argumentar que se a doutrina de Paulo sobre a justificação pela fé fosse verdade, então Deus essencialmente quebrara Suas promessas com Israel. Se Israel vê a inclusão na aliança como baseada na descendência de Abraão e na manutenção da Lei, então como Deus poderia voltar atrás e dizer "não, inclusão na aliança não é baseada em descendência de Abraão nem em manter a Lei, mas sim na fé em Cristo"? Parece-lhes que a Palavra de Deus havia falhado (Rm 6), que é o que Paulo se esforça na disputa em Romanos 9-11.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Em resumo, o argumento de Paulo se inicia atacando as duas hipóteses que haviam sido feitas sobre o relacionamento de Deus para o Seu povo. A linha de argumentação de Romanos 9-11 tem por finalidade responder à acusação específica de que, se o Evangelho de Paulo fosse verdadeiro então a Palavra de Deus haveria falhado acerca de Israel. Muito da interpretação tradicional desta passagem parece manter essa ênfase em mente apenas em uns poucos versos, mas de fato esta acusação é a posição primária contra a qual Paulo está escrevendo ao longo destes três capítulos. É a posição essencial do "interlocutor hipotético" que Paulo invoca em Rm 9:19-20, e é implicada em uma série de outros versos (por exemplo, Rm 9:6,16,32). No capítulo 3, Paulo já havia demolido a possível objeção de que os judeus podem confiar na guarda da Lei; porém, os judeus poderiam ainda confiar na descendência de Abraão como indicativo de sua inclusão na comunidade da aliança. Após isto tudo, as promessas do Antigo Testamento relacionadas à restauração de Israel não estão subordinadas à perfeita guarda da Lei; em alguns casos, aparenta que a adesão à Lei é na verdade uma das promessas a serem cumpridas (p.ex. Jr 31:33). Então se Paulo afirma que a justificação é pela fé em Cristo, e se este padrão acaba por excluir a maioria dos judeus, os que não vieram à fé em Cristo, então parece que as promessas de Deus a Israel são vazias.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />A resposta de Paulo é simplesmente para demonstrar que Deus nunca escolheu descendentes em Abraão, meramente por descendência física, para inclusão na comunidade da aliança. Isto é claro porque nem todos os descendentes de Abraão foram incluídos, mas apenas os descendentes de Isaque e depois os de Jacó. Em outras palavras, o "atrito" (se nos for permitido chamar assim) que ocorre entre as gerações de Isaque e Jacó não para aqui, mas continua através descendentes de Israel. É neste sentido que "nem todos os descendentes de Israel são Israel" (Rm 9:6)<br /> </div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-68076687442955238812017-01-29T12:56:00.001-08:002017-03-12T12:01:08.708-07:00Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva (INDEX)<div class="document" id="romanos-9-uma-leitura-arminiana-sob-a-nova-perspectiva">
<h1 style="text-align: center;" class="title">Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<ul class="simple">
<li><a href="http://credulo-reloaded.blogspot.com.br/2017/02/introducao-romanos-9-uma-leitura.html" target="_blank">Introdução</a></li>
<li><a href="http://credulo-reloaded.blogspot.com.br/2017/02/isaque-e-jaco-romanos-9-uma-leitura.html" target="_blank">Isaque e Jacó</a></li>
<li><a href="http://credulo-reloaded.blogspot.com.br/2017/02/jaco-e-esau-romanos-9-uma-leitura.html" target="_blank">Jacó e Esaú</a></li>
<li><a href="http://credulo-reloaded.blogspot.com.br/2017/02/individuos-ou-nacoes-romanos-9-uma.html" target="_blank">Indivíduos ou Nações?</a></li>
<li><a href="http://credulo-reloaded.blogspot.com.br/2017/03/farao-romanos-9-uma-leitura-arminiana.html" target="_blank">Faraó</a></li>
<li><a href="http://credulo-reloaded.blogspot.com.br/2017/03/o-oleiro-e-o-barro-romanos-9-uma.html" target="_blank">O Oleiro e o Barro</a></li>
<li><a href="http://credulo-reloaded.blogspot.com.br/2017/03/objetos-de-ira-e-de-misericordia.html" target="_blank">Objetos de Ira e de Misericórdia</a></li>
<li><a href="http://credulo-reloaded.blogspot.com.br/2017/03/conclusao-romanos-9-uma-leitura.html" target="_blank">Conclusão</a></li>
</ul>
<hr class="docutils" />
<table border="1" class="docutils">
<caption>META</caption>
<colgroup>
<col width="50%" />
<col width="50%" />
</colgroup>
<tbody valign="top">
<tr><td>Título Original</td>
