JACÓ E ESAÚ (Romanos 9: Uma Leitura Arminiana Sob a Nova Perspectiva)

Jacó e Esaú


Para o caso de o dito interlocutor judeu hipotético argumente que Isaque era o filho legítimo em oposição a Ismael, filho da escrava, Paulo desce mais um nível na árvore genealógica para encontrar um exemplo mais convincente, o de Jacó e Esaú (Rm 9:10-13). Eles têm os mesmos pais biológicos, e até mesmo nasceram ao mesmo tempo como gêmeos. A única primazia natural que um teria um teria sobre o outro seria o direito de nascimento, que acabou por ser de Esaú. Mesmo assim, antes de eles nascerem, foi dito a Rebeca que "o mais velho serviria o mais moço" (Rm 9:12 citando Gn 25:23). Paulo chega a afirmar que a razão de Deus ter dito a Rebeca foi "a fim de o propósito divino acerca da eleição ficasse firme" (Rm 9:11). Certamente esta é uma clara referência a uma eleição individual incondicional.

Muitos arminianos escolhem neste ponto inserir o pré-conhecimento de Deus como chave para entender esta passagem; isto é, apesar de ter sido "antes que os gêmeos fizessem qualquer coisa boa ou má" (Rm 9:11), Deus ainda os julgaria com base do que Ele saberia que eles fariam futuramente. Isto claramente vai contra a intenção da passagem. Paulo certamente exclui o mérito pessoal da consideração da eleição de Jacó e Esaú. Tal eleição "não foi por obras, mas pelo que chama". Deus era perfeitamente livre para escolher entre Jacó e Esaú, e escolheu Jacó livremente.

Porém, novamente, a escolha não envolve eleição individual para salvação ou danação, mas sim a linhagem pela qual os filhos da aliança viriam. Gênesis 25:23, de onde Paulo cita, claramente se refere a nações, não indivíduos:
E o SENHOR disse a ela, Duas nações há em seu ventre, e dois tipos de povos sairão de suas entranhas; e um povo será mais forte que o outro; e o mais velho servirá o mais moço. {Genesis 25:23 King James}

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