<td>Romans 9: An Arminian/New Perspective Reading</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>Keith Schooley</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="http://evangelicalarminians.org/romans-9-an-arminiannew-perspective-reading/">http://evangelicalarminians.org/romans-9-an-arminiannew-perspective-reading/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.today/ajINZ">http://archive.today/ajINZ</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-65827159038720326222017-01-25T14:12:00.001-08:002017-01-25T14:12:55.015-08:00A Nova Perspectiva e Efésios<div class="document" id="a-nova-perspectiva-e-efesios">
<h1 style="text-align: center;" class="title">A Nova Perspectiva e Efésios</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<div style="text-align: justify;"> <br />A Nova Perspectiva em Paulo é geralmente associada a uma reinterpretação de Romanos e Gálatas, na medida em que estes dois livros têm sido mais intimamente associados à Velha Perspectiva e à tradicional interpretação protestante de justificação sendo derivada dessas duas epístolas. Porém, a interpretação tradicional (em especial a reformada) em Efésios 1 e 2 deveria também ser reexaminada à luz da Nova Perspectiva.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />A mensagem do Evangelho, disponível a qualquer um que crê, foi uma ameaça direta à posição especial que Israel tinha detivera como povo escolhido. De acordo com a Nova Perspectiva, esta oposição à completa inclusão dos gentios foi o maior assunto, apesar de não dirigido contra a oposição judaica ou judaizante, mas escrita para os crentes gentios a fim de assegurá-los da sua completa inclusão com os crentes judeus na Nova Aliança. Efésios 2:11-3:21, que forma o coração do livro, são bastante explícitos acerca dessa questão: o "mistério de Cristo", que é "os gentios são conjuntamente herdeiros, membros de um mesmo corpo, e participantes da sua promessa em Cristo por meio do evangelho" {Ef 3:4-6}. Porém, na interpretação reformada tradicional, os capítulos 1 e 2 são lidos como se não tivessem nada a ver com a questão judeu-gentio, e em vez disso são lidos como se fossem um tratado sobre eleição individual.<br /> </div>
<div class="section" id="quem-e-nos-e-quem-e-vos">
<h1 style="text-align: center;">Quem é "nós" e quem é "vós"?</h1>
<div style="text-align: justify;"> <br />A chave para entender Ef 1-2 é identificar quem Paulo quer dizer por "nós" e por "vós" e "nos". Por exemplo, quando ele afirma "nos escolheu ... nos predestinou" {Ef 1:4,5}, o que exatamente constitui "nos"? Como o contexto define "nos"? Quais são as características definidoras do grupo de pessoas a qual Paulo se refere?<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />No primeiro verso da epístola, Paulo designa seus leitores como <em>pistois en Christo Iesou</em>, "fiéis em Cristo Jesus". No restante de suas epístolas, Paulo só aborda seus leitores como <em>pistois</em> uma outra vez, em Colossenses. Esta designação, então, tem significância especial para os leitores de Efésios. A proeminente regra de fé nos versos subsequentes destaca o fato que a designação de Paulo tinha a intenção de emoldurar a auto-percepção de seus leitores.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Em conexão com "havendo sido predestinados" no verso 11, paulo identifica "nós" nos versos 11 e 12 com "os que primeiro esperamos em Cristo". No verso 13, ele identifica "vós" como tendo sido incluídos em Cristo "depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, e nele crestes". Ele refere no verso 15 à "fé que há entre vós", no verso 19 como "nós, que cremos", e estabelece em 2:8 que "sois salvos por meio da fé". Baseado nos versos acima, uma característica definidora de ambos "vós" e "nos" ao longo da passagem claramente aparenta ser que eles são crentes e têm fé.<br /> </div>
</div>
<div class="section" id="vos-gentios-e-nos-judeus">
<h1 style="text-align: center;">Vós gentios e nós judeus</h1>
<div style="text-align: justify;"> <br />No verso 2:11, "vós" é mais explicitamente identificado como "gentios na carne, e chamados de não-circuncidados pelos que se chamam participantes da circuncisão na carne, feita por mãos humanas". É provável que virtualmente todos os leitores de Paulo fossem gentios, então este verso define ainda mais o "vós". A identificação de Paulo com "nós" como os primeiros a esperar em Cristo em 1:12 agora faz mais sentido: a primeira geração de cristãos, incluindo o próprio Paulo, era de judeus crentes; portanto, onde "nós" é contrastado com "vós", Paulo está referindo-se aos crentes judeus. (Quando não contrastado com o "vós", Paulo pode estar referindo-se ou aos crentes judeus ou crentes judeus e gentios considerados como um todo.) Isto conecta a parte anterior da epístola tematicamente com a seção central, o ponto principal disto sendo a união dos judeus e gentios em um corpo {Ef 2:16, 3:6}.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Tomando este entendimento de volta nas passagens lidando com a eleição ajuda a compreender melhor o intento de Paulo. Em 1:4-5 Paulo discute como Deus nos escolhe e nos predestina; aqui, ele está escrevendo dos judeus e gentios considerados conjuntamente. Ele está incluindo os gentios na eleição que Israel já entendia como se a tivessem. Seu ponto é que os gentios não são um arranjo posterior no plano de Deus; eles foram escolhidos antes da fundação do mundo {Ef 1:4} prenuncia 3:6: o "todas as coisas" que estão sendo reunidas sob uma cabeça são os crentes judeus e gentios.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Os versos de 11 a 14 começam a fazer distinção entre "nós' e "vós". O "nós" do verso 11 que foram predestinados são definidos no verso 12 como os primeiros a esperar em Cristo; i.e. Paulo agora quer dizer por "nós" a primeira geração de crentes, que eram majoritariamente judeus. Então "também vós [crentes gentios] depois que ouvistes a palavra da verdade, nele fostes selados". Paulo está dizendo que assim como nós judeus que cremos fomos escolhidos e predestinados de acordo com o plano de Deus, da mesma forma vós gentios fostes inclusos no mesmo plano. Os gentios são completamente incluídos no plano que Deus tinha desde o início.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />No início do capítulo 2, Paulo prossegue a comparação: assim como "vós estáveis mortos em ofensas e pecados", mesmo assim "todos nós antes andávamos nos desejos de nossa carne ... éramos filhos da ira por natureza, assim como também os demais" {Ef 2:3}. Os judeus, assim como os gentios, estavam dantes alienados de Deus - o mesmo ponto que ele faz em Fl 2:15-16, e reitera explicitamente acerca dos gentios em 2:12-13.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Em razão da ênfase individualística da Velha Perspectiva, Ef 1:1-2:10 tem sido interpretada como uma exposição da eleição incondicional individual, depravação total, e regeneração anterior à justificação. Entender o papel da questão judeu-gentio leva a uma diferente concepção da mensagem de Paulo aqui - uma que alcança os crentes gentios e assegura-lhes que eles são tão fundamentalmente uma parte da eleição e plano de Deus quanto Israel o foi no Antigo Testamento. Apesar de este entendimento ainda ser possível de se encaixar na moldura reformada, ele não requer o entendimento reformado da eleição incondicional individual. Crentes gentios estão sendo reassegurados que eles são tão "escolhidos" quanto os crentes judeus foram - porque a escolha de Deus não é baseada em se são judeus ou gentios, mas em vez disso na fé em Cristo como único critério necessário.<br /> </div>
<hr class="docutils" />
<table border="1" class="docutils">
<caption>META</caption>
<colgroup>
<col width="50%" />
<col width="50%" />
</colgroup>
<tbody valign="top">
<tr><td>Título Original</td>
<td>The New Perspective and Ephesians</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>Keith Schooley</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="http://evangelicalarminians.org/the-new-perspective-and-ephesians/">http://evangelicalarminians.org/the-new-perspective-and-ephesians/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.today/ZNTve">http://archive.today/ZNTve</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-36080437190124908002017-01-24T02:38:00.000-08:002017-01-24T02:38:51.986-08:00A Nova Perspectiva e o Desenvolvimento da Doutrina Reformada<div class="document" id="a-nova-perspectiva-e-o-desenvolvimento-da-doutrina-reformada">
<h1 style="text-align: center;" class="title">A Nova Perspectiva e o Desenvolvimento da Doutrina Reformada</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<div style="text-align: justify;"> <br />A Nova Perspectiva em Paulo é um desenvolvimento que tomou lugar nas últimas décadas em estudos bíblicos, acerca do pano de fundo e contexto contra o qual o Novo Testamento, e os escritos do Apóstolo Paulo em particular, deveriam ser interpretados. Ela tem-se tornado controversa recentemente, mas é majoritariamente atacada com base nas implicações que ela pode ter para a doutrina reformada, não sobre a solidez dos estudos bíblicos que a criaram. A maioria dos estudiosos bíblicos reconhece a legitimidade de pelo menos alguns aspectos da Nova Perspectiva, e mesmo uma modesta aceitação da Nova Perspectiva pode iluminar por que a doutrina de Lutero, Calvino e os reformadores tomou a forma que tem.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />O que aconteceu, em resumo, foi isso: tanto Agostinho em seus dias quanto os reformadores nos seus dias estavam respondendo a desafios (Pelágio e a igreja católica medieval, respectivamente) que minavam a necessidade da graça de Deus na salvação humana. Pelágio mantinha que era possível, ao menos em princípio, para qualquer ser humano viver inteiramente sem pecado e portanto sem necessitar do perdão de Deus e da obra expiatória de Cristo. A igreja católica medieval construpira um sistemna de obras meritórias pelo qual a pessoa podia obter salvação; penitência e indulgências eram meramente parte desse sistema. O que Lutero pensou ter encontrado nos escritos do Apóstolo Paulo, em especial em Romanos e Gálatas, foi um argumento inspirado e vigoroso contra precisamente estes desafios. Paulo argumenta estridentemente que a justificação é pela fé e não por "obras da lei" (Rm 3:28; Gl 2:16; 3:2,5). Lutero e os reformadores depois dele aplicaram o termo "obras da lei" a qualquer sistema legal pelo qual a pessoa pudesse porventura merecer salvação. Eles liam nos escritos de Paulo suas próprias lutas com um sistema legalista, e dese modo porderam o que a Nova Perspectiva vê como a real luta que Paulo estava lidando: a resistência dos judeus à completa inclusão dos gentios como povo da aliança de Deus. Desde que a igreja estava há muito tempo sendo predominantemente gentia, este aspecto do argumento de Paulo era fácil de esquecer. Onde Paulo estava preocupado com evangelizar os gentios sem requerer deles a observância à Torah (i.e. às "obras da lei"), os nreformadores estavam preocupados em estabelecer um relacionamento entre o crente e Deus baseado inteiramente na graça de Deus sem qualquer "obra" contribuinte do fim humano afinal.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Tendo começado nessa direção, ambos Agostinho e os reformadores estavam preocupados em eliminar a possibilidade de qualquer espécie de sincretismo - isto é, de qualquer ação humana que pudesse contribuir para a salvação da pessoa. Eventualmente, eles concluíram que mesmo o exercício da fé não poderia trazer uma pessoa à comunidade da aliança, sob pena de tal exercício ser considerado uma "obra" na qual o indivíduo pudesse "gloriar-se". (Isto, não obstante o fato que Jesus não via problema em construir fé como "obra": Jo 6:27-29). Certamente, a fé foi aclamada como o meio pelo qual o indivíduo apropriava-se da salvação feita pela graça de Deus; mas a fé só podia ser exercida por alguém que tivesse sido escolhido pela eleição incondicional de Deus, e inevitavelmente seria exercida uma vez que Deus regenerou o descrete e aplicou-lhe graça irresistível; em outras palavras, fé era algo como subproduto do processo de eleição.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Apenas para deixar claro, não estou dizendo que os reformadores estavam errados em reconhecer e enfatizar a asserção de Paulo que a justificação é pela graça mediante fé. Porém, Paulo não trata esta asserção como algo novo - ela é pelo menos tão antiga quanto Abraão. O que a Nova Perspectiva faz é reabrir nossos olhos para as reais questões dentro do judaísmo do primeiro século para as quais Paulo estava respondendo, o que por sua vez nos permite reexaminar as passagens que têm sido historicamente tratadas como cruciais à doutrina reformada.<br /> </div>
<hr class="docutils" />
<table border="1" class="docutils">
<caption>META</caption>
<colgroup>
<col width="50%" />
<col width="50%" />
</colgroup>
<tbody valign="top">
<tr><td>Título Original</td>
<td>The New Perspective and the Development of Reformed Doctrine</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>Keith Schooley</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="http://evangelicalarminians.org/the-new-perspective-and-the-development-of-reformed-doctrine/">http://evangelicalarminians.org/the-new-perspective-and-the-development-of-reformed-doctrine/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.today/4Qesr">http://archive.today/4Qesr</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-19331254265475906762017-01-18T18:13:00.000-08:002017-01-18T18:13:41.289-08:00Versos que Todo Arminiano Deveria Conhecer<div class="document" id="versos-que-todo-arminiano-deveria-conhecer">
<h1 style="text-align: center;" class="title">Versos que Todo Arminiano Deveria Conhecer</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<div style="text-align: justify;"> <br />Esta lista foi compilada há mais ou menos um ano por muitos membros da Sociedade dos Arminianos Evangélicos. Fui convidado a colocar este post em formato de blog, e finalmente está pronto.<br /> </div>
<div style="text-align: justify;"> <br />Espero que esta seja uma fonte útil para qualquer arminiano que precise de bons textos escriturais que demonstrem seu ponto de vista. Devo precaver que coletar textos-prova é fácil para alguém fazer, e em qualquer destes versos se deve considerar o contexto. É bastante frequente ignorar o contexto, e com isto, surgem interpretações errôneas. Então, use os versos, mas corrobore seus contextos. Nós nos esforçamos para considerar cuidadosamente o contexto de cada passagem, e em nossas mentes, estes versos e explicações representam fielmente a intenção do autor, mostrando que o arminianismo tem forte apoio bíblico.<br /> </div>
<ul class="simple">
<li>Versos que mostram que a eleição é condicional:<ul>
<li>Mateus 11:28-30 – Salvação é um convite aos que virão.</li>
<li>João 3:16</li>
<li>João 4:42</li>
<li>João 6:40</li>
<li>João 6:51 – Tem que comer do pão da vida para ser beneficiado.</li>
<li>Atos 13:39</li>
<li>Romanos 1:16-17</li>
<li>Romanos 9:30</li>
<li>Romanos 5:1-2 – É pela fé que somos feitos parte e Cristo.</li>
<li>Efésios 1:13</li>
<li>1 Timóteo 4:10 – Jesus morreu por todos, mas há um subconjunto específico que recebe os benefícios: aqueles que creem.</li>
<li>1 Pedro 1:1-2 – A eleição é com base na presciência de Deus de quem irá crer.</li>
</ul>
</li>
<li>Versos que mostram que a expiação está disponível a todos:<ul>
<li>Isaías 53:6 – A iniquidade de todos nós foi posta em Cristo.</li>
<li>Mateus 11:28-30 – Qualquer que venha a Cristo é bem-vindo.</li>
<li>Mateus 18:14 – O Pai não deseja que ninguám se perca.</li>
<li>João 1:7 – Jesus a intencionou para todos, e quer que todos creiam.</li>
<li>João 1:29</li>
<li>João 3:16-17</li>
<li>João 6:33, 51</li>
<li>João 12:32, 47</li>
<li>Romanos 3:23-24 – Todos pecaram e todos têm acesso à justificação em Cristo Jesus.</li>
<li>Romanos 5:6 – Cristo morreu pelos ímpios. Sendo todos ímpios, Cristo morreu por todos.</li>
<li>Romanos 5:15 – Já que o pecado propagou-Se a todos, a expiação de Cristo é destinada a todos.</li>
<li>Romanos 10:13 – Quem invocar o nome do Senhor será salvo.</li>
<li>2 Coríntios 5:14-15 – Todos morrem, e ainda Cristo morreu por todos.</li>
<li>1 Timóteo 2:3-6 – Deus deseja que todos os homens se salvem, e entregou-Se a Si mesmo por todos.</li>
<li>1 Timóteo 4:10</li>
<li>Tito 2:11 – A graça de Deus necessária ao arrependimento aparece para todos.</li>
<li>Hebreus 2:9 – Jesus provou a morte por todos.</li>
<li>Hebreus 10:10 – Cristo ofereceu-se de uma vez por todas.</li>
<li>2 Pedro 3:9</li>
<li>1 João 4:14</li>
<li>1 João 2:2 – Jesus é a propiciação, não só para crentes, mas pelo mundo todo.</li>
<li>João 4:42</li>
<li>Revelação (apocalipse) 22:17</li>
</ul>
</li>
<li>Versos que mostram que a graça é resistível:<ul>
<li>Jeremias 7:24</li>
<li>Lucas 7:30</li>
<li>Atos 7:51 – Flagrante resistência ao Espírito Santo. É apropriado para inferir que, se eles não resistissem, eles teriam sido levados ao arrependimento.</li>
<li>Romanos 10:16 – Nem todos que ouvem crerão.</li>
<li>2 Coríntios 6:1 – É possível receber a graça de Deus, ainda que não se aproprie dela em suas vidas.</li>
</ul>
</li>
<li>Versos que mostram que devemos permanecer em Cristo para estar seguros:<ul>
<li>Romanos 11:17-24</li>
<li>1 Coríntios 15:2</li>
<li>Efésios 5:3-7</li>
<li>Colossenses 1:21-23</li>
<li>2 Pedro 1:10</li>
<li>2 Pedro 2:20-22</li>
<li>Hebreus 6:4-6</li>
<li>Hebreus 10:26</li>
<li>Tiago 1:12; 5:19-20</li>
</ul>
</li>
<li>Versos que mostram que o homem tem livre-arbítrio libertário<ul>
<li><em>Oferecimento libertário</em>:<ul>
<li>Êxodo 35:29; 36:3</li>
<li>Levítico 7:16; 22:18, 21, 23; 23:38</li>
<li>Números 15:3; 29:39</li>
<li>Deuteronômio 12:6, 17; 16:10</li>
<li>2 Crônicas 31:14; 35:8</li>
<li>Esdras 1:4, 6; 3:5; 7:16; 8:28</li>
<li>Salmo 119:108</li>
<li>Ezequiel 46:12</li>
<li>Amós 4:5</li>
</ul>
</li>
<li>Isaías 1:19-20 – Poder escolher entre ser obediente ou rebelde.</li>
<li>Ezequiel 33:11 – Ter habilidade de escolher por diferentes opções.</li>
<li>Lucas 7:30 – Fariseus rejeitaram o que Deus queria para eles.</li>
<li>João 7:17 – A pessoa deve querer fazer o que Deus está dando-lhe a graça para fazer. Esse versículo mostra que Deus permite coisas que Ele não quer que aconteça.</li>
<li>1 Coríntios 7:37 – Poder sobre a própria vontade – eis a definição de livre arbítrio libertário.</li>
<li>1 Coríntios 10:13</li>
</ul>
</li>
<li>Versos demonstrando a graça preveniente de Deus<ul>
<li>Jeremias 31:3</li>
<li>João 16:7-11</li>
<li>Romanos 2:4 – É a graça de Deus que nos leva ao arrependimento.</li>
<li>Romanos 10:14-17 – Deve-se ouvir a Palavra de Deus para se vir à fé.</li>
<li>Tito 2:11 – A graça de Deus leva ao arrependimento.</li>
</ul>
</li>
<li>Versos mostrando que o pecado não vem de Deus<ul>
<li>Jeremias 7:24</li>
<li>Tiago 1:13-15</li>
<li>1 João 2:16</li>
</ul>
</li>
</ul>
<hr class="docutils" />
<table border="1" class="docutils">
<caption>META</caption>
<colgroup>
<col width="50%" />
<col width="50%" />
</colgroup>
<tbody valign="top">
<tr><td>Título Original</td>
<td>Verses All Arminians Should Know</td>
</tr>
<tr><td>Autor</td>
<td>Bossmanham</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="http://evangelicalarminians.org/verses-all-arminians-should-know/">http://evangelicalarminians.org/verses-all-arminians-should-know/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.today/Ja6AI">http://archive.today/Ja6AI</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/14287230927875042349noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6793014335050704658.post-20220645903193966562017-01-17T18:44:00.000-08:002017-01-18T18:15:05.838-08:00Um esboço do FACTS arminiano contra o TULIP calvinista<div class="document" id="um-esboco-do-facts-arminiano-contra-o-tulip-calvinista">
<h1 style="text-align: center;" class="title">Um esboço do FACTS arminiano contra o TULIP calvinista</h1>
<!-- -*- mode:rst; coding:utf-8 -*- -->
<div class="section" id="arminianismo">
<h1 style="text-align: center;">ARMINIANISMO</h1>
<div style="text-align: justify;"> <br />O arminianismo pode ser representado pelo acrônimo FACTS:<br /> </div>
<ul class="simple">
<li><em>Freed by Grace (to Believe)</em> – Livre pela graça {para crer}</li>
<li><em>Atonement for All</em> – Expiação para Todos</li>
<li><em>Conditional Election</em> – Eleição Condicional</li>
<li><em>Total Depravity</em> – Depravação Total</li>
<li><em>Security in Christ</em> – Segurança em Cristo</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;"> <br />De maneira ampla e um tanto imprecisa estes pontos correspondem aos do histórico Artigo da Remonstrância (embora esta não seja especificamente uma representação deles), os quais foram compostos em 1610 pelos primeiros arminianos e constituem o primeiro sumário formal da teologia arminiana. Os pontos serão apresentados aqui em ordem lógica, em vez da ordem acima no acrônimo, para fins de facilitar sua explanação.<br /> </div>
<div class="section" id="depravacao-total-artigo-3">
<h2>Depravação Total (Artigo 3)</h2>
<ul class="simple">
<li>A humanidade fora criada à imagem de Deus, boa e direita, mas caiu de seu estado original sem pecado através de deliberada desobediência, deixando a humanidade em estado de pecado, separada de Deus, e debaixo da sentença de divina condenação.</li>
<li>Depravação total não significa que os seres humanos são tão maus quanto eles podem ser, mas que o pecado impacta cada parte do ser pessoal e que as pessoas agora têm uma natureza pecaminosa com uma inclinação natural para o pecado, fazendo cada ser humano ser fundamentalmente corrupto em seu coração.</li>
<li>Portanto, o ser humano não é capaz de pensar, ter vontade, nem fazer nada de bom em si mesmo, incluindo favor meritório para Deus, salvar-se a si mesmo do julgamento e condenação de Deus que fora reservada para vosso pecado, ou mesmo crer no Evangelho.</li>
<li>Se qualquer pessoa será salva, Deus deve tomar iniciativa.</li>
</ul>
</div>
<div class="section" id="expiacao-para-todos-artigo-2">
<h2>Expiação para Todos (Artigo 2)</h2>
<ul class="simple">
<li>Deus amou o mundo e deseja que todas as pessoas sejam salvas e venham ao conhecimento da verdade.</li>
<li>Portanto, Deus entregou Seu único Filho para morrer pelos pecados do mundo todo de modo a proporcionar perdão e salvação a todas as pessoas.</li>
<li>Enquanto Deus providenciou salvação para todas as pessoas pela morte substitutiva e sacrificial de Cristo para todos, os benefícios desta morte são recebidos pela graça mediante a fé e são eficazes apenas aos que creem.</li>
</ul>
</div>
<div class="section" id="livre-pela-graca-para-crer-artigo-4">
<h2>Livre pela graça {para crer} (Artigo 4)</h2>
<ul class="simple">
<li>Devido a Depravação Total e a Expiação para Todos (como descrito acima), Deus chama a todas as pessoas em todos os lugares para se arrependerem e crerem no Evangelho, e graciosamente habilita àqueles que ouvem o Evangelho a responder positivamente em fé.</li>
<li>Deus regenera aqueles que creram em Cristo (Fé precede logicamente a regeneração).</li>
<li>A graça salvadora é resistível, o que significa que ele dispensa seu chamado, projeto, e graça capacitadora (que nos traria salvação se respondida com fé) de tal forma que possamos rejeitá-la. Aqueles que ouvem o Evangelho podem ou aceitá-lo pela graça ou rejeitá-lo para sua eterna destruição.</li>
<li>Além do âmbito de agradar ao Senhor e fazer o bem espiritual, as pessoas geralmente têm livre arbítrio, o que significa que, em relação a uma ação, eles podem ao menos realizar a ação ou negar-se a tal. Geralmente as pessoas têm escolhas genuínas e são, portanto, correspondentemente capazes de realizar escolhas.</li>
<li>Deus tem livre arbítrio supremo e absoluto. Sua escolha de sobrenaturalmente libertar a vonta de pecadores pela sua graça para crerem em Cristo é uma questão do exercício de sua própria soberania e livre arbítrio.</li>
</ul>
</div>
<div class="section" id="eleicao-condicional-artigo-1">
<h2>Eleição Condicional (Artigo 1)</h2>
<ul class="simple">
<li>Deus soberanamente decidiu escolher apenas aqueles que teriam fé em Seu Filho Unigênito Jesus Cristo, para salvação e sua eterna bênção.</li>
<li>Deus pré-conheceu da eternidade aqueles indivíduos que creriam em Cristo.</li>
<li>Entre os arminianos, há duas visões diferentes sobre a eleição condicionada à fé:</li>
<li>Eleição Individual: A visão clássica na qual Deus individualmente escolheu cada crente baseado em Seu pré-conhecimento da fé de cada um e então predestinou cada um à vida eterna.</li>
<li>Eleição Corporativa: Eleição para salvação é primariamente para a Igreja como um povo e abraça indivíduos apenas numa união-em-fé com Cristo, O Escolhido, e como membros deste povo. Desde que a eleição individual deriva da eleição de Cristo e do povo corporativo de Deus, indivíduos tornam-se eleitos quando creem e continuam eleitos apenas enquanto crerem. (Para mais sobre eleição corporativa, veja aqui)</li>
</ul>
</div>
<div class="section" id="seguranca-em-cristo-artigo-5">
<h2>Segurança em Cristo (Artigo 5)</h2>
<ul class="simple">
<li>Desde que a salvação vem mediante a fé em Cristo, a segurança da nossa salvação continua pela fé em Cristo.</li>
<li>Exatamente como o Santo Espírito nos capacita a crer em Cristo, igualmente Ele nos capacita a continuar crendo em Cristo.</li>
<li>Deus protege nosso relacionamento de fé com Ele de qualquer força que irresistivelmente nos arrebate de Cristo ou de nossa fé, e Ele nos preserva em salvação enquanto confiarmos em Cristo.</li>
<li>Arminianos têm visões diferentes sobre se a Escritura ensina que crentes podem abandonar a fé em Cristo e então perecer, ou se Deus irresistivelmente mantém os crentes de perderem sua fé e portanto entrar em eterna condenação (como descrentes).</li>
</ul>
</div>
</div>
<div class="section" id="calvinismo">
<h1 style="text-align: center;">CALVINISMO</h1>
<div style="text-align: justify;"> <br />A posição calvinista pode ser representada pelo acrônimo TULIP:<br /> </div>
<ul class="simple">
<li>Total Depravity – Depravação Total</li>
<li>Unconditional Election – Eleição Incondicional</li>
<li>Limited Atonement – Expiação Limitada</li>
<li>Irresistible Grace – Graça Irresistível</li>
<li>Perseverance of the Saints – Perseverança dos Santos</li>
</ul>
<div style="text-align: justify;"> <br />Estes são derivados do Sínodo de Dort, um sínodo local convocado em 1618-1619 na Holanda para contradizer e condenar os Artigos da Remonstrância. Aqui está uma breve explicação de cada ponto, com o respectivo número do Artigo da Remonstrância indicado para devida comparação:<br /> </div>
<div class="section" id="id1">
<h2>Depravação Total (Artigo 3)</h2>
<ul class="simple">
<li>O mesmo que o ponto correspondente no arminianismo</li>
<li>Apesar de não diferirmos na descrição da depravação total, calvinistas acreditam também que este estado requer que Deus primeiro regenere o pecador antes que o mesmo creia em Cristo, fazendo-o vivo e dando-lhe uma natureza nova e santa. Mas a regeneração não apenas habilita o pecador a crer; ela irresistivelmente causa o pecador a crer.</li>
</ul>
</div>
<div class="section" id="eleicao-incondicional-artigo-1">
<h2>Eleição Incondicional (Artigo 1)</h2>
<ul class="simple">
<li>Deus escolheu alguns indivíduos incondicionalmente na eternidade para a vida eterna de acordo com sua própria vontade, completamente à parte de qualquer coisa relacionada à pessoa incluindo mérito, boas obras, ou fé prevista.</li>
<li>Deus reteve sua misericórdia do restante da humanidade, ordenando-os para a desonra e ira devido a seus pecados.</li>
<li>Então, pelo decreto de Deus e para sua glória, algumas pessoas são incondicionalmente predestinadas para a vida eterna, e as outras são deixadas (e portanto ordenadas) à morte eterna devido ao seu pecado, fazendo-se assim dois grupos específicos e estáticos de indivíduos que jamais podem mudar. (Alguns calvinistas creem que Deus planejou glorificar seu nome escolhendo incondicionalmente alguns indivíduos para a bênção eterna e outros para o Inferno eterno, e que Deus ordenou a Queda e decidiu criar o mundo para atingir este objetivo.)</li>
</ul>
</div>
<div class="section" id="expiacao-limitada-artigo-2">
<h2>Expiação Limitada (Artigo 2)</h2>
<ul class="simple">
<li>Cristo morreu apenas por aqueles determinados indivíduos que Deus escolheu incondicionalmente na eternidade para a salvação, suportando a punição pelos seus pecados em seu lugar.</li>
<li>A morte de Cristo por aqueles que foram incondicionalmente eleitos os traz irresistivelmente à salvação e a tudo que for necessário para tal, incluindo arrependimento e fé em Cristo.</li>
</ul>
</div>
<div class="section" id="graca-irresistivel-artigo-4">
<h2>Graça Irresistível (Artigo 4)</h2>
<ul class="simple">
<li>Aqueles que Deus elegeu incondicionalmente, e por quem Jesus morreu, Deus os chamará irresistivelmente à fé em Cristo pela sua graça, mediante a regeneração (tornando a fé inevitável).</li>
<li>Quando Deus traz os pecadores eleitos a Cristo, ele irresistivelmente faz com que eles se tornem dispostos a vir a Cristo e a chegar a ele livremente em fé. (Enquanto estamos apresentando a visão calvinista objetivamente e normalmente sem comentários, a auto-contradição aqui é óbvia demais para deixar passar: “irresistivelmente os faz vir livremente e de boa vontade?”)</li>
<li>Enquanto Deus chama a todos sem distinção à fé em Cristo (o chamado geral), ele apenas chama aqueles que ele escolheu incondicionalmente de forma que não possam resistir (a chamada eficaz).</li>
<li>Aqueles que Deus não escolheu rejeitarão a chamada do Evangelho de sua própria vontade e não poderão fazer de outra forma.</li>
</ul>
</div>
<div class="section" id="perseveranca-dos-santos-artigo-5">
<h2>Perseverança dos Santos (Artigo 5)</h2>
<ul class="simple">
<li>Aqueles que Deus incondicionalmente elegeu, e por quem Jesus morreu, e que Deus irresistivelmente atrairá para a fé em Cristo, inevitavelmente perseverarão em sua fé e não poderão nem totalmente nem finalmente cair da graça em Cristo, porque Deus irresistivelmente os faz perseverar. Portanto, seu destino de bênção eterna com Deus é seguro.</li>
<li>Esta perseverança não é baseada no crente – que pode vacilar e realmente cair em sério pecado por longos períodos de tempo – mas de fato é baseada na contínua graça de Deus.</li>
<li>Aqueles que parecem ser crentes, mas caem da fé e morrem sem Cristo, demonstram que eles não tinham realmente obtido a fé salvadora em primeiro lugar.</li>
</ul>
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<caption>META</caption>
<colgroup>
<col width="50%" />
<col width="50%" />
</colgroup>
<tbody valign="top">
<tr><td>Título Original</td>
<td>An Outline of the FACTS of Arminianism vs. The TULIP of Calvinism</td>
</tr>
<tr><td>Autores</td>
<td>Brian Abasciano; Martin Glynn</td>
</tr>
<tr><td>Link Original</td>
<td><a class="reference external" href="http://evangelicalarminians.org/an-outline-of-the-facts-of-arminianism-vs-the-tulip-of-calvinism/">http://evangelicalarminians.org/an-outline-of-the-facts-of-arminianism-vs-the-tulip-of-calvinism/</a></td>
</tr>
<tr><td>Link Arquivado</td>
<td><a class="reference external" href="http://archive.today/7esE6">http://archive.today/7esE6</a></td>
</tr>
</tbody>
</table>
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